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Musutafu, Japão - 04 de novembro de 2146

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Musutafu, Japão - 04 de novembro de 2146.

Izuku Midoriya encarou a pasta novamente. Toda vez que ele entrava naquela delegacia e ia em sua sala ele a encarava. Já fazia dois anos que ela mal saia do lugar, o pouco de coragem que ele tomava para a pegar logo desaparecia e então a soltava novamente ao lado de seu computador. Nem mesmo Kenji ou Naomasa ousavam mexer nela.

Meu amor, já está na hora de seguir em frente. De me deixar descansar.

Apesar de Inko saber que ele não podia vê-la ou ouvir o que falava não pode deixar de se emocionar com seu filho levantando o rosto para olhar onde ela estava a sua frente. Como se pudesse sentir que ela estava ali. Ali para ele como sempre esteve. Um suspiro orgulhoso saiu de seus lábios quando o viu com um olhar determinado pegar a pasta e abrir, começando a ler o conteúdo.

Inko sabia o que o filho estava passando, sempre soube. Não importa o quão negligente parecia estar sendo quando estava viva ela fez o possível e impossível por seu filho, principalmente par mantê-lo longe de seu pai. Não podia o julgar também, ele era como ela. Escondendo de tudo e todos o que passava, o que pensava.

Eu nunca quis te desapontar meu amor, eu me destruía esperando um dia reconstruí-lo. Eu sempre soube que você tinha potencial para conquistar o mundo. Eu sinto muito por ter que ir, não queria te abandonar. Mas isso não vai fazer nada mudar, nunca mudar. Sempre estarei com você.

Inko o abraçou, mesmo que ele não sentisse, quando o viu chorar.

— Você nunca quis ir, não é mãe? Agora eu sei a verdade — Izuku largou os papeis de qualquer modo na mesa, os espalhando, a voz por um fio — Nada vai mudar no final.

A senhora Midoriya sabia que eles se encontrariam novamente, que um abraço cheio de saudade seria compartilhado por ambos quando ele lhe encontrasse no meio do caminho. Onde os dois mundos se encontravam, entre a vida e a morte. Tinha conhecimento também que Izuku desejava isso, desejava se deixara acalentar pelo manto do sono eterno apenas para vê-la. Como ficava feliz que isso não havia acontecido ainda, seu filho tinha longos anos pela frente e isso lhe confortava.

Se encontrariam sim, no final dessa vida. Quando o beijo da morte chegasse a ele tantos e tantos anos no futuro. Inko nunca esteve e nunca estaria fora do alcance de seu amado menino apesar disso, era uma parte dele assim como ele era uma parte sua. Vivia em seu coração, em sua memória.

Ele jamais estaria sozinho, ela estaria ao lado dele mesmo que ele não soubesse. Não importava aonde ele fosse. Com quem estivesse. Onde se metesse. O que fizesse.

Esteve e estará ao lado dele em cada cicatriz, em cada dor. E em cada afago, cada acalento que receberia de Nemuri Kayama. De Keigo Takami. De Aizawa Shouta. De Touya Todoroki.

Ela poderia estar a um mundo de distância dele, o que estava realmente, mas nunca distante. Não, porque Izuku tinha uma jornada a seguir. Izuku tinha recém encontrado seu lugar no mundo. Recém definido qual o final de seu caminho e não importava o quão tortuoso ele fosse Inko estaria ao lado dele.

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