Capítulo 02

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Alfonso finalmente tinha conseguido um tempo em sua agenda corrida, estava terminando de se aprontar pro jantar, ele ajeitava sua grvata na frente do espelho quando seu filho Daniel surgiu atrás dele.

-Vamos logo ou iremos nos atrasar. -Pediu o menino pela milésima vez.

-A culpa é sua por me avisar das coisas em cima da hora, sabendo perfeitamente o quanto sou ocupado. Sabe quantas coisas eu tive que deixar de fazer para ir nesse jantar?. -Perguntou Alfonso impaciente enquanto via o filho revirava os olhos.

-Eu avisei duas vezes, não tenho culpa se somente certos assuntos mereça sua atenção. Agora podemos ir ou não?. -Perguntou o menino mais uma vez.

-Vamos, quanto mais cedo eu me submeter a isso, mais cedo volto para as minhas obrigações.

Alfonso então pegou seus pertences e desceu para andar de baixo na companhia do filho, avisou para a empregada que não precisava pôr a mesa do jantar e fora para a garagem.

-Na minha ausência, é você quem cuida disso aqui, Perez, não me desaponte!. -Ele pediu ao chefe de segurança da casa e logo após, entrou em um de seus carros com o filho. O motorista se acomodou na frente enquanto os outros dois se sentaram atrás.

-Você não me falou nada sobre a família dessa garota. -Observou Alfonso.

-A gente nunca conversou sobre a Manu e eu prefiro que continue assim por enquanto. Você nunca deu bola para os meus relacionamentos, não precisa ser agora.  -Disse o menino um pouco nervoso.

-Eu sei que não sou o pai mais presente do mundo, mas você entende que eu faço isso por você, né?. -Perguntou Alfonso.

-Claro. -Daniel não acreditava muito no que o pai acabara de dizer mas preferiu não render o assunto.

O restante do caminho fora em um total silêncio, Alfonso não sabia o endereço novo de Anahi e isso ajudou para que ele não tivesse um ataque e forçasse o motorista a mudar a rota.

-Chegamos, é aqui. -Avisou Dani quando o motorista parou enfrente a uma enorme mansão com muros brancos.

-Ótimo, vamos logo com isso. -Suspirou Alfonso pegando uma arma que estava escondida no teto do carro.

-O que você pensa que está fazendo?. -Perguntou o menino tirando a arma da mão do pai. -Não vai entrar com isso lá.

-Eu não posso andar por aí desprotegido, já é um perigo a gente estar andando por aqui sem meus seguranças que você pediu pra eu não trazer. -Alegou Alfonso.

-Você não vai entrar com isso, eles não são uma ameaça!. -Garantiu o menino.

-Eu não tenho tanta certeza já que você nunca me deu informação alguma sobre eles. Me devolve isso!. -Alfonso tentou pegar a arma de volta, sem sucesso.

-Não! Se eu tivesse dado sequer os nomes você teria pesquisado tudo sobre eles, como faz com todos que se aproximam de nós. Pelo menos uma vez na vida, vamos tentar fingir que somos normais!. -Pediu o menino.

-Me dá essa merda, Daniel!. -Pediu Alfonso aparentando mais calma e quando o menino lhe entregou a arma, ele lhe deu um tapa na cabeça. -Estava carregada!

...

Dentro da casa, no andar de cima, Anahi travava uma dura batalha entre optar pelo par de brincos dourado ou o prata. Manuela já estava quase tendo um "treco" tentando apressar a mãe, sabia que estava prestes a acontecer a terceira guerra mundial quando as famílias fossem "apresentadas" mas pretendia ainda assim, lutar contra tudo que fosse preciso para ficar com Daniel.

-Mãe, anda logo, eles já chegaram!. -A menina apressava. -Qualquer brinco vai ficar bonito, anda, por favor!. -A menina já não sabia mais o que fazer.

-Eu não estou tão atrasada, seu pai nem chegou ainda. -Se defendeu Anahi.

-Isso porque ele também está atrasado! Por favor, se apresse! Eu vou descer para receber eles. -Avisou a menina saindo apressada da suíte da mãe.

...

-Que gente mau educada, nem para nos receber foram pontuais. -Reclamou Alfonso já dentro da casa. Daniel e Alfonso foram levados até a sala de estar e era onde estavam agora. Os dois de pé, analisando a arte da casa que não havia nenhum retrato de família, estranho porém, Alfonso não questionou. Daniel fora quem lembrou a namorada de tirar tudo que evidenciasse antes da hora quem residia naquela casa.

-Oi, desculpem a demora. -Manuela desceu as escadas de pressa. -Oi, Dani. -A Garota dera um beijo na bochecha do namorado.

-Oi, Manu. Esse é meu pai, Alfonso Herrera. -Apresentou o menino. -Pai essa é a Manuela.

-É um prazer conhece-lo, sr. Herrera!. -A menina estendeu a mão que fora apertada por Alfonso.

-O prazer é todo meu, mas não precisamos ser tão formais. Fico feliz em finalmente conhecer você. -Dissera Alfonso que sentiu algo famíliar no azul dos olhos da menina, como se ela o lembrasse alguém do passado, mas fora incapaz de dizer quem já que a memória não ficara tão clara em sua mente.

-Fiquem a vontade, podem se sentar!.-Ela permitiu e eles então se sentaram.

-Espero que estejam com fome pois irão provar o melhor pato que já comeram. -Brincou a menina tentando amenizar a tensão no ar.

-E seus pais?. -Perguntou Alfonso vendo logo depois seu filho o repreender com o olhar.

-Desculpe por isso, eles não costumam ser pontuais, mas eu imagino que não vão demorar. -Garantiu a menina se desculpando.

-Pronto, já estou aqui! Desculpem a demora. -Anahi descera as escadas falando sem se dar conta de quem estava ali na sua sala de estar.

Assim que ouvira a voz de Anahi, todos se levantaram. Daniel ficou na defensiva, esperando a pior das reações do pai enquanto Manuela ansiava pela reação da mãe, a menina não sabia nem o que esperar. A verdade era que os dois jovens sabiam apenas da guerra entre as famílias, nem suspeitavam que ali já existira um romance.

Assim que os olhos de Anahi se chocou com os de Alfonso, fora como se o mundo parasse abruptamente de girar, suas pernas tremiam e fora como se seu corpo tivesse esquecido como fazia para funcionar.

Com ele não era muito diferente, assim que que cruzou o castanho esverdeado com o azul intenso, ele por alguns segundos se esqueceu como respirava. O mundo parecia funcionar em camera lenta e por breves segundos, ele se esqueceu o quanto odiava a família PUENTE, na verdade, ele até se lembrou o quanto fora bom amar uma certa PUENTE um dia..

...

Por Nossos Filhos - AyAOnde histórias criam vida. Descubra agora