Audrey deixou o livro de receitas sobre a mesa da cozinha, e começou a abrir os armários para conferir se tinha em casa tudo o que precisava para preparar a macarronada que imaginou.
Sherlock deixou Rosie na sala entretida com jogo de tabuleiro onde ela precisava usar as peças e construir um caminho para Chapeuzinho Vermelho chegar à casa da vovó e outro para afastar o Lobo Mau de lá, e caminhou até a amiga, ansioso para saber o verdadeiro estado de John.
Enquanto memorizava a lista de compras, a mulher explicou para ele que o ferimento havia sido mais extenso do que o amigo imaginava, mas realmente não parecia ser grave.
Ela informou que havia feito uma massagem com gel anti-inflamatório nas costas dele e por isso havia demorado a descer. Quando Audrey disse que tinha uma foto da contusão no celular, Sherlock pediu para ver.
— Está bloqueado — comentou o homem ao receber o aparelho.
— Como se isso fosse problema para você — retrucou Audrey rindo enquanto abria a porta da geladeira. — É numérico, o dia que eu cheguei aqui.
Sherlock desbloqueou imediatamente o aparelho.
— Você lembra. — Ela sorriu enquanto pegava um pedaço de papel e uma caneta para anotar o que iria precisar.
Eram muitas coisas para confiar apenas em sua memória. Se tivesse certeza que a senhora Hudson estava em casa, poderia pedir a ela e fazer várias viagens caso esquecesse algo, mas se ela ainda não tivesse voltado da viagem, precisaria ir ao mercado comprar. Nesse caso, uma única viagem seria melhor.
— Gosto de saber tudo sobre os meus amigos — respondeu Sherlock sorrindo ao olhar para o papel de parede na tela do celular da mulher antes de abrir a galeria de imagens. — E eu perguntei para ele se tinha sido grave — comentou com o semblante preocupado.
— Realmente parece ser superficial, mas o John com certeza deve ter sentido mais dor do que deixou transparecer — informou a mulher parando de frente para o amigo com os braços cruzados. — Por que ele tem tanta dificuldade de admitir quando precisa de ajuda?
— Até hoje não consegui encontrar uma explicação satisfatória. — Ele devolveu o celular para a amiga.
— Com explicação ou sem, vou continuar cuidando dele — afirmou Audrey determinada. — Vou ao mercado, você precisa de alguma coisa?
— Não, — respondeu Sherlock. — O que você vai buscar?
— Esse caso que vocês resolveram me deu vontade de comer uma macarronada, — explicou ela indo até a sala. — Quer ir passear comigo, pequena? — perguntou para Rosie que na mesma hora aceitou o convite.
A mulher se abaixou na frente da menina e vestiu um suéter vermelho de lã estampado com padrão Fair Isle e gola alta nela antes de levantar e segurar sua mãozinha.
— Sherlock, manda mensagem pra Molly e convida ela para vir jantar com a gente — disse saindo pela porta da sala.
— Audrey, — o homem saiu pela porta da cozinha e interceptou a amiga no corredor. — Toma, leva isso — ele esticou a mão com seu cartão de crédito.
— Não precisa, Sherlock, — respondeu ela. — Eu tenho dinheiro aqui comigo.
— Faço questão — insistiu ele. — Quero contribuir de alguma forma.
A mulher pegou o cartão de crédito da mão dele.
— Lembra a senha? — quis saber Sherlock.
— Quando é sobre meus amigos minha memória não falha — respondeu ela.
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YOLO - Só se vive uma vez
FanfictionDr. Watson disse certa vez que normal e bem são termos relativos quando se trata dos Holmes, e o mesmo parece valer para quem frequenta o 221B da Rua Baker. Rosie iniciou a vida escolar, ainda contando com sua babá, Audrey, que conseguiu um lugar pe...