1304palavras
Pulou assustada com a sensação de queda. Se sobressaltou, perdida, passando as mãos pelo rosto para despertar, arrumando os cabelos como podia.
Olhou a sua volta. Não sabia quanto tempo tinha passado, mas parecia que a claridade tinha diminuído.
Se levantou apressada, se amaldiçoando por confiar crianças ao cuidado da pessoa mais desajuizada que já conheceu em sua vida. Estava realmente ficando louca!
Saiu quase aos tropeços da sala, indo até o pátio, reparou que todos estavam sentados em um círculo, a bater palmas enquanto Chase corria envolta delas, com uma das crianças em suas costas a brincar de cavalinho. Eles cantavam uma cantiga de quando ela ainda era criança.
Se acalmou com tal visão. Aparentemente todos estavam ilesos.
Se aproximou cautelosamente, os observando brincar. Ao perceber sua presença, o loiro parou de andar, tirando o pequeno Murilo de suas costas. O ruivo de olhos da cor mel pareceu não gostar de parar com a brincadeira.
— Agora vão brincar de pular corda. Vocês começam. Vou conversar com a professora de vocês e já volto — falou animado, tomando fôlego para descansar enquanto se aproximava.
— Parece surpresa — comentou brincalhão. — Eu disse que era bom com crianças. E então, conseguiu descansar?
— Por quanto tempo eu dormi? — retrucou com outra pergunta.
— Por volta de uma hora.
— Uma hora? Eles vão perder o resto da aula — disse desanimada, não acreditando no tamanho de sua irresponsabilidade.
— Tenho certeza de que eles não vão reclamar — ele falou tentando a tranquilizar.
— Você não entende...
— Não deveria se cobrar tanto. Foi apenas um dia. Não é como se eles fossem perder o resto do ano. Amanhã você repõe.
— É, até que você tem razão. Mas, se o padre Matias tivesse aparecido por aqui, estaria com sérios problemas agora.
— O padre Matias? Ele passou por aqui, mas consegui o distrair.
— O quê? — quase gritou alterada, começando a se desesperar.
— Ei, é brincadeira. Ele não veio aqui. Pode ficar tranquila — falou sorrindo matreiro.
Quase lhe deu um tapa pelo susto, mas se conteve porque tinha a ajudado.
— Nunca mais brinque assim — o repreendeu séria.
— Tudo bem. Mas acho que o melhor a se fazer agora é os liberar para casa — ele comentou.
— Tem razão. Não adianta mais os levar de volta para a sala de aula. Estão muito agitados e vão ficar dispersos.
Não tinha mais o que fazer, o melhor era dar a aula como encerrada e os deixar ir embora. No outro dia tentaria recuperar o tempo perdido.
— Eu ainda não o agradeci pela ajuda. Muito obrigada! — se ouviu dizendo com gratidão.
— Não foi nada. Amigos são para essas coisas.
O olhou de canto, pensativa. Nunca tinha pensado em Chase como um amigo, porque eles nunca foram próximos e mal se falavam. Assim apenas se ateve a sorrir em concordância.
— Mas acredito que ainda precisa descansar um pouco mais — ele comentou sem rodeios.
— Não se preocupe, essa noite dormirei feito um anjo — era fácil falar, o difícil seria conseguir.
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Wedding Tales - Contos De Casamento
Tarihi KurguClassificação +16 Ano 1830, Oxfordshire, Inglaterra. As Green são três irmãs muito bonitas e bem quistas pela sociedade, além de possuírem um belo dote herdado do pai. As duas mais novas são apaixonadas por seus pretendentes, e desejam se casar, m...