Eram por volta das três da tarde quando Minho apareceu na porta da lavadeira e foi obrigado a parar ali para observar a cena. Não era nenhum segredo e Han não era um exímio dono de casa, mas vê-lo sofrendo para passar uma mísera camiseta chegava a ser comicamente adorável. Fazia dez minutos que ele estava ali e a dinâmica era a seguinte: ele passava de um lado... e amarrotava de outro.
— Quer ajuda? — Lee perguntou, encostando-se no batente com um sorrisinho de bom humor.
— Esse ferro deve estar com defeito! — garantiu, colocando mais força no que estava fazendo.
— O ferro está ótimo, jagiya — achou graça daquela constatação. Tinha usado o item de manhã e ele ia muito bem, obrigado.
— Então o problema sou eu, mesmo. É por isso que eu tento comprar roupas que não amassam — murmurou frustrado, deixando o ferro na tábua antes de suspirar profundamente. — Por que o ser humano consegue ir pra lua, mas não consegue inventar algo que passe e dobre as roupas e nos poupe desse tormento?
— Prioridades, bebê — explicou, aproximando-se do mais novo para ocupar o lugar atrás de si. — Passar roupa pede paciência. Eu sei que não é seu forte, por isso mesmo é um ótimo exercício, huh? — zombou, esticando a camiseta com calma para encaixá-la na ponta o apoio almofadado da tábua.
— Pra mim tá mais pra tortura medieval — fez pequena careta. Esse era outro dos outros motivos pelo qual Jisung não era um ativo consumidor da moda e estava sempre com as mesmas coisas. Uns diriam que era conservador ou mão-de-vaca, porém gostava de pensar que era alguém prático, simplesmente.
— Nós podemos fazer um trato. Nos dias em que tiver roupa, eu passo tudo e você fica com a louça das refeições. Que tal? — Minho barganhou, dando um cheirinho no pescoço do mais novo enquanto ocupava-se em deixar a camiseta perfeitamente lisa. Se ia trabalhar de graça, queria pelo menos tirar uma casquinha.
Lee era bom naquilo. Sempre tinha sido ótimo com as tarefas de casa de forma geral, na realidade. Como filho único, sentira a necessidade de ajudar a mãe desde cedo, já que o patriarca da família parecia ocupado demais em dar ordens e reclamar de tudo durante a maior parte do tempo.
Jisung observou o ferro deslizar facilmente pelo tecido, deixando impecável e liso.
— Isso parece bom — sorriu, tombando para trás de maneira satisfeita. Precisou de dois segundos para perceber o cheiro diferente em Lee, indicando ele estava perfumado. — Onde você vai cheiroso desse jeito? — contraiu as sobrancelhas. Ele ia sair?
— Eu vou levar o Innie na prova da Academia e esperar ele sair. É hoje e dura só duas horas — contou, concentrado no que estava fazendo. — Depois vou pro bistrô direto, então nos encontramos lá — virou a roupa do outro lado.
— Caramba, a prova dele já é hoje, né? Ele deve estar bem nervoso. — Em pouco tempo de convivência, Jisung já tinha notado o quanto aquilo era importante para o menino e o quanto ele andava se esforçando sinceramente para fazer dar certo.
Somado à dedicação de Jeongin, também havia a tutela dedicada de Minho, que não poderiam deixar de creditar. Talvez o jovem não conseguisse sem a ajuda do outro chef, por isso Han acreditava que o namorado (agora podia chamar assim, não?) era a pessoa com o coração mais generoso do mundo.
— Ele está. Já me mandou cinco mensagens em menos de dez minutos porque está com medo de se atrasar — Minho revirou os olhos em um riso mudo de carinho. Tinha aproveitado que alugaram o carro para o final de semana para oferecer carona até o lugar da prova, o que significava que o trajeto seria mais rápido.
— Diz pra ele que eu desejo toda a sorte do mundo — Han falou de coração. Talvez ele até pudesse tornar-se um colega no bistrô futuramente, não?
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Be my Chef! | MinSung
FanfictionLee Minho e Han Jisung frequentaram a escola culinária juntos e trabalham no renomado restaurante Me-Waw. Apesar de possuírem personalidades completamente diferentes, a amizade entre os chefs poderia ser considerada perfeita... se um deles não tives...