22. Tudo o que você quiser

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Quando Felix saiu no final do expediente, já encontrou Changbin aguardando do lado de fora, apoiado na moto de forma descontraída. O pâtissier caminhou até o outro com um sorrisinho divertido e ansioso, dando uma boa olhada no conjunto só para ter certeza de que ia mesmo encarar aquilo.

— Eu estou começando a achar que é melhor a gente tomar uma casquinha aqui na barraquinha do lado — o loiro brincou, estreitando os dedos na alça da bolsa que carregava no ombro.

— Não precisa ter medo, eu vou devagar, prometo — Seo puxou um dos capacetes para oferecer para o outro.

— Não é perigoso andar de moto nesses dias de chuva? — pegou a peça e deu uma olhada analítica. — Eu nem sei nem colocar isso, pra ser sincero. — Nunca tinha andado de moto e era meio medroso. Sempre tinha pensado que todo o esforço possível para driblar um infeliz encontro com a morte era válido, por isso esportes radicais e aventuras selvagens estavam totalmente fora de sua lista de planos para o futuro.

— Posso? — Changbin indicou, voltando a pegar o capacete para desabotoar a trava de segurança. — A rua está escorregadia, mesmo, mas enquanto não estiver chovendo muito não tem problema. — Teve todo o cuidado ao encaixar na cabeça do loiro, clicando as partes da trava logo depois. — Prontinho. Hum, você não tem um casaco? Só tá com essa roupa?

— Sim, por quê? — Estava com um suéter fofinho e jeans, nada mais.

— Acho que você vai ficar com frio — palpitou. Ele parecia tão sensível que Binnie se sentiria um monstro se o deixasse virar um picolezinho até chegarem em casa. A temperatura era amena, porém andar de moto significava pegar muito vento. Empurrou a jaqueta de couro pelos braços e estendeu para Felix. — Aqui, você pode vestir a minha jaqueta até a gente chegar lá.

— É? Que gentil — sorriu. Pelo visto, os bons modos não estavam mortos: ainda existiam homens disposto a emprestar um casaco ou performar uma pequena gentileza. O loiro vestiu a jaqueta e sentiu o cheiro do perfume do outro imediatamente. Hum, era bom. Muito bom. Delicioso. Um típico perfume de quem gostava de marcar território. Particularmente, Lix gostava de homens rústicos, por assim dizer. Eles costumavam ter qualidades ímpares e por mais contraditório que pudesse parecer, se desmontavam rapidinho diante de uma carinha manhosa. — Obrigado.

— Sem problemas — piscou e então vestiu o próprio capacete, subindo na moto logo em seguida. O loiro montou atrás e então grudou-se nas costas mais fortes, acomodando a bolsa entre os dois corpos antes de escorregar as mãos pela cintura de Binnie, logo sobre o seu cinto, fechando os pequenos dedos ali firmemente. — Relaxa, neném. Aproveita o passeio, eu cuido de você — prometeu baixinho por fim, puxando-o mais contra si antes de fechar o visor e dar a partida.

***

— Entra, fica à vontade — Felix abriu a porta e deixou que Changbin passasse, seguindo-o logo depois.

— Com licença — Bin tentou colocar em prática todas as aulas de etiqueta que não tinha tido na vida e entrou no apartamento quase na ponta dos pés.

— Pode deixar os capacetes ali, por favor — apontou a mesinha ao lado do sofá, pendurando a sua bolsa no cabide de madeira logo em seguida. Tirou a jaqueta do outro também, pendurando-a logo ao lado.

Havia um cheiro maravilhoso pairando no ar e logo o mais velho fechou os olhos, respirando profundamente para senti-lo melhor.

— Nossa. A sua casa cheira muito bem, igual a você — Seo comentou sem nem perceber o que estava dizendo.

— É mesmo? — Felix sorriu, indo até o abajur para ligar a iluminação indireta e amarelada. Binnie era tão sincero que o loiro não podia achar nada menos do que adorável.

Be my Chef! | MinSungOnde histórias criam vida. Descubra agora