59. Amor e girassóis

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[Quebra de tempo - Meses depois]

Aquela era uma tarde maravilhosa de primavera nos campos de lavanda. O céu, até então completamente azul e limpo, ia dando espaço para os raios de sol mornos que ficavam cada vez mais alaranjados, indicando um final de dia fresco e agradável. Tudo estava preparado e em seu devido lugar. As cadeiras bem dispostas lado a lado do caminho de grama verdinha repleto de pétalas, os lampiões ainda apagados no chão e o arco florido que abrigava o altar.

Cada detalhe tinha sido planejado com muito cuidado. Eram delicados e discretos, mas mesmo assim cheios de significado. Dentro da única casa do local, alguém parecia tão nervoso que mal conseguia conter-se, mordendo o interior da bochecha repetidamente enquanto olhava para o relógio, esperando pelo momento certo chegar.

Os dois toques na porta foram baixinhos e ela logo foi aberta, chamando a atenção do noivo, que ficou aliviado ao ver o rosto conhecido.

— Posso entrar? — Minho perguntou, recebendo um aceno antes de colocar-se para dentro. Os passos foram calmos até o loiro e o amigo sorriu, colocando as mãos nos bolsos ao erguer as sobrancelhas.

— Estou muito nervoso — Lix deu uma risadinha, revirando os olhos em bom humor.

— Você está parecendo um elfo do bosque encantado — brincou. Se o pâtissier já era lindo normalmente, agora aparecia ter vindo direto de um lugar mágico e iluminado. Os dedos se esticaram para tocar uma mecha clara e cheirosa e Lee passou os olhos pelo seu rosto.

Era estonteante. Tão simples, porém tão impactante quanto poderia ser. As bochechas estavam coradas na medida certa, os lábios cor de cereja e mulher de meia idade terminava os últimos toques, encaixando as florzinhas pequeninas e brancas no meio da trança loira feita quase que fio a fio, de tão caprichada.

— Acha que está exagerado? — perguntou. Tinha optado por ser sutil, no entanto não quis abrir mãos dos pequeninos cravos do amor e nem do bouquet. A roupa, uma camisa branca com mangas longas e soltas e uma calça também branca e justa, deixava que toda a atenção ficasse em seu rosto e no bouquet de lavanda e algodão que tinha escolhido com carinho, trazendo os únicos pontos coloridos de todo o conjunto.

Minho moveu a cabeça de um lado para o outro e abaixou-se para falar em seu ouvido.

Eu acho que você está lindo — Minho beijou a bochecha quente, erguendo-se novamente no instante seguinte. — O sol está quase no ponto certo. As pessoas estão nos lugares e seu noivo já está te esperando no altar — curvou o canto dos lábios.

— Céus, aposto que ele está tão tranquilo quanto se estivesse indo comprar um cacho de bananas — puxou o ar, abanando-se. Changbin era um poço de tranquilidade, Felix tinha certeza de que ele estava dando risada alto com algum conhecido enquanto o mais novo derretia-se de ansiedade do lado de dentro da casa.

— Você está enganado. O homem está uma pilha de nervos, Han teve que socorrer ele com um leque antes que se desmanchasse em suor — entregou-o, ganhando uma olhadela surpresa do outro.

— É sério? Bin, nervoso? — ergueu uma das sobrancelhas, descrente.

— Andando de um lado para o outro como se tivesse pulga nas calças — moveu o peito em um riso mudo, lembrando-se daquela imagem ridícula, mas até que bonitinha. — Ele anotou os votos dele em um pedaço de papel que de tanto dobrar e pegar com as mãos molhadas já está esfarelando. Bem romântico.

Felix riu e deu uma cutucada em Minho, pressionando os lábios com força para segurar o sorriso. Outras duas batidinhas soaram na porta e a simpática organizadora entrou para conferir se o loiro já estava pronto.

Be my Chef! | MinSungOnde histórias criam vida. Descubra agora