Capítulo 45

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🔥Reegan🔥

Acalme-se.

Contemplo Catena dormir em meus braços, uma fúria incontrolável percorre minhas veias ao observar as marcas espalhadas pelo seu corpo. Ela não merece passar por isso. Prometi protegê-la, cuidar dela, e falhei miseravelmente. Esses dois dias longe foram uma tortura.

Não posso permitir que mais mal seja feito a ela. Vou caçar Hector Ruzatti, vou fazê-lo pagar pelo que fez. Nenhum pentito fica impune. O sangue dele será derramado pelas minhas  mãos.

A imagem de Arto aparece diante dos meus olhos e tenho certeza de que é mais um de seus planos. Como uma cobra peçonhenta, espalhando seu veneno pela Santa.

Ele atingiu o elo mais fraco de nós, deixando para Hector fazer o seu trabalho sujo.

Olho para Catena novamente, e meu coração se aperta, imaginar a dor que ela passou por minha causa é insuportável. Eu não posso deixá-la sofrer mais. Vou protegê-la com tudo que tenho, com minha vida se necessário.

Levanto-me da cama com cuidado para não acordá-la, e saio do quarto. Encaro meus homens, parados em frente à porta, esperando pela minha ordem. A raiva ainda lateja em meu peito, mas a preocupação com Catena é o que domina meus pensamentos.

— Leve-o para o porão da Quorum –--- ordeno com firmeza, me referindo a Hector Ruzatti.

Meu sottocapo, Giancarlo, parece hesitar antes de falar.

— Don... –--- começa ele.

Olho nos olhos de Giancarlo, sabendo o que ele quer dizer.

— E se fosse Joana, Giancarlo? Deixaria o desgraçado viver depois de ter batido nela? - questiono, buscando fazer com que ele entenda a gravidade da situação.
Giancarlo assente compreensivamente.

— Eu vou reunir a Santa — diz.

Assinto, agradecendo sua compreensão. Antes de me afastar em direção à saída, ele me chama, fazendo-me olhar para trás.

— Faça-o conhecer o Demônio da Calábria — diz, piscando para mim.

Meus lábios se curvam em um sorriso sombrio. Giancarlo sabe exatamente o que fazer. A Calábria não é lugar para os fracos, e quem ousa mexer com minha família vai enfrentar a fúria do meu império. Hector Ruzatti terá um encontro com o próprio inferno.

Meu único pensamento agora é vingança.

Ninguém mexe com o que é meu e sai impune.

— Reegan –--- a voz de Catena se faz ouvir, e eu me viro em sua direção, observando-a envolta em um roupão fino.

Respiro profundamente, encarando meus homens que desviam o olhar para o chão.

— Volte a dormir.

— Implorei a você que não o matasse... — ela diz, aproximando-se de mim.

— Não posso permitir que ele continue vivo após o que fez a você.

— Ainda não, Reegan... Após o baile, ele estará totalmente à sua mercê — ela acrescenta de maneira enigmática.

E ali está a fênix, mais uma vez emergindo das sombras para ressurgir. Elevando-se de forma extraordinária para dissipar a escuridão que a envolve.

Ouço o rugir do mar enquanto ele investe impetuosamente contra as rochas, e o canto da sereia ressoa carregado pela brisa do Mar Mediterrâneo. Ergo a cabeça e libero uma espiral de fumaça do cigarro que se eleva em direção ao céu. Meus olhos se fixam no horizonte de Reggio Calábria, meu território. O local onde sempre exerci minha autoridade com mão de ferro, e onde deixei a mulher que amo nas garras dos meus adversários.

— Demônio, como se sente hoje? — Giancarlo, meu primo e sottocapo, questiona.

— Só desejo que ela compreenda plenamente o que está enfrentando. — respondo, trazendo à tona o assunto que esmaga meu peito.

— Ela não é tão frágil quanto aparenta, primo. Qualquer outra pessoa teria sucumbido à morte... No entanto, ela resistiu, por você — sua mão repousa em meu ombro.

— Até quando ela precisará resistir para que meu mundo não a corrompa? Até quando aguentará antes de partir? Quanto mais dos meus demônios ela suportará, Giancarlo? — deixo que meus temores fluam de meus lábios.

— Pelo que tenho notado, Reegan, ela governará sobre todos os seus demônios — ele afirma, dando dois toques suaves em meu ombro.

Rocco assume a posição ao meu lado, substituindo Giancarlo. Um silêncio opressivo paira entre nós, e desvio meu olhar do mar para encontrá-lo. Ele solta uma longa corrente de fumaça do seu cigarro, tentando aplacar os nervos. Seus olhos exibem uma mistura de preocupação e anseio por vingança diante do ataque a Yanka.

— Como está Yanka? –--- questiono, ciente de que ele teme pela segurança de sua esposa, especialmente porque tudo aconteceu enquanto Catena estava sob sua proteção.

— Ela não pôde evitar, Don — sua resposta ecoa com um tom suplicante.

— Há apenas uma pessoa responsável por tudo isso, Rocco, e essa pessoa é Hector.

— Ele agrediu Yanka, Reegan — sua voz vacila devido à ira que ameaça consumi-lo.

— Hector pagará por todas as suas ações, Rocco — declaro com firmeza.

Acendo outro cigarro e dirijo meu olhar de volta para o mar. Busco no céu alguma orientação, uma direção a seguir. Braços delicados enlaçam minha cintura, o aroma familiar me envolve, e eu fecho os olhos.

Com um movimento calmo, viro-me em direção a Catena, nossos olhares se encontrando. Eu seguro seu rosto entre minhas mãos com cuidado, como se fosse o objeto mais precioso do mundo.

— Eu amo você — as palavras escapam de meus lábios.

No âmago dos seus olhos negros, vejo não apenas a minha própria imagem refletida, mas também a promessa de um futuro que construiremos juntos. O amor que compartilhamos é um farol que nos guiará através das tempestades e das calmarias da vida, uma constante que permanecerá inalterada mesmo diante dos desafios que estão por vir.

 O amor que compartilhamos é um farol que nos guiará através das tempestades e das calmarias da vida, uma constante que permanecerá inalterada mesmo diante dos desafios que estão por vir

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