O Código da Calábria

Capítulo 7

🔥Reegan🔥

Olhe.

Fito a costa do mar Tirreno pela janela do escritório. O mar está furioso nesta manhã, como se estivesse acompanhando o meu humor. Há uma semana, estamos caçando o maldito pentito, que se mantém em lay low, principalmente depois que os corpos dos dagoes foram encontrados na praia como um aviso bem claro aos nossos inimigos.

Esse desgraçado está atrasando meus negócios e me tirando noites preciosas de sono. A santa está com os olhos grudados em mim e qualquer passo em falso, eles usarão o call in para me subjugar diante dos meus homens.

Volto minha atenção para o mapa em cima da mesa de mogno e percorro com os olhos todos os lugares onde possíveis traidores possam estar se escondendo. Batidas na porta chamam minha atenção, e eu ergo os olhos para encontrar Rocco entrando na sala. Endireito-me, puxando as mangas da camisa até os cotovelos.

— Don, talvez seja necessário irmos para um sit-down em território americano — ele me avisa, trazendo-me uma carta.

— Porra, o que a Cosa Nostra quer agora? — resmungo enquanto leio a solicitação.

— Por que eles não nos enviaram um messaggero? — pergunto.

— Octavio Lucchese pediu por você — Rocco responde.

— Prepare o crew e um avião, vamos resolver essa merda logo — ordeno, virando a dose de uísque de uma vez.

Rocco sai, e Giancarlo toma seu lugar ao meu lado, pegando meu copo e servindo-me mais uma dose, que agora beberei em sua companhia. Brindamos e trocamos olhares antes de começarmos a conversar sobre os próximos passos.

— Quer que seja preparado um contract para o homem que procuramos? — pergunta meu sottocapo, observando minha impaciência.

— Não posso simplesmente mandar knock off, preciso de explicações para a santa — explico.

— Mas eles não chegaram nem perto de nossos negócios.

— Ter a planta de um legit é perto o suficiente para ter a certeza de que um maldito pentito está dentro da 'Ndrangheta. Eu não posso admitir.

— Vou manter o projeto estagnado até você voltar.

— Melhor assim, é um passo muito grande a ser dado. E com a santa em cima de mim, podem me achar um fodido off the record — passo a mão no cabelo, exasperado.

— Ninguém ousaria pensar isso de você, Don — a mão de Giancarlo pousa em meu ombro, passando-me conforto.

— Matarei qualquer um que tiver culhões para desonrar seu sobrenome — jura, olhando nos meus olhos.

— Não precisa chegar a esse extremo, Giancarlo. Precisamos agir com cautela e estratégia. Não queremos atrair ainda mais atenção para nós mesmos.

— Tem razão, Don. Vou mandar preparar os equipamentos de segurança para a viagem. Não podemos correr riscos desnecessários. — ele concorda.

Suspiro, sentindo a pressão dos últimos dias pesar sobre mim. Mas sei que não posso me deixar abater. Tenho que pensar em cada passo cuidadosamente, para não colocar em risco tudo o que construímos até aqui. Ergo meu copo e brindo com Giancarlo.

— Vou resolver isso e voltar para casa. — digo, determinado.

— Sempre juntos, Don. — responde, levantando seu copo em resposta.

Continuamos a discutir os detalhes da viagem, enquanto o som das ondas batendo contra a costa ecoa lá fora.

É hora de agir e proteger nossa famiglia.