Na primeira semana do mês de agosto, Greg recobrou as esperanças de convencer Sherlock a resolver o caso arquivado como suicídio involuntário em maio daquele ano ao encontrar outro cadáver com características semelhantes.
Dessa vez era um jovem rapaz que caiu da roda gigante em um parque itinerante que fora proibido de seguir viagem até ter o evento fosse esclarecido. O inspetor corria contra o tempo, pois se não encontrasse nada para comprovar que se tratava de um crime, o parque iria embora levando qualquer evidência.
Ainda assim o detetive consultor estava resistente. Nem mesmo o bilhete com as letras YOLO o inspirou. Sherlock se convenceu que devia ser alguma tolice de internet e que dificilmente encontrariam um único culpado para o que estava acontecendo.
Sua sugestão a Greg foi avisar às pessoas para ficarem atentas ao conteúdo que se expunham na rede e não serem idiotas, apesar de que aquele conselho ele sabia que poucos seguiriam.
— Eu tenho certeza que o Greg não estaria tão desesperado em conseguir sua ajuda se o caso não tivesse realmente algo de estranho — declarou Molly sentada sobre as pernas de Sherlock acomodado em sua poltrona na sala do apartamento da Rua Baker.
— E eu tenho certeza que ele está exagerando — alegou o detetive com os braços ao redor da cintura da namorada. — O que ele quer de mim é praticamente encontrar uma agulha num palheiro. Esse não é o primeiro desafio estúpido que surge na internet e garanto que não será o último.
— Mas você é tão bom em desvendar mistérios complicados...
Um sorriso enorme e confiante iluminou o rosto do homem. Por mais consciente de que aquilo fosse a mais pura verdade, receber elogios era um dos seus pontos fracos, pois, por boa parte de sua vida não foi a reação mais usual das pessoas com ele.
— Infelizmente agora é meio tarde — lamentou o homem. — Já faz mais de duas semanas que o parque foi embora e não tem onde eu possa procurar por evidências.
Molly apontou com o indicador esquerdo para o laptop sobre a poltrona de John na frente deles.
— Tudo bem, eu vou descobrir quem está por trás desses desafios mortais para a cidade dormir tranquila.
A mulher sorriu feliz com a decisão tomada e se aproximou mais do homem para beijá-lo com um carinho que foi ganhando intensidade aos poucos. Ambos acabaram esquecendo seus compromissos profissionais por alguns instantes enquanto se entregavam um ao outro com carícias e beijos apaixonados.
— Ah gente, na sala não! — pediu Audrey colocando a mão sobre os olhos e voltando para o corredor das escadas.
Sherlock e Molly sorriram um pouco constrangidos um para o outro.
— Não estamos fazendo nada demais — declarou Sherlock.
— Ainda — sussurrou Molly apenas para ele ouvir colocando mais um sorriso ao rosto do homem que já começava a cogitar a possibilidade.
— Achei que você estivesse trabalhando — disse Audrey voltando para a sala.
— Tenho mais uma hora antes de começar — explicou Molly.
— Então fiquem à vontade, — continuou ela com um sorriso provocador. — Só passei para me despedir. Estou indo buscar a Rosie.
A mulher riu para o casal de amigos e saiu do apartamento. Sherlock e Molly continuaram de onde haviam sido interrompidos e terminaram no quarto dele atendendo a sugestão que a namorada sussurrou.
Molly saiu do 221B poucos minutos antes do início do seu turno no necrotério do Barts e sentiu uma súbita vontade de ligar para Audrey depois da cena que ela havia flagrado. Estava muito animada com tudo que estava acontecendo em sua vida amorosa e queria conversar com uma amiga. Entretanto precisaria esperar chegar ao hospital, pois quando pegou o celular percebeu que a bateria estava para acabar.
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YOLO - Só se vive uma vez
Fiksi PenggemarDr. Watson disse certa vez que normal e bem são termos relativos quando se trata dos Holmes, e o mesmo parece valer para quem frequenta o 221B da Rua Baker. Rosie iniciou a vida escolar, ainda contando com sua babá, Audrey, que conseguiu um lugar pe...