1983palavras
Depois de intermináveis três horas, finalmente o recital tinha chegado ao seu fim. E, para a completa surpresa de zero pessoas, tinha sido exatamente igual a todos os outros: longo e maçante e sem talento algum.
Agora estavam no salão a se servir de comes e bebes ao som de uma banda muito mais agradável aos ouvidos cansados.
Não costumava ser má, mas naquele momento tinha achado chato e desinteressante. E, tinha outras coisas para ocupar a cabeça, como se esconder de Douglas, que, para seu completo desespero, tinha notado a sua presença em um intervalo de tempo muito curto para o seu gosto.
Estava a se esconder do mesmo entre grupos de pessoas a conversar no meio do salão, e de qualquer canto minimamente escondido. E, ao mesmo tempo que tentava se esconder do Stewarts, tentava encontrar Colin, para saber se o mesmo estava bem.
Não queria conversar com ele. Na verdade, o ideal seria que o visse de longe, sem que o mesmo nem ao menos notasse sua presença. Isso seria o suficiente para sanar suas dúvidas.
Como suas esperanças de ver o Wallace e concluir que o mesmo tinha melhorado, foram destruídas, já que o mesmo não comparecera ao evento, se viu obrigada a se aproximar de Davina para saber sobre o mesmo.
Não demorou muito para encontrá-la sozinha a se deliciar com alguns quitutes. Sua vestimenta consistia em tecidos de seda rosa bem claro, com um tecido transparente em cima, com rendas florais douradas bordadas à mão. A gola alta e as mangas longas não impediam a exposição de sua pele em meio a renda, que adornava esses locais. Seu tronco estava bem destacado por conta da presença do espartilho, realçando suas curvas. A saia longa, com a crinolina embaixo, possuía renda apenas na barra, deixando em evidência o delicado tecido rosa. Parecia uma princesa!
Como faria para se aproximar sem levantar suspeitas?
Não podia simplesmente a perguntar sobre o primo. Isso seria muito estranho.
Mas, sabia que daria um jeito, se aproximando de forma furtiva para que ninguém notasse seus movimentos.
E como quem não quer nada, postou-se ao seu lado, chamando a atenção.
A cumprimentou com um singelo sorriso que de imediato foi retribuído.
-Como está? – perguntou formalmente.
-Bem, e a senhorita? – respondeu de forma educada e serena.
-Também estou ótima.
-Que bom.
Ficaram em silêncio por alguns segundos no qual Audrey aproveitou para se servir de um quitute por enquanto que pensava em como continuar a conversa.
-E a ideia de se tornar professora? Ainda está valendo? – sabia que o assunto era de interesse da morena, por isso resolveu abordá-lo.
-É claro. Não desistirei com tanta facilidade.
-Fico feliz em saber. Então, o que está pretendendo fazer para ingressar nos estudos?
-Essa é uma boa questão. Depois da nossa conversa, tive coragem para falar com os meus pais sobre os meus desejos. Mas, isso não os agradou muito – murmurou desanimada.
-Entendo. É uma pena. Mas, nada é fácil no começo. Também não recebi o apoio que desejava ter na época em que decidi me tornar professora. Mas, apesar dos obstáculos, segui decidida a realizar meu sonho. E assim o fiz. No final eles acabaram tendo que aceitar.
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Wedding Tales - Contos De Casamento
Ficção HistóricaClassificação +16 Ano 1830, Oxfordshire, Inglaterra. As Green são três irmãs muito bonitas e bem quistas pela sociedade, além de possuírem um belo dote herdado do pai. As duas mais novas são apaixonadas por seus pretendentes, e desejam se casar, m...