Capítulo 36

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🔥Reegan🔥

O clima na Quorum está carregado de energia e alívio. Meus homens se reúnem ao redor da mesa, brindando e aproveitando a noite como se a batalha tivesse chegado ao fim. É reconfortante vê-los tão animados, mas no fundo, eu sei que essa é apenas uma pequena vitória em uma guerra muito maior.

Catena, com sua determinação implacável, conseguiu recuperar um bilhão em ethers, trazendo um sorriso ao rosto de cada homem presente. Essa conquista é notável e um passo significativo na direção certa, mas ainda temos um longo caminho a percorrer. Ainda restam quatorze bilhões a serem recuperados, e o desafio continua diante de nós.

Andrew senta-se ao meu lado, unindo-se à celebração. Observo o salão da Quorum repleto de clientes e nossas mulheres, mas ela não está aqui.

— Onde ela está? — pergunto, fitando Andrew enquanto ele esvazia o copo de uísque.

— Ela preferiu ficar na sala — responde, dando de ombros.

Suspiro com frustração, chamando a atenção dos meus homens.

— Ela não vai fugir, Don, aproveite — diz Rocco.

— Posso ir ficar com ela, Don — avisa Nestore, levantando-se.

Encaro-o, sentindo uma onda de ciúme emergir em meu peito. Imaginá-lo "ficando" com Catena é algo que me incomoda profundamente.

— Se o Don permitir — prossegue, abaixando a cabeça.

— Aproveitem a noite, eu mesmo vou ficar com ela — declaro, levantando-me da cadeira.

Caminho na direção da sala de Andrew, a música da boate vai perdendo força, sendo substituída por murmúrios abafados e batidas secas. Paro no limiar da porta, observando Catena em um momento de raiva. Sua mão pequena soca impiedosamente o monitor, e os mais suaves xingamentos em italiano perfeito ecoam pela sala, tornando o momento música para os meus ouvidos.

Meu coração dispara ao vê-la assim, tão autêntica e livre em sua expressão. Seu rosto, normalmente sereno, está agora contorcido em frustração, e uma mecha do cabelo escuro cai delicadamente sobre seus olhos. Ela não me vê ali, observando-a em seu momento íntimo.

Catena é tão cativante em sua autenticidade. É como se toda a dor e alegria que carrega estivessem ali, desabrochando em sua raiva momentânea. Eu a vejo em sua verdadeira essência, e isso me hipnotiza.

Caminho lentamente em sua direção, me aproximando silenciosamente. Quando estou bem próximo dela, pego sua mão com cuidado, interrompendo sua investida contra o monitor. Seus olhos se encontram com os meus, surpresos e intensos.

— Reegan? O que está fazendo aqui? — ela pergunta, seu rosto corando levemente pela situação embaraçosa.

— Vim ver você — respondo suavemente, mantendo nossos olhares conectados. — E permita-me dizer que você é ainda mais linda quando está furiosa.

Ela franze a testa, mas eu percebo um leve sorriso brincando em seus lábios. Sinto-me mais perto dela do que nunca, e a atração que sempre neguei parece finalmente palpável.

— Você deveria voltar para a festa — diz, mas não se afasta. Seu toque é quente em minha mão.

— Eu prefiro ficar aqui com você — confesso, deixando minha vulnerabilidade à mostra.

Ela desvia o olhar do meu, voltando a encarar o monitor, e prefiro me afastar, dando um pouco mais de espaço a ela.

— O que o pobre monitor fez a você? — pergunto, sentando-me na poltrona.

O Código da CalábriaOnde histórias criam vida. Descubra agora