Be my Chef! | MinSung

29. La Fleur

[3 anos depois - Bistrô La Fleur]

Tão logo havia sido inaugurado, o Bistrô dos sete sócios havia se tornado um lugar popular no bairro, espalhando sua fama aos poucos pelos arredores e pela cidade. Durante o dia, era um recanto de deliciosas tortas, bolos, cafés e refrescos, todos preparados pelas habilidosas mãos de Felix e Bang Chan. Pela noite, tornava-se um lugar confortável e bucólico, com uma área externa que misturava elementos Belle Époque com sutis detalhes modernos.

Os lampiões providenciavam uma iluminação leve e nostálgica, enquanto as plantas abraçavam-se delicadamente aos postes e paredes, presenteando os clientes com uma bela vista florida durante a primavera e o verão. Realmente, Hyunjin havia caprichado na decoração e acertado em cheio e o lugar dos sonhos de todos finalmente havia ganhado vida.

O mais encantador e impressionante sobre o Le Fleur era que logo após o pôr-do-sol, o ambiente mudava quase que completamente, servindo os mais diversos tipos de sopas, pães, carnes e massas, além de drinks e vinhos. Era Changbin quem comandava a cozinha nesse turno, aplicando em cada prato o conceito de Minho de torná-los extraordinários, mesmo quando não passavam de algo simples do cotidiano.

Naquela manhã, os dedos pequeninos de Lix pegaram a tortinha para colocá-la delicadamente no expositor redondo que ficava sobre o balcão, gastando alguns minutos de consideração.

— Morango, framboesa e mirtilo? Ou framboesa, mirtilo e morango? — falou, sozinho e pensativo. Melhor deixar as cores parecidas juntas ou ficaria melhor se intercalasse? — O que você acha, mon cher? — perguntou com as mãos na cintura, dando uma boa olhada ali.

— De quê? — Changbin questionou embaixo balcão, tombando para trás para que pudesse olhar para Felix.

Alguma coisa estava dando problema com a tomada do computador do caixa e Binnie, que só costumava ir para o bistrô pela noite, tivera que acompanhar o loiro naquela manhã para tentar identificar o problema. Seo era ótimo com aquele tipo de coisa. Não tinha nada a ver com culinária, mas se mostrava um conhecimento muito útil em várias situações de necessidade.

— Acha que eu intercalo os sabores ou coloco as frutas vermelhas uma do lado da outra? — analisou, colocando as tortinhas de um jeito e depois de outro, mas não conseguiu chegar a nenhuma conclusão.

O outro ergueu as sobrancelhas. Teria feito um gracejo qualquer sobre o fato daquilo não importar, contudo Felix parecia tão empenhado que sentiu que seria o causador de um biquinho bravo se transformasse aquela seríssima questão em piada.

— Sabe que isso não faz diferença, não sabe? Você vai ter que ficar rearranjando toda vez que alguém comprar uma — lembrou-o carinhosamente.

— Eu sei, mas quero que esteja perfeito pra quem entrar aqui primeiro. Quero ver aquela expressão no rosto da pessoa, sabe?

— Qual expressão? De fome? — Changbin não fazia ideia de que expressão era essa. Fome? Quem sabe tristeza, uma vez as tortinhas tinham de lindas, tinham de caras? Só mesmo o loiro com sua percepção aguçada para reparar na reação das pessoas diante de coisas tão pequeninas.

— Não, bobo. Aquela de quem bate o olho na cobertura de açúcar e nas frutas frescas e sabe que vai ter um dia mais feliz depois da primeira mordida. — A satisfação de Felix só de imaginar aquilo era tão genuína que chegava a ser contagiante.

Binnie deu uma pausa. Embora um tempo considerável há tivesse passado, a capacidade do namorado de surpreendê-lo não havia mudado em nada. Arrastou-se para fora do balcão, erguendo-se por fim antes de deixar a chave de fenda no bolso. Bateu a mão uma na outra para tirar qualquer sujeira e depois estendeu os braços em sua direção.