45. Eu conheço você

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Parecia óbvio que a resposta de Jisung para a proposta de Minho seria nada menos do que "sim". Ele estava disposto a ficar na Coreia e, mais ainda, a voltar a trabalhar ao lado do mais velho e dos outros colegas em algo que um dia também fora um de seus sonhos.

A sua volta acabou sendo uma surpresa, principalmente para Chan, que foi o último a ficar sabendo de tudo. Mesmo assim, Jisung foi recebido de braços abertos. A pequena rusga com Binnie logo ficou para trás e não precisou de muito para que se entendessem como velhos companheiros, dentro e fora da cozinha. Se Lee estava ok com aquilo tudo, Changbin não criaria caso, afinal de contas.

Depois de uma semana, Han já estava completamente habituado à rotina do lugar e Minho tinha razão, o mais novo era um chef excelente, rápido e adaptável. O antigo assistente havia ficado quase seis meses para entender todos os processos e começar a assumir sozinho certas funções, mas Sungie se apropriou do posto em um piscar de olhos.

***

Era noite de sexta-feira e o bistrô estava lotado. As pessoas chegavam e saíam a todo momento, não deixando sequer uma mesa livre por mais de cinco minutos. Os garços andavam pelo salão apressados, distribuindo os pedidos de forma eficiente, enquanto a cozinha trabalhava com força total para garantir que cada prato fosse entregue dentro do prazo estipulado. Aquela era uma preocupação dos sócios, de não deixar nenhum cliente esperando. Raramente falhava, salvo quando um imprevisto muito grande acontecia.

O especial do dia era ravioli de cogumelos com molho branco trufado, uma receita exclusiva do bistrô desenvolvida por Jisung e que parecia estar fazendo muito sucesso. Minho permanecia atento, ajudando os garçons a se organizarem e também a resolver pequenas questões que iam surgindo ao longo da noite, como a falta de uma bebida específica no novo bar ou um prato ou outro que acabava voltando para a cozinha

— Minho — Roman apareceu ao seu lado, discreto. — O senhor da mesa oito pediu pra falar com você. — avisou, apontando na direção do homem com um pequeno tombar da cabeça.

— Algum problema? — Le edeu uma olhada discreta.

— Não sei, ele parecia satisfeito, já estão indo para a quarta garrafa daquele Pinot Noir.

— Hum, certo, estou indo lá — dirigiu-se à mesa com cinco homens mais velhos que, realmente, não pareciam estar economizando em nada.

Eles já haviam consumido três garrafas de um vinho extremamente caro, pedido entradas nada baratas e terminado seus pratos principais, falando um pouco mais alto enquanto riam de um assunto qualquer. Todos estavam muito bem vestidos e Lee palpitava que era a primeira vez que frequentavam o La Fleur, pois não se recordava de nenhum deles em qualquer outro dia que estivera ali.

— Com licença. Boa noite, senhores, eu sou Lee Minho, o maître da casa. Em que posso ajudá-los? — colocou as mãos atrás do corpo, cordial.

— Ah! — o mais velho deles, com um bigode notável, chacoalhou os dedos na direção do prato. — Esse prato estava incrível! Uma verdadeira pasta italiana, nós estamos impressionados — contou. Os outros concordaram, claramente já um tanto alcoolizados. — Já estive na Itália muitas vezes e nunca comi algo assim fora de lá.

— Obrigado, senhor, nós ficamos muito satisfeitos em saber que gostaram — sorriu, sincero.

Claro que estava incrível, tinha sido desenvolvido por Han Jisung. Só podia, mesmo, estar espetacular.

— Queríamos dar os cumprimentos ao chef! — ele disse por fim, fazendo os outros concordarem mais do que rápido. Aquela era uma prática até que comum, embora não acontecesse com frequência por ali.

Be my Chef! | MinSungOnde histórias criam vida. Descubra agora