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MARRETA

Eu entrei no QG chutando a porta, com um nó na garganta que parecia que ia explodir. O conselho do William tinha sido uma porcaria, e agora eu tinha que aguentar aquela merda toda.

– Aí, William! – chamei, eu tava irritado, e ele sabia disso.

O filho da puta tava sentado no sofá, mexendo no celular, como se o mundo inteiro estivesse em paz.

– Que foi, cara? – Ele levantou o olhar. – Deu ruim com a Safira?

Eu soltei um suspiro pesado, esfregando o rosto com as mãos.

– Aquele teu conselho foi tão útil que não fez diferença nenhuma. – Eu bufei, tentando segurar a raiva que subia no peito. – Ela tá querendo ir embora.

William deu de ombros.

– Então é só não deixar.

– Não é tão simples assim, filho da puta. – Falei, tentando manter a calma. – Ela tá mais decidida. Se eu segurar ela aqui à força, ela vai começar a me odiar.

Ele riu, balançando a cabeça.

– E desde quando você liga pra isso, Marreta? Desde quando importa se uma mulher te odeia ou não?

Eu fiquei em silêncio por um momento, encarando ele. Era complicado. A Safira não era como as outras. Não era só uma mulher qualquer que eu poderia largar a qualquer momento.

– Agora é diferente. – Admiti, cruzando os braços, tentando afastar aquele incômodo que sentia no peito. Não era só uma questão de poder. Tinha mais coisa envolvida. Mais coisa do que eu mesmo tava disposto a admitir.

William ergueu uma sobrancelha, o sorriso dele sumindo. Ele me olhou de cima a baixo, como se estivesse me analisando.

– Tá realmente gostando dela, Marreta? – Ele perguntou, o tom de voz mais sério.

Eu balancei a cabeça, frustrado.

– Não sei. – Respondi, e essa era a verdade. Eu realmente não sabia. Era uma bagunça na minha cabeça, e eu não conseguia entender o que tava rolando.

William soltou uma gargalhada, sacudindo a cabeça como se não acreditasse no que ouvia.

– Cadê o Marreta que vivia em orgia, hein? Tá precisando comer uma puta, cara. Tá mudando demais por causa de uma mulher. Não deixa isso acontecer, meu parceiro.

Eu bufei, sem paciência pra esse papo.

– Ela quer ir embora, William. E você tá dizendo que eu devo deixar?

Ele olhou pra mim com uma expressão de deboche, como se a ideia de segurar uma mulher fosse algo tão simples quanto apertar um botão.

Ele sempre teve esse jeito de falar das mulheres, como se fossem só um passatempo, algo que ele podia usar e descartar sem pensar duas vezes. Não era surpresa ele sugerir algo assim, mas dessa vez... dessa vez, a ideia me causava uma irritação que me fazia querer dar um soco na cara dele.

– Se ela quer tanto assim, deixa ela ir, porra. – ele disse, como se fosse a coisa mais simples do mundo. Ele tinha um sorriso sarcástico no rosto, aquele sorriso que sempre me tirava do sério, mas hoje pareceu ainda mais irritante. – Vai atrás da Carla, da Estefane ou de qualquer outra puta e esquece a Safira rapidinho.

Aprisionada pelo Dono do Morro [Série Donos do Morro #2]Onde histórias criam vida. Descubra agora