Final: A receita perfeita

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Deus.

Às vezes, Minho achava que era um sonho.

Não que nunca tivesse visto a família reunida, mas foi impactado por aquela cena como se tivesse tido um vislumbre de como era colocar os pés no paraíso. Os olhos ficaram cheios de água e sentiu que poderia permanecer no lugar por horas, apenas contemplando o momento.

Han estava no meio da cama, sentado e adormecido em um momento e típico de quem não tinha intenção nenhuma de pegar no sono e acabou levado pelo cansaço. A luz entrava pela janela do quarto morna e calma, iluminando não apenas o mais novo, como também as três criaturinhas ao seu redor: a menina de apenas dois anos que dormia entre suas pernas e os bebês que também dormiam em seus braços, um em cada lado do peito.

Bem, aquilo ainda era uma novidade e tanto, visto que os dois pacotinhos tinham apenas três meses. Gêmeos não estavam nos planos e tinham pego os dois de surpresa, contudo perceberam que, no fim, era aquilo mesmo que sempre tinham desejado, três filhotinhos para cuidar e amar.

Embora tivessem combinado que não escolheriam o pai biológico das crianças em nenhuma das inseminações, era impossível não saber apenas por olhá-las. A pequena Minah tinha os cabelos escuros, bochechas enormes marcadas por sardas e olhos grandes e curiosos. Era esperta, cheia de vida e adorava rir gostosamente de tudo, como apenas uma criança genuinamente feliz sabia fazer. Era como se o mundo fosse grande parque de diversões. Também era louca por um docinho, mesmo que o açúcar viesse através de uma uva bem gostosa ou pedaço de pêra macia.

Já os meninos, Myung e Hyun, tinham os cabelos castanhos e as boquinhas e a paz de espírito de Minho. Sequer choravam de madrugada e caso acontecesse, eram capazes de acalmar-se na mesma hora apenas de ouvir a voz de Han ou de Lee Know.

Pelas mamadeiras vazias e paninhos embolados sobre a mesa lateral, Jisung tinha feito uma pausa para alimentar os dois e caíra no sono junto dos filhos ao terminar. O casal tinha uma pessoa para ajudá-los normalmente, mas era o seu dia de folga e, bem, Han teve que ficar sozinho em casa com as crianças.

Lee aproximou-se da cama, deixando as flores de lado antes de levar os dedos até os fios escuros e fininhos da filha, empurrando-as para o lado. Ela tinha sido o primeiro fruto do amor dos dois. Era tão, tão amada, que parecia sequer ter tamanho para carregar tanta estima.

Hey — falou baixinho, fazendo ela dar uma fungadinha preguiçosa e molenga.

Appa Min... — ela murmurou.

Tá tirando uma soneca com os seus irmãozinhos, coelhinha? — perguntou, ganhando um aceno seguido de um pequeno bocejo e um sorrisinho que seria capaz de derreter todas as geleiras do ártico.

Uhumm... papai Hannie dormiu — contou em um risinho sapeca, achando a maior graça do mundo. Geralmente, era ela que pegava no sono primeiro ao ouvir uma história de seu appa, mas naquele dia tinha sido o contrário.

Eu vi — sorriu, deixando ela envolver seu dedo indicador com a mão pequenina. — Quer aproveitar e fazer uma arte comigo na cozinha? — sugeriu cúmplice.

Os olhinhos se arregalaram na hora e ela contraiu os lábios, balançando a cabeça repetidamente. Mas é claro que queria!

— Tá bom, vamos lá, então. Vou levar seus irmãos também, papai Hannie está precisando descansar. Vamos fazer uma comida bem deliciosa pra quando ele acordar, que tal?

— Sim! Pera que vô busca o Milo! — avisou, arrastando-se para fora do colchão com a típica destreza de uma criança. A cama era alta, porém a pequena Minah tinha aprendido a colocar os pés para fora primeiro e ir descendo com cuidado até que as pontas dos dedos tocassem o chão, como uma perfeita ratinha sorrateira.

Be my Chef! | MinSungOnde histórias criam vida. Descubra agora