*Nesse capítulo usei minha experiência com a missa de Natal na igreja católica no Brasil. Talvez um dia eu possa vivenciar a celebração pessoalmente em Londres.
Os meses seguintes transcorreram sem nenhuma ocorrência desagradável grave. Algumas manchas novas no chão da cozinha do 221B e uma senhora Hudson um tanto irritada foi tudo o que eles precisaram enfrentar até o Natal.
Audrey não teve mais crises de pânico tão intensas, Rosie não poderia estar mais feliz com suas pequenas conquistas diárias, e o desenvolvimento da filha afetava direta e positivamente John.
Molly estava começando a se divertir com o comportamento de Sherlock e sua atual obsessão em observá-la. Ela estava certa que alguma coisa o intrigava, mas ao invés de confrontar o amigo para saber do que se tratava, a mulher decidiu deixá-lo agir à vontade.
Na véspera de Natal, enquanto os dois homens conversavam na sala, acomodados em suas respectivas poltronas, as mulheres se ocupavam com os afazeres na cozinha. A senhora Hudson decorando biscoitos amanteigados com Rosie, e Molly ensinando Audrey a preparar o mulled wine.
Quando a mulher foi até a sala oferecer a bebida para os amigos provarem, Sherlock inclinou um pouco a cabeça para não perder o contato visual com Molly, que havia se juntado à idosa e a afilhada para confeitar os biscoitos em formato de símbolos natalinos.
John percebeu o movimento dele, mas não fez nenhum comentário, voltando sua atenção completamente para Audrey que entregava o pequeno copo para ele.
— Me diz se está bom — pediu ela sorrindo.
O homem tomou um gole da bebida e sentiu o sabor rascante do vinho com conhaque raspando em sua garganta.
— Um pouco menos de conhaque talvez, e vai ficar perfeito.
— Tá muito forte? — Ela tomou um gole do copo que havia trazido para Sherlock. — Nossa, com certeza! Se ele beber isso vai ser como da outra vez. — A mulher riu fazendo referência à despedida de solteiro de John em que os amigos haviam se embriagado. — Vou tentar reduzir o teor de álcool para você experimentar, tá bom Sherlock?
— Ele está meio aéreo hoje — comentou John sorrindo quando o amigo não esboçou sinal de que tinha ouvido Audrey falar.
Para tentar deduzir o que acontecia, a mulher seguiu o olhar fixo do homem até a cozinha e percebeu que Molly era o alvo de atenção. Quando voltou a encarar John, a comunicação entre eles foi em silêncio com Audrey entendendo completamente o que o amigo estava pensando apenas observando as sobrancelhas levantadas dele. Os dois sorriram um para o outro.
— Vou preparar outra rodada. — Audrey esticou a mão na direção do copo de John.
— Não, — negou ele. — Não disse que está ruim, disse que está forte.
A mulher riu enquanto caminhava de volta para a cozinha bebendo o restante do seu mulled wine extraforte.
No dia seguinte, John finalmente resolveu cumprir a promessa que havia feito em setembro à Audrey de levá-la para assistir uma missa. Ele não era um frequentador assíduo, mas depois de ter sido muito bem acolhido pelo padre de uma igreja católica onde ele entrou um dia por puro impulso, para questionar as razões de Deus sobre o que havia acontecido na vida dele, o homem estava tentando reconstruir sua fé.
Sem saber o que vestir, Audrey decidiu por uma roupa mais formal e escolheu o vestido azul marinho de mangas longas, acinturado, com o drapeado descendo da saia em trapézio pouco abaixo da altura do joelho. Combinou os botões brancos da peça com um par de scarpins da mesma cor de salto alto fino.
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YOLO - Só se vive uma vez
FanfictionDr. Watson disse certa vez que normal e bem são termos relativos quando se trata dos Holmes, e o mesmo parece valer para quem frequenta o 221B da Rua Baker. Rosie iniciou a vida escolar, ainda contando com sua babá, Audrey, que conseguiu um lugar pe...