Capítulo 25

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Anahi mais uma vez ficou por muito tempo escolhendo o que vestir e acabou optando por um conjunto de saia longa preta, com uma fenda em uma das pernas, e um cropped da mesma cor com decote em V. Ela havia feito a mala para ocasiões na praia, então não tinha trago nenhuma roupa mais formal, e ela estava se culpando por isso.

Os cabelos, ela optou por deixar soltos com ondulações já que ela preferiu não fazer uma escova. A maquiagem estava simples e básica, e nós pés ela usava um salto baixo. Ela então se perfumou, respirou fundo antes de dar mais uma checada no visual e saiu do quarto.

Anahi sorriu quando viu a lua, no alto do céu, iluminando a noite. Era estranho mas ela tinha um frio na barriga a acompanhando desde que começou a se vestir e percebeu que o jantar era real e estava prestes a acontecer.

Quando desceu da ponte, cumprimentou o rapaz que estava parado ali, ele avisou a ela que estava ali para leva-la até o local, então ela o seguiu.

Quando estavam no percurso, ela passou por Pablo que estava em um canto afastado, mas ele nem notara ela passar pois estava conversando com uma outra mulher. Anahi agradeceu mentalmente por ele estar superando o que eles nem chegaram a ter porque geralmente, alguns homens com quem ela saía, eram mais pegajosos.

Anahi fora levada até o restaurante do salão principal, aquela hora da noite o restaurante deveria estar fechado e ele estava, oficialmente. Mas por algum motivo, iriam recebê-los e eles jantariam ali.

O frio na barriga aumentou quando ela vira Alfonso, sorrindo feito bobo ao lado de uma mesa com um pano branco e uma vela. Ela sentiu as pernas ameaçarem falhar mas as forçou a não a abandonarem agora.

Alfonso vestia uma bermuda e camisa polo, ela se sentiu mais confortável quando viu que ele também não vestia roupas formais. Ela não podia ver, mas sabia que também sorria feito boba quando ele caminhou em sua direção.

-Obrigada por trazê-la. -Ele disse ao rapaz mas os olhos estavam grudados em Anahi.

-Foi um prazer. Tenham um bom jantar. -Desejou o rapaz antes de se retirar.

-Como eu imaginei, você está maravilhosa!. -Dissera Alfonso oferecendo o braço.

-Obrigada. -Ela dissera orgulhosa apesar de achar que ainda dava para melhorar o visual se tivesse se preparado melhor para ocasião.

Anahi aceitou o braço de Alfonso e caminhou com ele até a mesa, onde ele afastou a cadeira para ela se sentar e logo em seguida se juntou a ela.

-Gostaria de saber como conseguiu organizar esse jantar tão em cima da hora assim. - Quis saber Anahi que estava impressionada.

-Agradeça por terem nos esquecido naquela ilha. -Ele riu. -Acho que estão fazendo isso em troca do nosso silêncio.

-Eu nunca diria a ninguém que fiquei presa em uma ilha deserta com você. -Ela brincou e ele riu outra vez.

-Seria bem embaraçoso, meu filho acha que estou em uma viagem de negócios agora. -Ele comentou e fora a vez de Anahi rir.

Um garçom se aproximou, pediu licença e serviu duas taças com vinho. Ele deixou a garrafa na mesa antes de se retirar.

-Eu só não sei como vou fazer para voltar a te odiar quando a gente voltar a nossa rotina. -Ele dissera e ela teve que dar um gole no vinho para molhar a boca que de repente tinha ficado seca.

-Mas você nunca me odiou. Aposto que fingiu esse tempo todo. -Ela dissera.

-Eu fingi bem?. -Ele perguntou com um sorriso nos lábios.

-Você é um bom mentiroso!. -Ela dera de ombros e o sorriso dele se alargou. -Mas eu desconfiei que ainda gostava de mim, no dia da festa desastrosa da Manuela, quando todos tinham ido embora e você ficou. Mas primeiro, achei que tinha ficado para rir da minha cara...

-Jamais faria isso.

-Porém, depois eu fiquei com uma leve desconfiança porque você estava tentando me animar. O jeito que você me olhava naquele dia... parecia muito a fim de me beijar. -Ela lembrou.

-E eu estava. -Ele dera de ombros. -Você sempre foi uma mulher linda, mas naquele dia pareceu que eu tinha morrido...

-E ido para o céu?.-Ela deduziu.

-Não. Parecia que eu tinha ido para o inferno, e você era o próprio capeta me tentando. Achei que ficar preso naquele dia com você e mesmo assim, não te ter, seria meu inferno particular. -Ele contou e ela sorriu.

-Poético. -Ela devolveu antes de dar mais um gole no vinho e ver ele dar o seu primeiro.

Um garçom se aproximou com um carrinho e serviu dois pratos que Alfonso tivera o cuidado de escolher antecipadamente.

Durante o jantar conversaram sobre diferentes assuntos, e era incrível como pareciam um velho casal de namorados, ou até amantes vivendo um romance em segredo. O que não poderiam negar era a química inexplicável entre eles que permaneceu durante todo esse tempo, parecia até que tinha aumentado.

Mas no fundo, ambos tinham consciência que todo esse bem estar e essa felicidade em poder disfrutar da companhia um do outro, estava chegando ao fim. Restava apenas algumas horas até eles terem que se separar, e o pior de tudo, é que mesmo assim teriam que se manter por perto um do outro graças ao rumo que suas vidas tomou.

Ter Alfonso por perto e mesmo assim fingir que o odiava, já vinha sendo uma tarefa difícil desde o início, mas era mais fácil tentar odiar ele quando ela pensava que ele a odiava de volta. Agora que sabe que não e, agora depois desse fim de semana, depois dos beijos, das carícias, dos toques.... depois de todo o sentimento que ainda há entre eles voltar à tona, com toda certeza tudo ficaria milhões de vezes ainda pior.

Para ele não seria mais fácil, talvez até seria mais difícil ainda. Anahi pelo menos não sabia o motivo por ele não ter voltado quando prometeu, não sabia quem estava por trás disso tudo.

Alfonso não sabia quanto tempo duraria o relacionamento entre seus filhos, mas tinha certeza que cada minuto que ele fosse forçado a encarar o par de olhos penetrantes de Anahi e fingir que a odiava, quando na verdade sentia o contrário, seria torturante.

Mas essa era uma tortura que pelo menos por enquanto, eles seriam fadados a viver.

...

Por Nossos Filhos - AyAOnde histórias criam vida. Descubra agora