Capítulo 19

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Já era manhã e os flashes de luzes entrava no quarto através da cortina quando Anahi fora abrindo os olhos e despertando.

No quarto tinha um perfume familiar e ela sentia que apesar de estar deitada de bruços, não estava deitada sozinha. Então ela virou o rosto lentamente para o outro lado e deu um salto na cama quando vira Alfonso dormindo bem ali ao seu lado.

Ele se assustara com o sobressalto que ela dera e consequentemente acabou acordando também.

-Merda!. -Ele xingou vendo a expressão de assustada dela.

-Que merda você está fazendo aqui?. -Ela perguntou se cobrindo com o cobertor apesar de estar vestida com o babydoll. 

-Calma, eu posso explicar!. -Ele tentava acalma-la em vão. Sabia que Anahi era um vulcão prestes a entrar em erupção.

-Por favor, não me diga que a gente dormiu junto. -Ela pediu de uma forma que fez ele se sentir ofendido.

-E é claro que você não se lembra de nada. -Ele negou com a cabeça incrédulo apesar de ter contado com essa possibilidade ontem a noite. Ele só não esperava que ficaria chateado com isso.

-Não, a gente não dormiu junto! Eu encontrei você bêbada ontem com um cara, eu não confiava nele sozinho com você então eu ia ficar até você dormir, depois eu ia embora. -Ele explicou.

-Então por que dormiu aqui?. -Ela quis saber. 

-Porque você pediu para eu ficar. -Ele respondeu ríspido mas ela não acreditou tanto assim nessa versão.

-Eu não me lembro disso. -Ela dissera.

-Aposto que tem mais uma série de coisas que você também não se lembra. -Ele disse se levantando. -Pode ficar tranquila, vou ficar bem longe.

Alfonso recolheu suas roupas, as vestiu e saiu do quarto irritado.

-Merda!. -Anahi xingou depois que ficou sozinha. 

Depois de um longo suspiro, Anahi se levantou e fora tomar um banho. Ela lavou os cabelos e tirou todo o sal do mar de ontem a noite que ainda estava em seu corpo.

E fora durante o banho que todas as lembranças de ontem a noite viera como um furacão para lhe assombrar. Ela lembrou de como Alfonso a protegeu e cuidou dela mesmo sem ter obrigação nenhuma. Também se lembrou dele a seguindo no mar, de como teve coragem para beija-lo e de como o chantageou logo em seguida para que ele a beijasse. Mesmo que estivesse bêbada naquele momento, ela agora se lembrava perfeitamente de como fora sentir o doce dos lábios dele, mesmo que naquele instante estivesse salgado com a água do mar que os tocaram antes dela.

-Merda! Merda! Merda!. -Ela xingava. Odiando o fato de finalmente reconhecer que ainda gostava dele e também, por se lembrar que em algum  momento, confessou isso a ele ontem.

Depois do banho tomado, Anahi fora para o quarto se vestir e quando notou as roupas dobradas e arrumadas sobre o sofá, se lembrou que tinha deixado tudo bagunçado. Ela suspirou ao perceber que fora Alfonso quem arrumou.

Depois de se vestir, cuidar da pele e dos cabelos, Anahi estava pronta para ir tomar seu café da manhã quando o celular tocou. Ela decidiu que atenderia no caminho.

-Oi, querida. -Ela dissera quando atendeu e ouviu a voz de sua filha do outro lado da linha.

Anahi caminhava pela ponte, usava uma saia longa e um top que deixava sua barriga a mostra. Os cabelos estavam soltos e no rosto, um par de óculos escuros protegia seus olhos da claridade já que sua cabeça estava latejando depois das bebidas de ontem.

-Conheço essa voz. Bebeu todas ontem?. -Perguntou a menina.

-Bebi mais do que deveria. -Confessou Anahi.

-Acompanhada?. -Quis saber a menina.

-É. -Fora tudo o que Anahi dissera.

-Então tem aproveitado? Fico feliz em saber. Qual o nome dele?. -A menina se mostrava empolgada.

Anahi pensou se deveria mesmo responder aquela pergunta mas quando se deu conta, já tinha respondido.

-Pablo.

-Humm. E como ele é?.

-Eu te conto tudo mais tarde. Agora quero saber se está tudo bem com você e como andam as coisas por aí. -Anahi sentiu a necessidade de mudar de assunto, ou do contrário, acabaria dando informações demais.

-Eu estou bem, está tudo sob controle por aqui, não se preocupe. Conversei com o papai, ainda estou chateada com ele mas nós conversamos e voltamos a nos falar. -Explicou a menina.

-Que bom, fico feliz em ouvir isso. -Anahi fora sincera. -Depois temos que marcar uma viagem em família, seu pai, você e eu. Acha que conseguimos ficar um fim de semana sem nos matar? -Ela brincou.

-Acho difícil, mas eu me esforçaria. -Ela brincou de volta. -Agora vou desligar pra te deixar aproveitar mais desse lugar maravilhoso.

-Obrigada, filha. Te amo, até mais tarde. -Anahi se despediu.

-Também te amo. Beijo. -Ela se despediu e a ligação fora encerrada.

Anahi caminhou até um dos restaurantes do hotel e continuou com seus óculos escuros, sua cabeça latejava a cada passo que ela dava e parece que de repente todo barulho ou ruído se tornou extremamente irritante.

Ela então se sentou em uma mesa afastada e massageou as têmporas para ver se assim, aliviava sua dor.

-Bom dia, flor do dia!. -Dissera Pablo se sentando em sua frente.

-Oi. -Anahi respondeu e tirou os óculos. -Me lembre de nunca mais tomar lagoa azul. -Ela pediu.

-Eu tentei te impedir de pelo menos os três últimos copos. -Ele se defendeu. -Você costuma ser teimosa, sabia?.

-Sabia. -Ela lamentou. -Mas obrigada pela tentativa.

-E aquele cara de ontem... você tinha dito que era seu ex?. -Ele perguntou e ela confirmou. -É recente? Ele parecia bem apegado a você. Desculpa a intromissão, se não quiser responder, não precisa.

-Não, tudo bem. Ele é meu ex sim, e não é recente. Na verdade nós namoramos antes mesmo de eu ter uma filha, então pode imaginar que isso foi a muito tempo. -Ela suspirou.

-Entendi. Ontem pareceu algo recente, como se ainda tivessem apego um ao outro. -Dissera Pablo. -Confesso que eu senti um pouco de ciúme. -Ele brincou e ela riu.

-Foi uma relação complicada, eu ainda gostava dele quando terminamos e as vezes acho que ele também gostava. Faz pouco tempo que nossas vidas se cruzou de novo e tudo virou uma bagunça. -Ela nem percebeu que estava desabafando.

-Acho que ele ainda gosta de você, não acho que foi coincidência ele também estar aqui. Talvez ele tenha vindo só para te ver, o que também é bem estranho, acho que beira a psicopatia. -Ele brincou novamente e ela riu outra vez.

-Eu acho que foi só coincidência, hoje em dia ele na verdade me odeia. -Ela contou.

-Se ele te odiasse não estaria aqui, muito menos teria cuidado de você ontem. -Observou Pablo.

-Ele deve ter feito isso por algum outro motivo. -Ela dera de ombros. -Mas não quero falar disso agora, já tomou seu café da manhã?

-Não, na verdade eu também acabei de chegar.

-Então vamos tomar café juntos, se não tiver planos agora. -Ela sugeriu.

-Estou livre agora. -Ele dera de ombros.

-Tudo bem, então vamos pedir alguma coisa. -Anahi ligou a câmera do seu celular para escanear o qr code onde apresentava todo o menu do restaurante.

-Fiquei sabendo que mais tarde um grupo de pessoas vão fazer um mergulho em uma outra ilha aqui perto. Topa ir?. -Ele perguntou.

-Estou morrendo de dor de cabeça, mas eu prometo que se passar, eu vou, afinal, te devo uma depois de ontem. -Ela dissera envergonhada e ele sorriu.

-Eu vou cobrar. -Ele avisou.

...

Por Nossos Filhos - AyAOnde histórias criam vida. Descubra agora