Audrey não quis invadir ainda mais a privacidade do amigo respondendo a mensagem, então pegou o próprio celular deixando o de John sobre a mesinha de centro para fazer isso.
"Rosie está doente e John está cuidando dela. Saiu pra comprar remédio e esqueceu o celular em casa. - AM" — escreveu e enviou.
A resposta dele chegou em poucos segundos.
"Estou com a Molly no Barts, daqui a pouco chegamos aí".
— O padrinho e a madrinha vão vir ver você — informou Audrey à Rosie depois de sentar de novo no sofá e colocar a cabeça dela sobre seu colo.
John voltou com uma pequena sacola com dois frascos. Um maior com antitérmico e um menor que Audrey não sabia do que era.
— Sherlock mandou uma mensagem para você, deve fazer uns 20 minutos — informou a mulher quando o amigo colocou a sacola entre os dois celulares sobre a mesinha. — Contei o que está acontecendo e ele disse que tá vindo pra cá com a Molly.
John apenas sorriu sem acrescentar nada e caminhou para o lavabo onde higienizou as mãos com água e sabão antes de voltar para a sala e pegar o frasco menor.
— Talvez você precise fazer aquilo de novo — disse ele enquanto girava a tampa quebrando o lacre do recipiente. — Rosie, papai precisa pingar umas gotinhas na sua orelha que tá doendo... — explicou ele tanto para a filha quanto para a amiga, sentando no sofá ao lado das pernas da menina ainda deitada.
Rosie rapidamente se encolheu no colo de Audrey que suspirou percebendo que John estava certo sobre ela precisar ser contida mais uma vez.
— Amorzinho, se você ficar quieta o papai pinga o remédio rapidinho e acaba — argumentou a mulher, mas a menina já havia coberto as orelhas com as mãos e se recusava a ouvir.
John desviou o olhar tão insatisfeito quanto Audrey pela situação que provocaria mais uma vez. Audrey esticou o braço e apertou o ombro esquerdo dele em apoio. Depois, novamente com todo carinho, ela ajeitou Rosie sobre seu colo com a orelha esquerda exposta e a cabeça imobilizada para que John pudesse agir.
Da mesma forma que antes, a menina chorou e gritou, porém sem conseguir mexer nem as pernas dessa vez, já que o corpo do pai estava comprimindo as duas contra o encosto do sofá enquanto ele se inclinava na direção de Audrey.
— Deixa ela um pouquinho nessa posição para o remédio não voltar — pediu o médico enquanto fechava o frasco antes de deixá-lo sobre a mesa à sua frente.
A mulher acariciava e beijava a menina, mas a queixa de Rosie parecia ainda mais sofrida do que antes. Aparentemente dessa vez o procedimento havia causado dor.
— Já vai melhorar. — John também acariciava a filha quando os dois ouviram as batidas à porta. — Pode entrar — respondeu o homem já sabendo quem era.
Usando sua cópia da chave, Sherlock abriu a porta e, assim como Molly, ficou paralisado olhando a cena que encontraram. Ambos de coração partido vendo o esforço de Audrey balançando o corpo para frente e para traz na tentativa de acalmar Rosie em prantos com a ajuda de John.
— Vocês estão pensando em ter filhos? — perguntou o pai em seu tom irônico tradicional olhando para os amigos.
Audrey não conseguiu conter o riso pela pergunta feita ao casal com algumas semanas de namoro.
— John! — disse ela usando a mão direita para puxar de leve a orelha do amigo que sorriu com o gesto. — Pequena, olha quem chegou — continuou Audrey para Rosie.
O rostinho vermelho e molhado pelas lágrimas escondido contra o peito da mulher se revelou comovendo todos os presentes mais uma vez.
— Oi, minha linda! — Molly se abaixou na frente da afilhada.
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YOLO - Só se vive uma vez
FanfictionDr. Watson disse certa vez que normal e bem são termos relativos quando se trata dos Holmes, e o mesmo parece valer para quem frequenta o 221B da Rua Baker. Rosie iniciou a vida escolar, ainda contando com sua babá, Audrey, que conseguiu um lugar pe...