Capítulo 123

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A manhã estava ensolarada em Salvador (BA). A van de Carlos que ocupava a família Portilla Herrera Ruíz López, se movia suavemente pelas ruas que já ganhavam um certo movimento devido à proximidade dos dias festivos de carnaval no país todo.

Chegaram na avenida que ficava o hotel e já podiam ver a praia que ficava bem em frente. 

-As pessoas aqui costumam usar tão pouca roupa assim sempre ou é só para o carnaval? -Perguntou Miguel curioso, enquanto observava pela janela.

-Estamos na beira da praia e essa é a vestimenta da praia. -Comentou Carlos ao volante.

-Aqui faz tanto calor que eu andaria pelada. -Diz Manuela recebendo um olhar repreensivo dos seus três pais ao mesmo tempo. -Brincadeira. -Ela diz em seguida.

-Bom que seja mesmo. -Dissera Rodrigo.

-Vocês vão ficar quantos dias aqui? -Perguntou Carlos. -Vão curtir os trios elétricos, pretendem ir aos desfiles em São Paulo e no Rio de Janeiro?

-Ainda não decidimos, mas provavelmente iremos fazer tudo. -Contou Anahi com empolgação.

-Vão aguentar o ritmo? Brasileiros são festeiros e são dias seguidos de muitas festas. -Alertou.

-Vamos aguentar. -Garantiu Alfonso confiante.

Quando chegaram ao hotel, tiveram que se despedir de Carlos, todos agradeceram imensamente ao baiano pela hospitalidade e por receberem em sua casa.

Conseguir quartos em um hotel chique, às vésperas de um feriado importante e em um lugar turístico seria uma tarefa difícil para meros mortais, mas para a família que tinha muito dinheiro, as coisas eram um pouco menos complicadas. Logo conseguiram três quartos, dois com cama de casal para os dois casais, e um outro com duas camas de solteiro que ficara para Manuela e Daniel.

Cada dupla se acomodou em seu devido quarto. Como não queriam mais incomodar a família que os recebeu na noite anterior, resolveram que só tomariam outro banho quando chegassem ao hotel e assim foi feito.
Também estavam cansados da viagem e da noite mal dormida, então optaram por descansar e só saíram a passeio pela noite.

Como estava uma noite quente, a família usava roupas leves. As meninas usavam shorts jeans e regatas, enquanto os meninos usavam bermuda e camisa.

Estavam andando pela areia quando avistaram uma roda musical de arrocha ao lado de um quiosque. Se aproximaram e ali além dos músicos cantando e tocando, havia um número em torno de trinta pessoas dançando e bebendo. Era um arrocha de ritmo lento, o cantor tinha a voz suave e vários casais dançavam juntos, de corpos colados.

De início, a família ficou apenas observando enquanto além dos cantores, a maioria das pessoas ali cantavam juntos a plenos pulmões, cheios de sentimentos enquanto contavam a história em forma de música.

Era uma roda divertida, a família estava encantada com a dança e como os demais ali se moviam no ritmo da música. Não parecia ser um show profissional porque era tudo muito simples, na beira da praia e sem um palco. Mas o som e as vozes eram de qualidade.

-Com licença. -Pediu um rapaz moreno e alto quando se aproximou de Anahi e Alfonso. -Posso tirar ela para dançar?

Anahi olhou para Alfonso que arqueou uma das sobrancelhas olhando para a noiva, antes de virar sua atenção para o homem à sua frente. 

-Com todo respeito, claro. Eu só fiz o convite porque ela parece estar encantada olhando. Vocês são gringos? -Quis saber o homem.

-Somos mexicanos. -Respondeu Anahi. -E sim, eu estou encantada mas eu não sei dançar esse ritmo.

Por Nossos Filhos - AyAOnde histórias criam vida. Descubra agora