— Você tentou me avisar sobre o champanhe, não foi? — John perguntou a Sherlock, enquanto Rosie estava distraída com Audrey na cozinha mostrando a ela tudo o que havia ganhado dos padrinhos e contando como havia sido o passeio dos três.
— Como ela reagiu? — O homem sorriu pelo amigo ter conseguido perceber a dica, apesar de não ter sido a tempo de desistir do complemento.
— A Audrey parece inabalável às vezes, — ele olhou para amiga interagindo com a filha no outro cômodo. — Consegue ver o lado positivo das coisas usando a lógica, sabe. Chegou à conclusão que o crime dos pais foi o passaporte dela para fora daquele sofrimento.
— Não é à toa que é uma boa companhia — comentou Sherlock sentado em sua poltrona.
— Não foi sua primeira opinião quando ela chegou aqui — provocou John que continuava em pé.
— Desnorteada, ferida e sem memória. Como eu iria analisar a personalidade dela naquelas condições? Já você se prontificou em cuidar dela, porque é o seu jeito de tratar as pessoas. — Ele posicionou os indicadores juntos embaixo do queixo em sua pose clássica. — O que não esperava é que ela fosse retribuir cuidando de você da forma que ela faz.
John olhou sério para o amigo.
— Não estou te repreendendo — avisou Sherlock. — Nem vou continuar insistindo no que você deve ou não fazer. A decisão é sua e eu duvido muito que vai encontrar uma mulher que cuide da Rosie com o mesmo carinho que ela.
Os dois olharam para a cozinha onde Audrey estava com a menina no colo enquanto a pequena segurava um copo com água sobre os lábios. As duas sorriram ao perceberem que estavam sendo observadas.
John ficou tentado a pensar no assunto, mas foi por pouco tempo. Não queria correr o risco de ser um cônjuge ruim e estava convencido que a amiga merecia alguém melhor do que ele conseguiria ser.
(...)
Com a lembrança do aniversário, outra coisa ocorreu a Audrey. Um ano antes, naquela mesma época, havia sido sua ida à ginecologista. Apesar da experiência um pouco traumática, surgiu uma motivação para ela querer se consultar com a profissional novamente e por isso a mulher marcou o primeiro horário que encontrou disponível.Felizmente, a segunda visita foi bem menos traumática, mas ela levou um tempo até conseguir contar a alguém a conversa que teve durante a consulta. Audrey, no entanto, precisava compartilhar aquele segredo e a revelação ocorreu durante um passeio com Molly pelo Sky Garden no final de semana de folga das duas.
Depois de admirarem e tirarem várias fotos com os espécimes vegetais que ornamentavam o jardim no topo do Walkie Talkie, prédio localizado no centro financeiro de Londres, tendo a bela cidade como plano de fundo, elas encontraram um sofá confortável e vazio para descansar um pouco.
— Será que a Rosie já veio aqui? — perguntou Audrey. — Ela iria adorar o passeio.
— Mesmo que já tenha vindo, aposto que ela vai gostar de vir com você! — disse Molly.
— Quando ela não está muito cansada depois da aula gosto de fazer um pequeno passeio antes de ir para casa com ela. John inclusive acha que a atividade extra ajuda ela a pegar no sono com mais facilidade.
As amigas sorriram uma para a outra.
— Achei lindo esse seu bracelete — elogiou Molly apontando para o pulso direito da amiga.
Com o calor do local, climatizado para as variedades de espécies vegetais mediterrâneas e sul-africanas, e a caminhada, Audrey havia tirado o casaco, minutos antes de se sentar expondo o objeto.
VOCÊ ESTÁ LENDO
YOLO - Só se vive uma vez
FanfictionDr. Watson disse certa vez que normal e bem são termos relativos quando se trata dos Holmes, e o mesmo parece valer para quem frequenta o 221B da Rua Baker. Rosie iniciou a vida escolar, ainda contando com sua babá, Audrey, que conseguiu um lugar pe...