Capítulo 43 - Mar de mentiras

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Sherlock e John estavam sentados na sala do 221B da Rua Baker à espera de clientes. Depois de terminar de atender os pacientes que tinha no hospital de manhã, o médico pôde dedicar o resto do dia ao seu passatempo favorito.

Assim que o detetive despachou o cliente que vinha recebendo mensagens de um parente falecido pedindo para esconder quantias de dinheiro em lugares específicos, revelando se tratar de uma brincadeira sem graça de seus colegas de trabalho, pôde falar com o amigo sobre o ocorrido do dia anterior.

— Imagino que você tenha procurado o nome desse tal Dennis na internet. — Sherlock foi direto ao ponto.

— Sim, — respondeu John sem muita vontade.

— E encontrou alguma coisa? — perguntou ele sentando em sua poltrona de frente para o amigo.

— Na verdade não. Ele não tem perfil em nenhuma rede social ou qualquer outra informação a não ser o registro no site do Aquário de Londres como membro da equipe.

— Bom, sobre isso ele não mentiu — afirmou o detetive. — Mas está longe de ser o suficiente.

— Eu sei, mas a Audrey estava tão animada hoje de manhã, que eu não tive coragem de mencionar isso para ela.

— Todo mundo tem perfil em algum lugar, quer dizer, menos eu, mas eu...

— Você tem Twitter, Sherlock.

— Verdade, mas faz tempo que não uso. E o blog — continuou. — Mas, todos que eu conheço têm perfil em algum lugar cheio de fotos, — ele revirou os olhos.

— A não ser que ele prefira privacidade — sugeriu John.

— Prefira ou precise dela, — inquiriu o detetive juntando as mãos em sua pose clássica apoiando os dedos indicadores no queixo. — A Audrey evita publicar fotos em que o rosto dela apareça nítido e em destaque porque tem medo de ser reconhecida. Ela mesma confirmou quando eu perguntei.

— Acha que ele está escondendo algo? — John começou a ficar preocupado.

— Se estiver, é algo muito relevante. Ou pode ser só por privacidade, como você disse... — Sherlock ficou de pé e caminhou até a lareira. — Se for isso, não há problema.

— Precisamos fazer alguma coisa a respeito — disse John em um tom firme.

— Por enquanto acho melhor esperar. Talvez não passe de um mergulho no aquário e, portanto, sem motivos para nos preocupar.

— Tem razão, — o homem concordou e relaxou na poltrona enquanto os dois ouviram o toque da campainha. Tinham mais um cliente.

No Aquário de Londres, Dennis olhava com certo assombro a falta de medo de Audrey ao tocar o tubarão lixa mantido no tanque. Ele estava acostumado a levar mulheres naquele passeio e por isso seus colegas não estranharam ao vê-lo com mais uma, mas a reação dela estava bem longe do que ele esperava. O homem começou a imaginar o prazer que teria com ela.

— Por que ele tá aqui? — perguntou ela o interrompendo do devaneio.

— Como?

— Por que o tubarão tá aqui, e não no tanque junto com os outros? — repetiu ela.

— Um dos veterinários percebeu que ele está doente e decidiu pela quarentena.

— Tadinho... — A mulher continuava acariciando o animal achando interessante a textura da pele dele mudar entre áspera e lisa de acordo com a direção em que movia a mão.

Dennis deu uma risadinha com a reação e Audrey imitou o gesto.

— Quer ver como são os aquários?

YOLO - Só se vive uma vezOnde histórias criam vida. Descubra agora