Capítulo 38

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-O quê tanto anda te deixando estressada? Tem tão pouco tempo que fizera uma viagem! -Questionou Manuela quando passaram pela porta de entrada, que dava acesso a sala de estar da casa de Anahi.

Rodrigo dirigiu o próprio carro e levou Anahi para o hospital, apenas a filha deles os acompanhou, e depois de algumas horas de exames, o diagnóstico para o desmaio de Anahi fora um acúmulo de estresse. Ela tivera alta logo depois de receber medicação.

-É sério mesmo que eu preciso explicar alguma coisa?. -Perguntou Anahi irônica.

-Deixe a sua mãe descansar, Manuella! Você ouviu os médicos, ela precisa de repouso e não de mais estresse!. -Dissera Rodrigo cansado. O dia havia sido desgastante para ele também.

-Você também não achou tudo estranho? -Perguntou a menina ao pai. -Viu como o Alfonso chamou ela pelo apelido? Viu como ele ficou preocupado?.

-Isso, conversem como se eu não estivesse aqui porque na verdade, eu não estou!. -Dissera Anahi subindo as escadas.

-Annie... -Chamou Rodrigo em vão.

-Esqueçam que eu existo por pelo menos esta noite! Vocês todos são o motivo do meu estresse!. -Ela dissera por fim antes de sumir da vista deles.

Anahi entrou em seu próprio quarto e trancou a porta do mesmo. Ela fora direto para a frente da penteadeira. Seu visual ainda estava impecável, assim como o penteado. Nem parecia que ela havia desmaiado horas atrás.

Com um demaquilante e algodão, Anahi removeu toda a sua maquigem. Ela também retirou todos os acessórios que usava e os guardou em seu devido lugar. A trança também fora desfeita e depois de fazer um coque, ela fora tomar um banho rápido.

Quando se deitou em sua cama, com sua cabeça latejando de dor, ela suspirou um pouco aliviada por aquele dia desastroso ter chegado ao fim.

Quando acordou no carro, horas atrás, ainda a caminho do hospital, Manuela acabou contando tudo o que Alfonso fizera, de como se preocupou, de como a chamou pelo apelido como se fossem amigos íntimos e a menina também pediu explicações que Anahi não dera naquele momento.

Manuela estava muito desconfiada e uma hora ou outra, Anahi teria que contar logo para a menina tudo o que aconteceu no passado entre seu atual sogro e sua mãe. A verdade era que Anahi só tinha escondido tudo até hoje, pois tinha medo da reação da filha, se ela resolvesse se afastar dela, a loira não sabia nem o que faria, mas teria que reconhecer que dera motivos para tal possível reação.

Para piorar tudo, agora sua filha estava noiva e, o relacionamento que Anahi tinha certeza que não ia durar, seria jurado "até que a morte os separe", diante de um padre no altar.

O urso ponny estava na cama com a loira, ela não queria dormir com ele esta noite, não gostaria de sentir o cheiro do perfume de Alfonso enquanto caía no sono pois assim, ela sabia que teria grandes chances do moreno aparecer em seus pesadelos.

Então ela pegou o urso, abriu o zíper e tirou o celular de dentro. Como ela imaginou, tinha várias mensagens de Alfonso preocupado, então ela fora lendo uma por uma.

"Oi. Quando puder, me avise sobre seu estado de saúde"

"Eu me ofereci para te levar ao hospital e talvez sua filha agora esteja desconfiada de alguma coisa. Desculpe por isso."

"Talvez eu também tenha te chamado pelo apelido na frente dela. Desculpe por isso também"

"Desculpa mesmo, eu realmente fiquei preocupado com vc"

Anahi suspirou antes de enviar:

"Estou bem, foi só acúmulo de estresse"

E não demorou muito para o celular vibrar em sua mão, alertando uma nova mensagem, fora tão rápido que ela podia apostar que ele já estava com o celular em mãos, esperando uma resposta desde que enviara a primeira mensagem.

"Menos mal, que bom que não foi algo mais grave."

Logo Anahi digitou:

"Só mandei mensagem pq sabia que estaria preocupado. Nossos filhos vão se casar, eu estava errada e, pelo visto, vai ser um relacionamento duradouro. Então pelo bem da minha e da sua saúde mental, é bom a gente se afastar de vez. Não vou te dizer um "adeus" porque das outras vezes não funcionou e dada as circunstâncias, talvez a gente ainda se veja em mais alguns almoços ou jantares em "família". Então é isso, não me mande mais mensagens, não me procure e nem tenta entrar em contato se não for nada realmente necessário ou sobre a minha filha."

Anahi esperou alguns minutos, mas a resposta não veio, talvez fosse até melhor assim. Ela então desligou o celular prometendo a si mesma que daria um fim nele logo, o guardou de volta no urso e guardou o mesmo em seu closet.

Voltando a se deitar, ela apagou a luz do abajur, se acomodou na cama e fechou os olhos esperando o cansaço tomar conta de seu corpo até que ela pegasse no sono.

Fora rápido para ela pegar no sono, mas diferente do que ela imaginou, não precisou dormir sentindo o cheiro do ex para ele invadir seus pesadelos. Então algumas horas depois de ter conseguido dormir, Anahi acordou assustada quando seu subconsciente criou uma imagem de Alfonso sendo baleado no peito por Enrique.

Ela olhou as horas em seu celular: 05:48AM. Ela revirou os olhos e suspirou antes de levantar. Quando desceu as escadas e vira Manuela de coque, vestida de seu roupão e sentada no sofá, achou estranho. Mas não perguntou nada. A TV estava ligada, mas ela parecia tão distraída que Anahi duvidara se ela estava realmente prestando atenção.

Anahi fora para a cozinha, pegou com copo com água, colocou um pouco de açúcar e misturou no copo. Ela ainda estava nervosa com o pesadelo então aquilo poderia ajudar.

Ela voltou para a sala e se sentou perto de Manuela que só então, percebeu que não estava sozinha.

-Não consegue dormir?. -Perguntou Anahi. A menina negou e ela suspirou.

-Foi uma noite.... um tanto fora do comum, até mesmo para essa família. -Dissera a menina.

Anahi suspirou e passou o minuto seguinte em completo silêncio, ela estava travando uma batalha interna entre razão e emoção sobre um assunto. Só no minuto seguinte ela decidiu ouvir um dos lados.

-Vou te contar uma coisa. -Dissera Anahi depois de outro longo suspiro. -Talvez você me odeie daqui em diante, mas pelo menos vai esclarecer muitas dúvidas que você tem, e talvez tudo faça mais sentido na sua cabeça.

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Por Nossos Filhos - AyAOnde histórias criam vida. Descubra agora