Os quatro amigos seguiram para o Aqua Shard. Quando chegaram, Sherlock se identificou e, assim que a reserva em seu nome foi encontrada, conduzido pela hostess junto com o grupo até uma mesa redonda circundada por quatro cadeiras acolchoadas ao lado da parede de vidro de onde era possível ter uma bela vista da cidade.
Audrey ficou um bom tempo em silêncio apreciando o panorama e lembrou imediatamente da comemoração de seu aniversário com John no ano anterior no hotel Chesterfield Mayfair ficando feliz por essa ter sido sua primeira lembrança ao pensar no evento. Realmente a ideia deles de criar boas memórias estava funcionando.
Pouco depois de se acomodarem, um garçom trouxe os cardápios e eles escolheram um vinho para tomar enquanto esperariam pela comida. Quando todos decidiram o que iriam comer, os pedidos foram anotados e o garçom os deixou sozinhos.
— Espero que ninguém acorde na cadeia — provocou Audrey por Sherlock ter decidido beber com eles.
— Vejo que você já foi informada do restante da história — retrucou o homem na cadeira do lado oposto ao dela de costas para a parede de vidro.
— Por uma testemunha ocular do vexame. — Ela riu enquanto segurava o braço de John sentado à sua direita. — Relaxa... pelo que percebi naquela noite na boate, não faria muito diferente. Eu me empolgo com facilidade.
Audrey percebeu que Molly, à sua esquerda e ao lado de Sherlock, já não prestava mais atenção nela desde a menção da noite em que haviam saído para dançar e ela sabia o motivo. Ela olhou para John e riu antes de retomar a provocação.
— Olha, eu sei que é meu aniversário, mas se quiserem um jantar mais íntimo, eu e o John podemos tentar encontrar outra mesa.
Antes que o namorado dissesse o que havia pensado, Molly colou seus lábios no dele como se estivesse embarcando na brincadeira da amiga. Ela percebeu a sugestão que Sherlock quase fez, e sabia que se ele tivesse falado não haveria retorno. O homem compreendeu a mensagem e ficou grato pela atitude dela.
— Noah era meu amigo e eu o amava. Sinto que ele me amava também, mas não da mesma forma, e ambos tínhamos certeza disso.
O grupo demorou alguns segundos para compreender que Audrey estava falando da memória que havia recuperado algumas horas mais cedo. Estavam espantados pela forma como a amiga estava relembrando inclusive nomes que nunca haviam aparecido em qualquer lugar da investigação ou sequer sido mencionados.
— Não é como se a gente tivesse passado anos evitando o sentimento... — Ela sorriu olhando para Sherlock que retribuiu sem constrangimento antes de olhar para Molly também com um sorriso. — Nós tínhamos consciência do que sentíamos e eu poderia ter seguido com o plano dos meus pais, me casado com ele e tentado fazê-lo feliz, mas ficaria arrasada se não conseguisse...
(...)
Depois de encontrar Noah chorando pela terceira vez, Catherine tomou sua decisão. Ela nunca conseguiria se livrar de Raymond e Barbara De Santi, mas queria dar ao amigo a chance de tentar. Os pais dele, apesar de tão mal intencionados quanto os dela, já davam sinais que queriam desistir do "filho mais novo que só causa desgosto", nas palavras deles.— Noah, você sabe que eu amo você, mas seu coração sempre foi da Diana e não meu... — Ela sentou ao lado dele na borda da piscina e colocou os pés dentro d'água o imitando.
— Cath... — sussurrou o jovem loiro de olhos claros.
— Eu não vou deixar meus pais arrastarem você pra essa insanidade. — Catherine evitava falar muito alto.
Noah a olhou surpreso.
— Eu não vou me casar com você — sussurrou ela no ouvido esquerdo dele.
— Catherine, isso pode ser perigoso!
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YOLO - Só se vive uma vez
FanfictionDr. Watson disse certa vez que normal e bem são termos relativos quando se trata dos Holmes, e o mesmo parece valer para quem frequenta o 221B da Rua Baker. Rosie iniciou a vida escolar, ainda contando com sua babá, Audrey, que conseguiu um lugar pe...