Sherlock estacionou o carro em uma das vagas reservadas para visitantes do parque e enquanto ele desligava tudo antes de tirar Rosie da cadeirinha, Audrey pegou uma garrafinha descartável de água gelada dentro da bolsa térmica e caminhou na direção de John. O amigo estava sentado no mesmo banco que ela havia se acomodado algumas vezes.
— Muito cansado? — perguntou a mulher quando se aproximou tomando cuidado para não esbarrar na bicicleta encostada próxima a ele.
— Um pouco. — John cobriu os olhos com uma das mãos ao olhar para cima por conta do sol. — Obrigado — agradeceu ele pegando a garrafinha e bebendo em um só gole os 500 ml de água, o que o deixou ofegante ao terminar.
— Quer que eu pegue outra? — perguntou Audrey.
— Agora não, obrigado — ele sorriu e tampou a garrafa vazia.
— Então, qual o próximo passo?
— Procuramos uma ponte de onde você possa ter caído dentro do canal — respondeu Sherlock se aproximando e colocando Rosie no chão.
A mulher imediatamente segurou a mão dela.
— Deixa, Audie — reclamou a menina tentando de soltar.
Ela se abaixou para olhar nos olhos da pequena.
— Você promete que vai ficar perto da gente sem correr?
— Pometo — garantiu a menina.
Confiando nela, Audrey deixou Rosie andar livre, mas em poucos minutos e com o espaço disponível, a criança começou a correr.
— Rosamund, o que você prometeu para a Audrey? — perguntou John elevando um pouco o tom de voz.
A menina reduziu a velocidade dos seus passos e ficou emburrada sem olhar para o pai. Sherlock acompanhava, sem interferir, a dinâmica dos amigos com a afilhada.
O excesso de proteção era justificado por conta dos inúmeros obstáculos do terreno, incluindo a mureta baixa das pontes que interligavam as duas áreas do parque separadas pelo canal. Esse detalhe inclusive servia perfeitamente para explicar como Audrey havia caído dentro d'água.
— Docinho, olha para mim. — A mulher se abaixou perto de Rosie segurando a mãozinha dela interrompendo sua caminhada.
Ela sorriu quando viu o rostinho emburrado da menina e precisou resistir à vontade de apertar as bochechas dela.
— Tá vendo essa marquinha na minha testa? — perguntou Audrey apontando para a cicatriz. — Foi aqui que eu machuquei. Doeu bastante e saiu até sangue.
Rosie arregalou os olhos com a informação.
— Foi o papai quem me encontrou, — ela olhou para John que havia parado de andar para esperar a conversa com a filha, assim como o amigo. — Me levou para a casa do Sherlock, — a mulher acompanhou o olhar da menina para o padrinho. — E cuidou de mim. Lembra que foi onde você me conheceu?
— Lembo... — concordou Rosie.
— Por isso não pode correr aqui.
— Você tava correno?
— Não, — Audrey sorriu. — Tava andando de bicicleta sem capacete. — A mulher apontou para o objeto sobre a cabeça de John. — Também não pode, porque você machuca muito se cair.
— Não vô correr mais — garantiu a pequena.
Audrey deu um beijo na bochecha de Rosie antes de se levantar.
— Não me sinto bem mentindo para ela — declarou a mulher com um sussurro entre Sherlock e John.
— Bom, pelo menos você garantiu que essa história vai se espalhar — comentou o pai enquanto sorria à esquerda da amiga, pois se havia algo que Rosie estava cada vez gostando mais de fazer era falar.
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YOLO - Só se vive uma vez
FanfictionDr. Watson disse certa vez que normal e bem são termos relativos quando se trata dos Holmes, e o mesmo parece valer para quem frequenta o 221B da Rua Baker. Rosie iniciou a vida escolar, ainda contando com sua babá, Audrey, que conseguiu um lugar pe...