Capítulo 15

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🔥Reegan🔥

Respire.

Coloco o pente na arma e o clique que dá, me faz soltar o ar dos meus pulmões.

Está na hora.

Abro a porta do carro e saio, sentindo a brisa leve sussurrar em meu ouvido. Coloco a arma no suporte em minha cintura e dou o primeiro passo em direção à porta de madeira envelhecida. Os olhos dos seguranças vêm em minha direção, Rocco se coloca ao meu lado e acena levemente com a cabeça, aquele é o sinal de que nossos homens já estão posicionados. Respiro fundo e subo os degraus da grande escadaria, o salão da Bratva é enorme. Majestoso e intimidador, eu diria. Mas não espero menos de Myron.

Entro no salão ajeitando o terno, encaro os homens e mulheres em trajes de gala que valem pequenas fortunas. Um corredor de pessoas se abre, dando-me passagem em direção ao anfitrião da noite. Myron me espera com os olhos verdes cintilando sob o lustre de cristal, as sobrancelhas grossas se unem enquanto eu caminho acompanhado do meu consigliere. A barba espessa e branca se desenha com o sorriso que me dá, como se fôssemos velhos amigos, fazendo a desconfiança gritar dentro da minha cabeça.

Só há uma forma de saber se estou caminhando diretamente para uma armadilha.

Olho nos fundos dos olhos do Pakhan e estendo a mão.

— Seja bem-vindo ao meu território, Don Fallacci — digo ao apertar sua mão.

— Agradeço pelo convite, Pakhan — solto sua mão.

— Me acompanhe até um local mais apropriado para a nossa conversa.

Troco um breve olhar com Rocco e volto a encarar Myron, balançando a cabeça em concordância.

Saímos do salão principal e seguimos por um corredor decorado com retratos de antigos líderes da Bratva. Caminhamos até uma sala reservada, longe das vistas e ouvidos curiosos. O cômodo é decorado com mobiliário elegante e obras de arte sofisticadas.

Myron senta-se em uma poltrona de couro macio e me oferece uma cadeira confortável. O Pakhan eleva o dedo e uma mulher entra com uma bandeja nas mãos, há uma garrafa de vodka e dois copos, acompanhados de uma caixa de charutos.

Demoro o olhar na mulher por mais tempo do que gostaria. Ela tem longos cabelos loiros, quase brancos como a neve que cai lá fora. Os olhos verdes se assemelham aos do homem que está em minha frente. O estalo na minha cabeça cai como se uma venda de névoa tivesse se dissipado. Myron quer uma aliança e estava me mostrando sua filha mais velha, Yanka Aksakov.

Volto minha atenção para Myron, que acende seu charuto e sopra uma nuvem de fumaça no ar enquanto me estuda cuidadosamente. Mantenho uma postura impecável e uma expressão neutra, deixando seus olhos perspicazes me avaliarem. Preciso ser cauteloso.

Agradeço a vodka que a mulher me oferece, mas não toco no charuto. Ouço a porta se fechar atrás de mim, indicando que estamos sozinhos dentro daquela sala, e o silêncio se instala enquanto nos encaramos.

Observo Myron virar o copo de vodka de uma vez só e se ajeitar sobre a poltrona, soltando outra nuvem de fumaça no ar.

— Fico feliz que tenha decidido aceitar o meu convite, Don Fallacci — diz, com um sorriso malicioso dançando em seus lábios.

— Não vamos prolongar isso mais do que o necessário, Pakhan, o que você quer? — vou direto ao assunto.

— Vejo que não gosta de rodeios. Como meu mensageiro já disse, tenho uma oferta de paz.

— Estou ouvindo — balanço a vodka dentro do copo, sem levá-la aos lábios.

Myron fica em pé atrás de sua mesa de madeira maciça, observando-me com atenção.

O Código da CalábriaOnde histórias criam vida. Descubra agora