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SAFIRA

Murilo ainda estava aqui, provavelmente na garagem que ficava na lateral da casa e deve ter visto quando sai.

Péssima ideia ter saído em seguida, Safira, sua burra!

Tentei encontrar coragem para abrir minha boca e falar, mas ele tirava todo o meu ar.

Murilo exalava perigo e eu sabia que deveria me manter bem longe.

— O que você quer? — perguntei baixo e olhei para a sua mão prendendo o meu pulso, mas ele não soltou como eu pensei que faria.

Tentei puxar meu pulso, mas ao invés de afrouxar, ele apertou ainda mais e eu gemi de dor.

Franzi meu cenho para ele.

— Acho que não vai querer saber o que eu quero contigo. — arregalei meus olhos.

— Eu tenho que ir. — tentei me soltar de novo e dessa vez ele permitiu.

Assim que consegui ficar livre, olhei para o meu pulso, agora com a marca dos seus dedos nele e esfreguei tentando minimizar a dor.

Murilo olhava, mas não disse nada sobre aqui, nenhum pedido de desculpas, nada.

Ele passou as mãos pelos cabelos e respirou fundo e estranhei ainda mais o seu jeito, querendo fugir dali o mais rápido possível.

— Foi mal aí. — apontou para o meu machucado.

— Você me machucou. — tive coragem o bastante para lhe responder com certa rispidez.

Ele balançou a cabeça, concordando.

— Eu sei. Vou te dar uma carona, entra aí. — apontou com a cabeça para o Corolla branco e eu neguei imediatamente, balançando a cabeça insistentemente.

Não quero entrar em nenhum carro com esse cara.

— Não precisa, eu tenho que passar em um lugar antes. — menti.

Antes que ele voltasse a insistir, me impedindo, caminhei em passos largos e rápidos até o portão, mas antes de eu ter a chance de tocar a maçaneta, ele chegou e pegou meus ombros.

— Ei! Não toca em mim!

Eu já estava zangada com tudo aquilo e então retirei suas mãos de forma brusca dos meus ombros. Talvez eu não tenha pensado direito, mas eu estava farta.

Murilo me olhou antes de soltar um riso nasalado, como se estivesse achando algo muito engraçado, mas seu rosto não estava nenhum pouco amigável.

Eu acho que ele nem sabia o que era um sorriso verdadeiro, sem deboche ou ironia.

— Entra naquele carro.

A calma na voz dele me deixou com mais medo. Talvez um grito fosse melhor.

— Não precisa, eu já disse. — falei mais alto e sem paciência.

— Não perguntei se precisa, caralho. — me pegou pela cintura e me arrastou até o carro, abrindo a porta e me forçando a sentar no banco do passageiro.

Aprisionada pelo Dono do Morro [Série Donos do Morro #2]Onde histórias criam vida. Descubra agora