2330palavras
Estava andando sem nenhum rumo em específico, não vendo ninguém a sua volta, devido a todo a raiva que sentia. Naquele momento a única coisa que queria era ir embora.
Acabou vendo mais ao lado, perto de uma mesa de frios, Andreza, ainda acompanhada daquele homem.
Rumou naquela direção, se postando ao lado dela, falou sem nenhum pingo de paciência e educação:
- Preciso dela, então, o senhor já pode ir embora.
- Haydeé! O que está fazendo? Não foi essa a educação que eu te dei. Você tem que ter respeito - a mais velha disse rapidamente, chocada com as atitudes da mais nova.
- Tudo bem, senhorita Lopez. Vejo que a senhorita Borgeois está precisando urgentemente da senhorita. Por isso, as deixarei a sós. Com licença - o senhor disse por fim, as cumprimentando com cortesia, se retirando.
Andreza a fulminou com o olhar, cruzando os braços à frente do corpo, pronta para disparar seus inúmeros sermões.
- Não acredito que tenha agido de tão mal grado com o senhor Moore.
- Andreza, por favor, sossegue. Você sabe muito bem que esse é o tipo de homem que dá em cima de qualquer rabo de saia que passe a sua frente. Pensei que tivesse notado isso - disse sem rodeios, não estando com paciência para escutar mais nada.
- Você não deve julgar as pessoas sem ao menos ter conversado com elas.
- Eu sei muito bem qual é o tipo de conversa que aquele senhor queria com todos aqueles galanteios e sorrisinhos de lado.
- Haydeé! Pelo amor de Deus, menina. O que aconteceu com você?
Apenas a ignorou, cuspindo fogo pelas ventas.
- Quero ir embora, agora!
- Mas, porquê? Acabamos de chegar e todos irão notar se formos embora agora.
- Não ligo para os mexericos alheios. Estou me sentindo indisposta e quero ir embora.
- Porquê? Tenho certeza que nada deve ter acontecido. A deixei sozinha por apenas alguns minutos e, até mesmo a vi conversando com o filho da anfitriã.
- É exatamente por isso. Aquele senhor foi capaz de me falar que sou uma inválida! - disparou rancorosa, não querendo ouvir falar daquele homem.
- O que? Tenho certeza que ele não deve ter dito isso. Não teve nenhum tipo de equívoco, Haydeé? - a questionou desconfiada, querendo ter certeza do que tinha acontecido.
- Não, não foi nenhum equívoco.
- Não acredito - a mais velha falou consternada, mudando de imediato a expressão para revoltada, continuando a falar em um rosnado. - Pois, vou falar com ele agora mesmo.
- Não, você não vai fazer nada. Sei me defender muito bem sozinha e já fiz isso.
- Mesmo assim...
- Por favor, vamos embora! - expressou novamente seus desejos, com a voz mais baixa e entrecortada. Estava cansada, exausta de tudo aquilo.
Mas, com toda a certeza, o que desanimava ainda mais era a perspectiva de ter que subir aquelas escadas. Tinha total consciência de que iria chamar a atenção de todos se começasse a subi-la, e a última coisa que queria naquele momento era isso.
Começou a olhar a sua volta à procura de alguma outra saída, que não precisasse de escadas ou que ficasse escondida e ninguém pudesse notar sua fuga furtiva. Não achava que tinha apenas uma entrada naquele salão, aquilo seria impossível e muito imprudente, pois, se assim o fosse, seria bastante perigoso aglomerar tantas pessoas em um local repleto de velas, onde houvesse apenas uma saída.
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Wedding Tales - Contos De Casamento
Fiksi SejarahClassificação +16 Ano 1830, Oxfordshire, Inglaterra. As Green são três irmãs muito bonitas e bem quistas pela sociedade, além de possuírem um belo dote herdado do pai. As duas mais novas são apaixonadas por seus pretendentes, e desejam se casar, m...