6. O novo pâtissier

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Como o previsto, Minho tinha sido chamado de volta para o trabalho logo no dia seguinte, já que operar com um funcionário a menos parecera menos vantajoso do que deixá-lo suspenso para fazer terrorismo psicológico com os demais membros da equipe.

Pela primeira vez em muito tempo, o clima tinha ficado verdadeiramente estranho entre Lee e Jisung. Como entravam apenas às cinco todos os dias, costumavam ter a maior parte do dia livre, mas Minho não quis demorar muito para sair depois do café da manhã. Queria pegar umas roupas em casa e também começar a procurar um lugar novo para morar, já que definitivamente tinha intenção nenhuma de voltar a viver com Hyunah.

Uma coisa era verdade, muito dinheiro tinha sido jogado no lixo e teria uma dor de cabeça gigante para desmarcar e devolver tudo o que já tinha sido acertado para a cerimônia. Porra. Horas e horas da vida gastas em provas de comida, floriculturas e sabia-se lá mais o que, que jamais poderiam recuperar. Podia ter passado esse tempo todo cozinhando, contudo, infelizmente, esse era o tipo de coisa para a qual a vida não oferecia devolução.

Nem queria ouvir a própria mãe tendo um surto quando soubesse do rompimento e ainda tinha a leve impressão de que dependendo do que Hyunah dissesse para o seu pai, talvez o homem aparecesse com uma espingarda em sua porta no dia seguinte, afinal, ele tinha aquela pinta de macho alfa que fumava charuto e gostava de perguntar coisas do tipo "Como vão os negócios?".

Negócios. O único "negócio" do qual tinha notícia ficava dentro de suas calças e andava como sempre, sem grandes novidades. Estava até meio solitário, para ser sincero.

Depois de passar o dia resolvendo tudo o que estava em seu alcance, passou para pegar Jisung por volta das quatro e meia, oferecendo a carona de sempre. Não se falaram muito durante o trajeto, no entanto. Minho não era uma pessoa que ficava magoada com facilidade, porém Han tinha pegado um pouco pesado e, francamente, não tinha muito o que dizer. Talvez precisassem esfriar a cabeça também.

Assim que Lee entrou no vestiário, foi abordado por Changbin, que parecia animado e já pronto para a ação, de dolmã e naquelas calças mais justas do que Deus.

— Estão sabendo da novidade?

— Acabamos de chegar, não estamos sabendo nem qual é o cardápio do dia — Minho murmurou.

— Não sabe o cardápio, mas as grosserias estão prontas pra serem servidas, né, Lino? — Aquilo tava sempre na mão.

— Qual é a novidade, Binnie? — Han perguntou em um meio sorriso, dando alguma moral pro coitado do amigo.

— Temos um novo chef na casa. Finalmente alguém vai substituir o Yong!

— Sério? — Jisung pareceu surpreso. Nossa, já fazia umas semanas, por um momento tinha achado que o coitado do sous-chef  teria que assumir aquela para sempre. — E você já viu quem é?

— Ah, eu já vi, meu amigo. Eu vi bem. — E tinha apreciado bastante, valia dizer.

— Já até imagino — Minho revirou os olhos, abotoando o dolmã preto com desgosto ensaiado.

— Gatinho? — Han perguntou rindo, só pela cara do outro.

— Daqueles que bebem leitinho morno no colo ouvindo nana-nenê. — Ele era tão fofo que Binnie queria adotar, sério. Gostava bastante daquele perfil, pois era um cara que gostava de mimar seus rolos e affairs, mesmo que fugisse de compromisso feito um diabo da cruz.

— Seu tarado — Lee acusou, perguntando-se se tinha estudado todo aquele tempo pra ser obrigado a ouvir aquela pouca vergonha no meio do expediente. — Vocês me dão licença, eu vou trabalhar que esse papo tá me dando gastura — rumou para a cozinha, deixando os dois ali.

Be my Chef! | MinSungOnde histórias criam vida. Descubra agora