8. Nos vemos em casa

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Faltava apenas meia hora para acabar o expediente e apesar de ter sido arrastado de volta para a cozinha, Lee Know estava sendo semi-ignorado por Jisung, que passava de lá pra cá sem cutucá-lo ou fazer piadinhas, como era de costume. Ele estava bravo? Não era exatamente ele que tinha o direito de ficar de cara virada no meio daquilo tudo.

— Ei... — Minho tentou, parando na bancada próxima do mais novo. — Quer fazer alguma coisa quando sairmos? Sentar em algum lugar diferente, experimentar uma comida nova — ofereceu suavemente.

— Não dá, Min. Já tenho compromisso — Han avisou sem mirá-lo, misturando algo com a mão dentro de uma vasilha.

Lee ergueu as sobrancelhas. Jisung sempre tinha um compromisso, mas raramente eles eram uma questão de vida ou morte. Via de regra, eram encontros com desconhecidos que poderiam ser adiados, se o outro realmente quisesse. 

— Um compromisso do tipo o quê? — Minho insistiu.

— Podemos não entrar nesse tipo de detalhe? — perguntou em um suspiro, parando o que estava fazendo para por fim olhá-lo.

— Porra, Jisung, você é confuso, sabe? — acabou dizendo, chateado. Uma hora queria, outra outra não queria, outra hora queria de novo. Minho estava começando a ficar doido.

Han contraiu os ombros, mirando as próprias mãos logo depois.

— Eu sei — confessou, baixo. — Por isso eu te falo que eu não sirvo pra você.

Minho tocou o seu pulso, arrastando os dedos por ali em um pequeno afago. Droga, também não queria parecer um insensível. Tinha escolhido as palavras erradas. 

— Eu não quis dizer desse jeito, Sungie. Você não pode só desmarcar? Hum? Fica comigo hoje, a gente teve uma noite boa ontem, não teve? — não tinha terminado do melhor jeito, mas mesmo assim tinham ficado juntos e tinha sido tão bom.

— Não dá, Min. Eu preciso... não dá.

— Precisa do quê? Me fala. Eu não posso fazer por você? — deu um passo para o lado, ficando mais próximo. — Deixa eu te amar, Hannie. Me dá uma chance. Existem muitos jeitos de sentir prazer, nem todos eles precisam doer ou machucar — os dedos deslizaram suavemente pela mão coberta de óleo, acariciando-a suavemente.

Jisung fechou os olhos ao sentir o toque cuidadoso e a voz próxima do ouvido.

Não faz isso... — pediu em um sopro, de forma quase inaudível. Estavam no meio da cozinha, pelo amor de Deus. Tirou a mão sutilmente, dando um passo para o lado. Não queria desmarcar. Estava nervoso, culpado e confuso e quanto era assim, precisava liberar aquela energia de alguma forma.

Lee acabou se afastando também e contraiu os lábios, entendendo o recado.

— Toma cuidado então, por favor? Não quero te ver machucado.

— Não precisa se preocupar. Te encontro em casa mais tarde.

— Tudo bem — tirou o avental e resolveu tomar um ar do lado de fora. Precisava refrescar a cabeça ou ia enlouquecer daquele jeito. 

Se dissesse que aquele tipo de comportamento não o incomodava, estaria mentindo. Contudo, Minho também sabia que não tinham nada oficialmente, por isso não se via no direito de reclamar ou pedir nada. Era um belo jogo de resistência e às vezes tinha que tirar forças do além para não jogar tudo para o alto e desistir.

Caminhou até a parte dos fundos do restaurante onde geralmente os funcionários fumavam um cigarro ou pegavam uma brisa fresca e sentou-se em um dos caixotes que havia ali, puxando o ar profundamente.

Be my Chef! | MinSungOnde histórias criam vida. Descubra agora