5900palavras
Audrey estava muito cansada devido aos acontecimentos do dia e não querendo ver ninguém, foi direto para o quanto inventando a desculpa que estava com dor de cabeça para poder faltar ao jantar.
Tomou um banho rápido, colocando a camisola deitou na cama sentindo o corpo reclamar. Não demorando muito para cair no sono. Mas seu cérebro estava agitado e trabalhava incessantemente a fazendo sonhar com acontecimentos do passado.
●Oxfordshire, 1824
Estava muito nervosa.
Remexia as mãos frias e suadas na tentativa de se acalmar. Andava apressada pelas ruas desertas, sentindo o vento gélido a lhe beijar a face. Hora ou outra ajeitava as vestes como podia, tentando se manter apresentável.
Sabia que o vestido era simples, na cor vinho, com apenas dois botões pretos em frente ao tronco, o enfeitando, e que chegava até os joelhos. Com um decote em V, seu colo ficaria exposto ao frio caso a mesma não estivesse usando um xale preto que adornava seu pescoço e ombros.
Por estar usando botas longas da mesma cor que o xale grosso, as pernas estavam protegidas e aquecidas do clima invernoso. Na barra da saia, babados brancos eram evidentes quando caminhava, mostrando que estava com muitos tecidos por baixo, mas bastante confortável e a esquentava.
Escutava o esmagar das pedras sob os pés, por enquanto que se aproximava daquela mansão que crescia imponente, logo a sua frente, tão bela como se fizesse parte de um conto de fadas.
Audrey suspirou tentando tomar coragem, olhando para o céu cinzento repleto de nuvens densas do final de janeiro.
Não tinha o costume de frequentar aquela casa, apesar de sempre estar na companhia de um dos moradores daquele lugar. E, era exatamente por causa dele que naquele momento estava indo até lá.
Parou à frente da enorme porta de madeira, a olhar fixamente para a frente, sem saber o que fazer. Cogitou dar meia volta e ir embora para casa. Mas, logo deixou esse pensamento de lado. Se tinha chegado até ali, deveria seguir em frente.
Engolindo em seco, levantou um dos braços, batendo na madeira maciça, dando alguns passos para trás para esperar por uma resposta.
Não sabia porque se sentia tão coagida naquele ambiente. Nunca tinha acontecido nada de estranho. Nenhum dos seus moradores lhe fizera algum mal, mesmo assim, ainda se sentia incomodada.
Talvez, tal sensação se devia a toda a imponência daquela casa, que era um lembrete vívido e silencioso de que ela, uma filha de um jornalista, nunca teria aquela vida, e que nunca faria parte daquela classe social. Esse era um bom motivo.
Mas, no seu íntimo, achava que esse não era o único motivo, já que Audrey nunca se importou com tais frivolidades. Mesmo assim, não sabia dizer o que era. Apenas se sentia desconfortável e incomodada.
Não demorou muito para a porta se abrir, a sobressaltando no mesmo instante, por enquanto que um mordomo a recepcionava.
-Pois não? - o homem de smoking inqueriu a fitando de cima, com seu nariz rebitado, a olhando dos pés à cabeça com desagrado.
Até os empregados daquela casa se sentiam superiores a ela.
Se sentiu coagida por alguns instantes, mas logo tratou de tomar coragem, falando em uma voz falha:
-Vim visitar Colin.
O homem ficou a encarando por alguns segundos com a sobrancelha arqueada, parecendo cogitar se deveria ou não a deixar entrar. Por fim acabou lhe dando passagem, permitindo que entrasse na casa, a conduzindo para um cômodo anexo, e antes de sair, acabou falando:
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Wedding Tales - Contos De Casamento
Ficción históricaClassificação +16 Ano 1830, Oxfordshire, Inglaterra. As Green são três irmãs muito bonitas e bem quistas pela sociedade, além de possuírem um belo dote herdado do pai. As duas mais novas são apaixonadas por seus pretendentes, e desejam se casar, m...