O dia estava se despedindo quando Sherlock e John chegaram à estação em Londres. Ao invés de seguir de táxi até a casa de Molly, os dois concordaram em ir para a Rua Baker e John ligou para Audrey para informar as mudanças de planos.
A mulher ficou contente pelos amigos estarem de volta e assim que terminou a ligação informou à menina que o pai havia chegado e que precisavam juntar seus pertences para ir embora.
Audrey avisou para Molly o que estava acontecendo e a amiga disse que passaria na Rua Baker assim que seu turno terminasse. Ela também pediu para a amiga deixar comida e água fresca para Toby e que trancasse bem todas as portas e janelas.
Molly ainda tinha traumas de quando haviam invadido seu apartamento e envenenado seu bichinho de estimação com intuito de tirá-la de casa para poder instalar as câmeras por ordem de Eurus.
— Quando eu estava falando sobre a joia no trem, faltou uma parte do que eu queria dizer — informou Sherlock acomodado no banco de trás do táxi ao lado do amigo. — Você merece receber pelo trabalho tanto quando eu. Vou pedir para o joalheiro avaliar e te pago a metade do valor.
— Bobagem — declarou John. — A aventura já foi pagamento suficiente.
A situação do médico havia melhorado bastante quando ele passou a fazer parte do quadro de funcionários do Barts atendendo pacientes como clínico geral e fazendo pequenas cirurgias. Somado às suas economias da pensão militar, John finalmente havia conquistado uma vida financeira confortável.
— Tem certeza? — quis saber Sherlock.
— Absoluta — confirmou John sem deixar de pensar no livro que trazia na mala.
Óbvio que o valor dele era infinitamente menor do que o da joia, mas o sorriso de Audrey para ele valia muito mais do que qualquer quantia em dinheiro.
Os dois chegaram primeiro ao 221B da Rua Baker e John deixou sua mala no hall de entrada perto da porta. Não havia motivo para levar o objeto até o andar de cima, já que assim que a amiga chegasse com seu carro ele planejava ir embora para casa para poder descansar.
Quando Audrey chegou com Rosie, mal conseguiu conter a empolgação da menina que queria subir correndo as escadas para reencontrar o pai e o padrinho. A mulher tirou do carro apenas a sua bagagem, já que a da menina seria descarregada em casa, e a acompanhou escada acima.
Rosie gritou de alegria quando chegou à sala e encontrou Sherlock e John sentados em suas poltronas visivelmente exaustos da aventura. Ela ficou em pé olhando para os dois na dúvida de quem abraçaria primeiro e decidiu iniciar uma sessão de revezamento de abraços que hora eram para o pai e em seguida para o padrinho.
Audrey cumprimentou os amigos depois de deixar a mala perto da porta rindo com a reação da menina.
— Ainda bem que vocês não demoraram pra voltar — disse a mulher enquanto Rosie descia do colo de Sherlock, escalava as pernas de John e passava os braços ao redor do pescoço do pai com carinho.
John não conseguiu disfarçar a dor quando a filha segurou com um pouco mais de força em seu ombro. Audrey olhou para os dois amigos tentando entender o que estava acontecendo e se lembrou do pequeno acidente que John havia sofrido.
— Dá um último abraço no seu padrinho que nós vamos para casa. — John deu a ordem para a filha.
— Só mais um poquinho, papai. — Rosie desceu do colo dele e correu para Sherlock.
— Não, Rosie. O papai está muito cansado da viagem e precisa descansar — informou ele.
— E como você pretende conter toda essa energia? — perguntou Audrey sentando no braço da poltrona onde John estava. — Ela não vai deixar você dormir agora. Ainda está muito cedo...
VOCÊ ESTÁ LENDO
YOLO - Só se vive uma vez
FanfictionDr. Watson disse certa vez que normal e bem são termos relativos quando se trata dos Holmes, e o mesmo parece valer para quem frequenta o 221B da Rua Baker. Rosie iniciou a vida escolar, ainda contando com sua babá, Audrey, que conseguiu um lugar pe...