Capítulo 44

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🔥Catena🔥

As 48 horas sem notícias de Reegan parecem uma eternidade, cada minuto arrastando-se como se fosse uma hora. Yanka faz o possível para me distrair, envolvendo-me na escolha dos vestidos. A sala, que antes era vazia com sua decoração minimalista, agora está repleta de caixas de vestidos e sapatos luxuosos, cujo valor poderia facilmente cobrir todas as mensalidades da minha faculdade.

Tento me concentrar nas opções que ela apresenta, mas meus pensamentos sempre retornam a Reegan. Onde ele está? O que está acontecendo? Será que ele está seguro? As perguntas se acumulam em minha mente, sem respostas à vista.

Yanka tenta me acalmar, mas sua própria ansiedade também é evidente. Rocco acompanhou Reegan na viagem. O mesmo vazio que sinto insuportável, como se uma parte de mim estivesse ausente, ela também sente.

A porta do elevador se abre, chamando nossa atenção. Homens entram na sala e Yanka me puxa para trás, formando uma proteção com seu próprio corpo.

— O que você pensa que está fazendo, Ruzzatti? Invadindo a casa do consigliere dessa forma! — ela brada, furiosa.

— Cale-se, russa. Não se meta nisso — o homem avisa.

— O Don ficará sabendo da sua ousadia. Ele matará você e sua família por traição — Yanka ameaça.

A forma como ela se projeta à minha frente, protegendo-me como se fosse sua responsabilidade, faz-me estremecer. Afinal, é exatamente isso que eu sou. Ela me protege e mantém seu marido seguro da fúria de Reegan. A morte me segue, mostrando-me que não há lugar seguro para quem decide ficar ao meu lado.

— Yanka, deixe — sussurro.

— Você é a prioridade aqui, Catena — ela resmunga, sem tirar os olhos do homem que se aproxima em passos lentos.

— Ela é a traidora e deve ser tratada como tal — ele diz, parando em nossa frente.

— O Don decidirá sobre isso, você não tem poder nenhum aqui — a raiva de Yanka é palpável.

— O Don não está aqui, nem o seu marido, nem o seu querido pai, russa — ele diz, elevando a mão e dando um tapa no rosto de Yanka.

— Não! — grito, juntando-me a Yanka no chão.

— E você, ladra, vem comigo — seus dedos se fecham em meus cabelos, o aperto doloroso me faz gritar de dor.

Debato-me enquanto sou arrastada pelo piso frio do apartamento, tudo explodindo dentro de mim sem controle. O medo e a raiva transbordam de meus olhos quando meu queixo é segurado pelo homem de olhos negros.

— Você vai preferir morrer — ele diz, dando-me um soco no olho e me levando para inconsciência.

Meus sentidos retornam aos poucos, minha visão embaçada e o corpo dolorido. Sinto o chão duro sob mim e percebo que estou deitada em algum lugar frio e escuro. Aos poucos, as memórias da invasão voltam à tona.

Levo a mão ao meu rosto, sentindo o inchaço e a dor do soco que levei. Minha cabeça lateja, mas forço-me a me levantar.

Passo horas no escuro, perdida em meus pensamentos e preocupações. A sensação de estar sozinha, sem saber o que está acontecendo, é aterradora.

Finalmente, a porta do porão se abre e a luz invade o ambiente. Levanto-me rapidamente, preparada para qualquer coisa. O homem entra, ele sorri de maneira sinistra ao me ver de pé.

— Pronta para falar? — pergunta, com um olhar ameaçador.

Respiro fundo, tentando reunir forças.

O Código da CalábriaOnde histórias criam vida. Descubra agora