937palavras
Se sentia muito animado com a pequena vitória que conquistara depois de diversas tentativas fracassadas.
Mas, percebera que a condessa não seria persuadida com tanta facilidade. Assim resolvera mudar sua estratégia, se embrenhando em um jogo perigoso que poderia dar certo ou acabar de vez com suas chances.
Como imaginara, deveria agir como ela, insistindo, sem se deixar abalar.
Confessava que ficara deveras assustado com as atitudes da condessa, deixando claro que não se incomodava com os pensamentos de terceiros.
Também se surpreendera consigo, por conseguir a convencer, mesmo que a mesma não parecesse não estar muito disposta a isto.
Mesmo assim, não se importava. Seu objetivo era conseguir tais documentos e assim o fizera.
Agora o que deveria fazer era trabalhar duro para mostrar que era um bom contador.
Naquele momento Ethan estava a analisar alguns dos documentos. Estava deveras interessado no que lia e muito centrado, assim não notando quando seu escritório fora invadido por uma dama.
Olhou apressado para a entrada, reconhecendo a condessa parada a sua frente a fitá-lo com uma expressão nada amigável. Isso não era nenhuma novidade. Ela sempre estava com a mesma expressão severa de sempre.
No mesmo instante seu assistente adentrou no recinto, pedindo mil perdões por não conseguir impedi-la de entrar.
Riu em pensamentos.
Isso era algo que com toda a certeza a dama o faria.
Ambos ficaram a se encarar por alguns minutos, com a morena o olhando de cima, altiva, como apenas uma grande mulher da alta sociedade o faria. Seus olhos, de um intenso azul, o penetravam fundo, e o desdém era evidente.
Nem se importou. Já tinha convivido suficientemente bem com a mesma, para já estar acostumado com tal atitude.
Com toda a certeza era uma mulher que emanava confiança e poder. E com suas belas vestes e a aparência deveras agradável, era impossível não se sentir intimidado.
- Está tudo bem, Scott. Eu realmente estava querendo conversar com a senhorita. Pode nos dar licença – direcionou as palavras ao nervoso rapaz que os olhava com receio.
Ao escutar tais palavras apenas se retirou, sem nada dizer.
- Por favor, se sente. Gostaria de um pouco de chá ou café? – ofereceu cortês, recebendo como resposta o mesmo olhar intimidador.
- Ok. Então vamos direito ao assunto.
- Como ousar ir até minha casa sem meu consentimento e agir de tal forma descarada? – disparou, irritada.
- Sei que não foi nada apropriado, mas foi a única solução que encontrei.
- Vim buscar os documentos – falou desgostosa, estendendo uma das mãos.
- Não há necessidade. Já comecei a analisá-los e fiz alguns balancetes.
- Entendo. Mas não confio no senhor, por isso gostaria que me devolvesse o que me pertence.
- É claro, a senhorita se encontra no seu direito. Mas, acredito que não seja uma decisão sábia. A senhorita precisa de um contador para organizar todas as suas finanças.
- Sei muito bem disto. Não sou nenhuma idiota. Mas como disse antes, não confio no senhor.
- Gostaria de saber o motivo para tanta desconfiança.
- Isso não lhe interessa. Apenas faça o que peço e devolva o que me pertence.
- Por favor, se acalme.
- Não me peça calma, não depois do que fez em minha casa!
- Eu sei. Me desculpe por aquilo. Realmente foi algo estúpido e nada educado de minha parte. Mas, me dê uma chance. Lhe peço apenas uma e prometo que não se arrependerá.
- Quantas vezes mais tereis que negar?
- Mais nenhuma. Apenas me deixe mostrar que posso ser um excelente contador. Se servi bem a seu pai, o conde Bourgeis, então acredito que também posso ser de grande valia a senhorita.
Finalmente parecia que tinha dito algo a que pensar. A condessa ficou o olhando por enquanto que parecia pensar em algo muito importante, demorando um bom tempo para voltar a falar.
- Ele realmente confiava no senhor? – inqueriu receosa, deixando que suas esperanças se reavivassem.
- Sim. Pode perguntar para quem quiser. Tenho certeza que a senhorita deve ter contato com vários dos seus advogados. Eles poderão confirmar o que digo.
- Pois será o que farei. Enviarei uma carta perguntando sobre o assunto.
- Ótimo. Mas, por enquanto permita que eu continue no caso. Prometo que farei o que for necessário. Antes da senhorita aparecer, já estava a estudar sobre a fazenda.
- E o que tem ela? – a morena inqueriu ao mesmo tempo desconfiada e curiosa.
- Notei que tem algumas coisas que não estão muito de acordo. Nada para se preocupar. Mas, seria interessante ir até o local para pode averiguar mais sobre o assunto. Se a condessa autorizar, eu mesmo irei.
- Bem, se não há outra maneira. Tudo bem – acabou por concordar, parecendo muito desgostosa.
Se sentiu exultante por finalmente conseguir convencê-la e receber a autorização para continuar a trabalhar.
- Muito obrigado. Posso lhe garantir que não se arrependerá – falou sincero sentindo uma grande felicidade.
- Assim espero – murmurou.
- Senhor Lancaster! – seu assistente reapareceu extremamente ansioso olhando com apreensão para a condessa.
- Sim?
- O senhor Miller já chegou para a reunião. Peço para que espere ou volte em outro momento?
- Não há necessidades. Já estou de saída – Haydeé disparou antes de conseguir abrir a boca para poder responder. – Depois conversaremos sobre essa tal visita à fazenda. Passar bem, Lancaster – terminou de falar, lhe dando as costas, saindo.
- Tenha um excelente dia, condessa – respondeu animado, recebendo apenas um olhar de esguelha da mais nova, que não tardou a continuar a se afastar, sumindo de vista.
Estava exultante com sua vitória. E essa era a melhor sensação de todas. A de ter conseguido a convencer de trabalharem juntos. Agora era fazer o seu melhor, para mostrar que era o melhor contador da região e que sua decisão fora a mais certeira.
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Wedding Tales - Contos De Casamento
Ficción históricaClassificação +16 Ano 1830, Oxfordshire, Inglaterra. As Green são três irmãs muito bonitas e bem quistas pela sociedade, além de possuírem um belo dote herdado do pai. As duas mais novas são apaixonadas por seus pretendentes, e desejam se casar, m...