Capítulo 121

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O dia da viagem para o Brasil tinha enfim chegado, e o percurso de avião, até tinha sido tranquilo. Depois de horas de viagem, estavam todos cansados e ansiosos para chegarem ao hotel e finalmente poderem se instalar. Toda a burocracia de hospedagem fora organizada por Miguel, já que o restante da família ficou ocupado com outros assuntos, ou estavam ocupados naquele momento com outros assuntos, então essa parte acabou sobrando para o rapaz.

Já era noite, já estavam na Bahia, Estado brasileiro, que era o primeiro destino da família.

Estavam todos em uma van, junto ao motorista de aplicativo que tinham pedido ao chegarem no aeroporto. O homem alto e moreno de aparentemente uns 25 anos, dirigia para o endereço que lhe foi entregue por Miguel.

Nas duas semanas que antecederam a viagem, a família teve boas aulas de português e até conseguiam iniciar algumas conversas ou pedir coisas simples. Eles entendiam melhor do que falavam, mas já era um bom avanço, e quando tinham alguma dúvida, o Google tradutor era bastante útil.

-Eu sei que já responderam isso duas vezes, mas eu vou ter que perguntar de novo. -Anunciou o motorista. -Vocês tem mesmo certeza de que o endereço é esse?

-Miguel, pelo amor de Deus, onde fica esse hotel que você arrumou? -Perguntou Anahi impaciente, ela já estava enjoada dentro daquela van, onde estavam por mais de quarenta minutos, desde que chegaram no aeroporto.

-Eu nunca vim aqui. -Ele se defendeu. -Mas o endereço que me deram é esse! -Respondeu revirando os olhos. Ele já tinha mesmo respondido essa mesma pergunta antes e já começava a ficar impaciente com a desconfiança dos demais, visto que ele não achava que tinha qualquer culpa sobre aquela situação.

-Estou perguntando porque eu nunca soube de nenhum hotel por aqui. -Esclareceu o motorista, entrando em uma rua.

-Você tem certeza que entrou na rua certa, Carlo? -Perguntou Miguel vendo que, naquela rua sem saída não havia nada além de terrenos vazios e algumas casas abandonadas, isso sem mencionar o breu que estava, já que só havia um poste de luz fraca.

-Carlos. -Corrigiu o motorista. -E sim, essa é a rua. -Ele parou a van.

-Eu não vou sair dessa van. -Alegou Manuela sem tentar esconder seu receio em pisar naquela rua escura.

-Eu também vou me recusar, não parece seguro. -Dissera Daniel ao lado da menina, enquanto olhavam pela janela.

-Amor, eu estou enjoada. -Choramingou Anahi para Alfonso que estava no banco ao seu lado.

-Calma, bebê. Já passa. -Ele acariciou os cabelos da noiva.

-Amor, tem certeza que esse é o lugar? -Perguntou Rodrigo.

-É o endereço que me deram! -Ele bufou descendo da van, e analisando a sua volta. Definitivamente aquele não era um endereço de hotel.

O motorista também desceu e também olhou à sua volta, antes de fazer mais uma pergunta.

-Vocês já pagaram o hotel? -Quis saber Carlos.

-Claro que já, pagamos os dias adiantados. -Respondeu Miguel impaciente.

-Parabéns, acho que caíram em um golpe. -O homem comemorou com ironia. E viu Miguel pôr as mãos na cintura antes de bufar pela enésima vez.

-Por que não disse desde o início que aqui não tinha nenhum hotel? -Perguntou Rodrigo, depois de também descer da van.

-Não me culpem, eu perguntei várias vezes se vocês tinham certeza do endereço. -Carlos se defendeu.

-Você é brasileiro, a gente não! -Contestou Miguel.

Por Nossos Filhos - AyAOnde histórias criam vida. Descubra agora