Capítulo 24

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🔥Catena🔥

Respire.

Uma.
Duas.
Três batidas na porta.

Olho para Belinda e balanço a cabeça em negação. Sua mão toca a maçaneta e tudo ao meu redor escurece. Os olhos de Sebastian ardem em chamas, e uma risada macabra ecoa na sombria escuridão. Tento correr em direção ao ponto de luz, mas quanto mais corro, mais distante ele parece estar.

Tropeço nos meus próprios pés e caio em uma poça de um líquido espesso e pegajoso que gruda na minha pele. Uma mão se estende para mim, com dedos frios tocando os meus, puxando-me para cima. Olho para o rosto pálido e o sangue escorrendo pela pele alva, meu corpo estremece, e tento me soltar de seu aperto.

O som do tiro ecoa alto demais, Belinda cai como uma boneca quebrada, levando-me junto para o abismo.

— Eu disse para você ficar longe, Catena — a voz de Sebastian soa distante enquanto afundo em águas negras, roubando-me o ar.

Meus pulmões queimam, meu corpo se contorce em agonia, mas não consigo encontrar uma saída. O peso do meu fracasso e da perda de Belinda pesa sobre mim, dilacerando minha alma.

A voz de Sebastian continua a ecoar, ecoando na minha mente como um lembrete implacável da morte. Sua presença se torna opressiva, como se estivesse por toda parte ao meu redor, alimentando meu tormento.

Tento me libertar do aperto da mão fria que me segura, mas meus esforços são em vão. A escuridão se intensifica, envolvendo-me completamente, consumindo-me por inteiro. Sinto-me perdida, à deriva em um mar de agonia e remorso.

Abro os olhos, sentindo as lágrimas escorrendo pelo meu rosto. Puxo o ar pela boca e me sento na cama de casal. O pânico grita dentro do meu peito ao perceber o ambiente estranho. O pesadelo é real. Belinda se foi, e a culpa é minha.

— Bom dia, bela adormecida — a voz conhecida soa, despertando um sentimento de ódio dentro de mim.

Levanto o olhar em direção à voz familiar, encontrando Sebastian, que me observa com um sorriso sádico. O ódio se mistura à dor e à tristeza que ainda me consomem, mas tento manter minha expressão impassível, não querendo mostrar fraqueza diante dele.

— O que você quer? — pergunto, minha voz carregada de desgosto.

Sebastian se aproxima lentamente, seus passos calculados e cheios de arrogância. Ele se inclina, ficando próximo o suficiente para sentir seu hálito fétido.

— Você acha que pode escapar da responsabilidade, Catena? Acha que pode se esconder dos seus pecados? — sua voz é um sussurro ameaçador.

Minhas mãos se fecham em punhos, lutando contra a vontade de confrontá-lo fisicamente. Sebastian está aproveitando minha fraqueza, minha dor, para me atingir ainda mais.

— Você não sabe nada sobre mim. — minha voz treme, mas tento manter a determinação.

Sebastian ri, uma risada cheia de desdém.

— Oh, acho que sei mais do que imagina. E acredite, estou apenas começando.

Ergo minha cabeça com orgulho, desafiando-o com meu olhar.

— Pode tentar o quanto quiser, Sebastian. Mas saiba que não descansarei até matar você. — cuspi as palavras em cima dele.

Ele solta uma risada fria e se afasta em direção à porta. Antes de sair, ele se vira e me encara.

— Vista-se e desça, meu Don quer conhecê-la — diz, com um tom de desprezo.

Sinto uma mistura de repulsa e medo diante dessa situação. É evidente que estou envolvida em algo perigoso e obscuro, mas a curiosidade sobre esse misterioso "Don" me impulsiona a seguir em frente. Respiro fundo, tomo coragem e me levanto da cama, decidida a enfrentar o que quer que esteja por vir.

O Código da CalábriaOnde histórias criam vida. Descubra agora