40. Uma boa dupla

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Quando entraram no apartamento, os barulhos vindos da cozinha eram baixos, mas presentes. Céus, Han estava muito, muito nervoso. Assim que colocou os pés no elevador, passou longos vintes segundos se questionando e tentando entender como podia ter pensado que aquela era uma ideia de jantar com Lee e seu namorado era aceitável.

— Voltei — Minho avisou mais alto.

— Hey! — a voz respondeu da cozinha.

Minho tirou o próprio casaco úmido e deu uma olhada para Jisung, encolhido em suas roupas molhadas. Pela segunda vez na noite, indicou a área de serviço.

— Deixa a sua jaqueta lá, eu vou pegar uma calça seca pra você.

— Não precisa — chacoalhou as mãos, fungando baixinho. A sensação gelada tinha atingindo as calças até a metade, os cabelos escuros e a jaqueta, porém Han não queria ser inconveniente e incomodar o outro com aquilo. Podia aguentar, logo mais elas estariam só úmidas e talvez até secas pela manhã.

— Não seja teimoso — tocou o queixo do mais novo e ergueu seu rosto, apenas para reparar nos lábios trêmulos. — Você está tremendo, precisa se secar. Eu vou buscar a roupa.

Lee caminhou para o corredor enquanto Han seguiu para a área, deixando a jaqueta e os tênis úmidos em um cantinho. Aquele par de All Stars gasto e esfolado com certeza não era de Lee Know, fora impossível não notar. Quem quer que fosse, deveria ser mais novo. Pelo menos era o que esperava daquele tipo de calçado quase adolescente que certamente era usado todos os dias. Suspirou e caminhou de volta para a sala, dando uma olhada ao redor.

Uau.

A casa de Minho era linda, só que parecia tão... prática. Não estava vendo nenhuma foto e os quadros na paredes tinham tons tão neutros quanto todo o resto. Há tempos atrás, lembrava que Lee gostava das cores quentes, amarelo, vermelho, marrom, laranja. Contudo, não tinha nada ali que entregasse isso, exceto alguns enfeites mínimos que Jisung chutaria terem sido escolhidos por quem havia decorado o lugar e não pelo verdadeiro dono do apartamento.

— Aqui, você pode se trocar no meu quarto, é só seguir reto até a primeira porta.

— Ah, obrigado — sorriu suavemente, pegando o par de calças de moletom cinza.

— Dei as únicas pantufas novas que eu tinha pro Innie, mas você pode usar as minhas se quiser, estão do lado da cama.

— Tá...

Innie. Era um apelido. Carinhoso, talvez?

— Vou estar na cozinha — seguiu para lá no outro instante.

Han encostou a porta assim que atingiu o cômodo iluminado pelo grande abajur que ficava na mesa de canto. A sensação ali era a mesma da sala, tudo muito bonito, minimalista e bem organizado, porém repleto de cinza, branco e preto.

Ah! Fechou os olhos, puxando o ar profundamente. Todo o ambiente tinha o cheiro de Lee. Podia apostar que sua roupa de cama estava completamente impregnada com a essência de sua pele e que encontraria o frasco do mesmo perfume de sempre na segunda prateleira do banheiro.

Mordeu o cantinho do lábio inferior, dando alguns passos para tocar suavemente as almofadas sobre a cama. O sorriso pequenino brotou nos lábios quando viu o bloquinho e as duas canetas na mesinha lateral, uma mania curiosa de Minho que tinha identificado no pouco tempo em que moraram juntos.

A cama espaçosa, aquela chuva e todo o restante traziam lembranças que fizeram o corpo ficar quente e os pensamentos voarem um pouco longe. Vestiu as calças e calçou as pantufas logo ao lado da cama, dando uma olhada para os próprios pés. Elas eram maiores, óbvio. Dois números, para ser preciso, embora parecessem tão confortáveis quanto a delicadeza de Minho em oferecê-las.

Be my Chef! | MinSungOnde histórias criam vida. Descubra agora