Capítulo 3 - Beije a moça

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Sherlock estacionou o carro em uma das vagas reservadas para visitantes do parque e enquanto ele desligava tudo antes de tirar Rosie da cadeirinha, Audrey pegou uma garrafinha descartável de água gelada dentro da bolsa térmica e caminhou na direção de John. O amigo estava sentado no mesmo banco que ela havia se acomodado algumas vezes.

— Muito cansado? — perguntou a mulher quando se aproximou tomando cuidado para não esbarrar na bicicleta encostada próxima a ele.

— Um pouco. — John cobriu os olhos com uma das mãos ao olhar para cima por conta do sol. — Obrigado — agradeceu ele pegando a garrafinha e bebendo em um só gole os 500 ml de água, o que o deixou ofegante ao terminar.

— Quer que eu pegue outra? — perguntou Audrey.

— Agora não, obrigado — ele sorriu e tampou a garrafa vazia.

— Então, qual o próximo passo?

— Procuramos uma ponte de onde você possa ter caído dentro do canal — respondeu Sherlock se aproximando e colocando Rosie no chão.

A mulher imediatamente segurou a mão dela.

Deixa, Audie — reclamou a menina tentando de soltar.

Ela se abaixou para olhar nos olhos da pequena.

— Você promete que vai ficar perto da gente sem correr?

Pometo — garantiu a menina.

Confiando nela, Audrey deixou Rosie andar livre, mas em poucos minutos e com o espaço disponível, a criança começou a correr.

— Rosamund, o que você prometeu para a Audrey? — perguntou John elevando um pouco o tom de voz.

A menina reduziu a velocidade dos seus passos e ficou emburrada sem olhar para o pai. Sherlock acompanhava, sem interferir, a dinâmica dos amigos com a afilhada.

O excesso de proteção era justificado por conta dos inúmeros obstáculos do terreno, incluindo a mureta baixa das pontes que interligavam as duas áreas do parque separadas pelo canal. Esse detalhe inclusive servia perfeitamente para explicar como Audrey havia caído dentro d'água.

— Docinho, olha para mim. — A mulher se abaixou perto de Rosie segurando a mãozinha dela interrompendo sua caminhada.

Ela sorriu quando viu o rostinho emburrado da menina e precisou resistir à vontade de apertar as bochechas dela.

— Tá vendo essa marquinha na minha testa? — perguntou Audrey apontando para a cicatriz. — Foi aqui que eu machuquei. Doeu bastante e saiu até sangue.

Rosie arregalou os olhos com a informação.

— Foi o papai quem me encontrou, — ela olhou para John que havia parado de andar para esperar a conversa com a filha, assim como o amigo. — Me levou para a casa do Sherlock, — a mulher acompanhou o olhar da menina para o padrinho. — E cuidou de mim. Lembra que foi onde você me conheceu?

Lembo... — concordou Rosie.

— Por isso não pode correr aqui.

— Você tava correno?

— Não, — Audrey sorriu. — Tava andando de bicicleta sem capacete. — A mulher apontou para o objeto sobre a cabeça de John. — Também não pode, porque você machuca muito se cair.

— Não correr mais — garantiu a pequena.

Audrey deu um beijo na bochecha de Rosie antes de se levantar.

— Não me sinto bem mentindo para ela — declarou a mulher com um sussurro entre Sherlock e John.

— Bom, pelo menos você garantiu que essa história vai se espalhar — comentou o pai enquanto sorria à esquerda da amiga, pois se havia algo que Rosie estava cada vez gostando mais de fazer era falar.

YOLO - Só se vive uma vezOnde histórias criam vida. Descubra agora