Definitivamente a dica tinha a ver com temperos usados para preparar o molho de uma macarronada. Com aquilo em mente, Sherlock pediu à Anissa que o levasse até onde a avó costumava cultivar, e também onde guardava os condimentos, ciente que a pista poderia estar tanto entre especiarias frescas quanto nas armazenadas.
A primeira busca, no quintal, não deu resultado e a segunda, dentro da cozinha parecia estar indo pelo mesmo caminho até que o detetive parou subitamente o que estava fazendo.
— Não! — exclamou ele assustando os três ajudantes. — Não está aqui!
— Então onde está? — perguntou John um pouco cansado enquanto tentava disfarçar a dor pela pancada que levara no dia anterior. Com o exercício e passado o efeito dos analgésicos que havia tomado antes de sair do hotel, estava cada vez mais difícil esconder.
— Procurar entre os temperos frescos não foi uma má ideia, mas na caixa havia um almofariz com pistilo, isso geralmente fica guardado numa cozinha, não faz sentido aqui. Não seria algo tão específico, planejado... — o detetive saiu andando e foi seguido pelo grupo.
— Na biblioteca? — perguntou Arthur parando ao lado dele na porta.
— As pistas são relacionadas e estão nos indicando uma receita, então é por ela que devemos procurar agora. — Sherlock entrou no grande aposento com prateleiras de livros que iam até o teto.
— Sua avó gostava muito de livros de receitas? — perguntou John já imaginando o tempo que levariam analisando cada espaço da biblioteca.
— Um pouco, John — Anissa deu uma risadinha irônica enquanto passava por ele.
— Okay, pode ser uma caixa, uma pista escrita ou qualquer outra coisa, então... — disse Sherlock suspirando.
— Precisamos olhar todos os livros de receitas e as estantes onde eles estão — completou John.
— Isso! — concordou o detetive satisfeito.
Um sorriso apareceu no rosto do homem, mas desmanchou rapidamente quando ele pensou no esforço físico que seria exigido naquela tarefa.
Anissa percebeu e, imaginando que o desânimo repentino provavelmente estava relacionado ao acidente ocorrido na dispensa, ofereceu a John a possibilidade se acomodar na cadeira acolchoada que havia embaixo de uma das janelas e folhear os livros sobre a mesa à sua frente. Ele sorriu e aceitou de bom grado a sugestão.
Sherlock, no entanto, não queria saber de ficar parado em um lugar olhando livros e subiu na escada que havia acoplada à mobília e deslizava com ela horizontalmente na frente da estante verificando em cada nicho se encontrava algo que não deveria pertencer ao local.
Os quatro passaram mais de uma hora na biblioteca procurando algo que poderia levá-los até a próxima pista ou quem sabe talvez a própria herança de Genevive. Obviamente a atividade era cansativa e a animação do grupo foi diminuindo aos poucos.
Quando se recostou na mesa para descansar, Anissa observou John olhar com interesse para um dos livros e inclusive fotografar algumas páginas com seu celular.
— Encontrou alguma coisa? — perguntou ela curiosa.
— Hã? — John não havia percebido que estava sendo observado. — Na verdade sim, mas não tem a ver com o que estamos procurando — respondeu ele sorrindo. — Eu tenho uma amiga que gosta muito de cozinhar e acho que ela vai gostar das receitas desse livro. Inclusive porque algumas são doces de festa e ela está organizando o aniversário de 4 anos da minha filha.
— Pode levar o livro para você — disse Anissa. — Eu sou uma negação na cozinha — admitiu ela rindo.
— Obrigado! — O sorriso no rosto de John acompanhou o brilho que havia em seus olhos. — Ela vai adorar o presente!
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YOLO - Só se vive uma vez
FanficDr. Watson disse certa vez que normal e bem são termos relativos quando se trata dos Holmes, e o mesmo parece valer para quem frequenta o 221B da Rua Baker. Rosie iniciou a vida escolar, ainda contando com sua babá, Audrey, que conseguiu um lugar pe...