Capítulo 25 - Hipótese do amor

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Em Londres, na casa de Molly, a sessão de cinema havia acabado de terminar assim como a tigela de pipoca, as balas de gelatina e os chocolates que Audrey comprou para Rosie. A babá sabia que a menina não deveria ingerir tanto açúcar, mas não imaginou que haveria problema aquilo acontecer uma vez ou outra.

No entanto, ela só percebeu que tinha exagerado quando, mesmo já tendo passado da hora de dormir, Rosie ainda não demonstrava sinal de cansaço.

— Papai não vai voltar hoje? — perguntou a pequena pouco depois que o filme terminou querendo conferir se tinha entendido corretamente a ligação feita pelo pai mais cedo.

— Não, meu docinho — respondeu Audrey acariciando os cachinhos dela. — Mas amanhã ele vai estar aqui — garantiu a babá. — Você está com saudade dele, não é?

Rosie, sentada entre as duas mulheres no sofá da sala, apenas concordou com um aceno de cabeça.

— Eu também — revelou Audrey antes de dar um beijo na testa dela. — Mas logo você resolve isso, agora vai brincar mais um pouquinho.

A babá ajudou a menina a descer para o chão, e Rosie saiu em busca do gato da madrinha que nem sempre dava atenção para ela, mas se esqueceu dele ao ver seus brinquedos espalhados pelo chão da cozinha.

Molly ficou olhando a afilhada por alguns minutos até Audrey dizer seu nome solicitando sua atenção. A mulher esperou até que a amiga olhasse para ela para começar a falar.

— O que tá acontecendo com Sherlock?

— Me fiz essa pergunta várias vezes nos últimos meses, mas não ainda não consegui nenhuma resposta satisfatória — lamentou ela com um suspiro.

— Acha que ele pode tá apaixonado por você? — perguntou Audrey animada.

— Já pensei nessa hipótese, mas não quis nutrir falsas esperanças. — Ela sorriu sem animação — Deve ser algum experimento dele...

A mulher balançou a cabeça em negativa. — Não acho que o Sherlock seria capaz de fazer isso com você.

— Bem, isso é verdade. — O sorriso de Molly saiu com mais confiança de que podia descartar a hipótese de ser algum tipo de experimento. — Mas uma vez eu acreditei que ele seria capaz.

— Como assim? — Audrey dobrou as pernas uma sobre a outra e se virou de frente para ela ficando de costas para a cozinha.

Molly, no entanto, percebeu que havia falado demais e não poderia revelar tudo, pois a amiga ainda não havia sido informada da existência de Eurus Holmes.

— Tem detalhes que não são só seus nessa história, não é? — disse Audrey compreendendo. — Tudo bem. Quem sou eu para pedir que as pessoas revelem seus segredos quando minha própria vida depende de um.

— Não tem problema você saber, tenho certeza que não compartilharia com ninguém, mas acho que o Sherlock é quem deveria fazer isso... — Molly sorriu se virando de frente para a amiga em uma posição espelhada à dela. — Mas eu posso te contar o que aconteceu.

Sem contar sobre a situação por trás da ligação de Sherlock para ela, e sem mencionar nada sobre Eurus, a mulher descreveu o experimento pelo qual a irmã dele obrigou os dois a passar.

Em seguida, contou quando o amigo veio até a casa dela esclarecer nunca ter sido a sua intenção machucá-la e fora coagido a fazer o que fez, mas percebeu, quando falou que a amava, o real significado do que sentia. Sherlock admitiu ter ficado tão perplexo por não ter percebido antes que precisou repetir para ele mesmo uma segunda vez.

— Meu Deus, Molly! — Audrey sentiu um aperto no peito durante todo o relato, com pena dos dois amigos, mas o final agridoce trouxe um alívio reconfortante. — E porque vocês não engataram um romance? Desculpa se eu estiver sendo indiscreta.

YOLO - Só se vive uma vezOnde histórias criam vida. Descubra agora