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SAFIRA

O resto da tarde foi cheio de pequenas tarefas que, de alguma forma, me ajudaram a manter a cabeça ocupada depois da nossa discussão. Passar um pano no chão, limpar a bagunça da casa que Murilo tinha feito.

Como em poucos dias ele tinha conseguido deixar essa casa parecendo um chiqueiro?

– Vou tomar um banho. – Murilo murmurou, a voz cansada.

– Tudo bem. – respondi, assentindo. – Você tá bem? – perguntei, quase sem pensar.

– Tô. – ele disse, sem olhar para trás.

Suspirei e voltei para o almoço. Me sentia burra por estar preocupada até com o que ele iria comer, mas pior seria ir para casa e não conseguir nem dormir, pensando se ele estava bem ou com fome.

– Não é problema meu. – sussurrei para mim mesma, tentando afastar a preocupação. Mas, no fundo, eu sabia que não adiantava.

 Ele subiu as escadas mancando, o tiro na perna ainda afetando seus movimentos, e eu voltei para o almoço. Me sentia burra por estar me preocupando até com o que ele iria comer, mas pior seria ir para casa e não conseguir nem dormir pensando nisso.

O arroz já estava quase no ponto quando ouvi Murilo gritar meu nome lá de cima.

– Já vai.

 Quando cheguei ao quarto, ele estava lá, sem camisa, com a calça desabotoada, e um pedido de ajuda nos olhos.

Parei na porta, meu olhar preso nele por alguns segundos. Ele me olhou com aquele jeito provocador, como se estivesse esperando minha reação, e eu soube que ele sabia o efeito que tinha sobre mim.

– Tá perdida aí, Safira? Qual foi? – perguntou, com um sorriso malicioso. – Não consigo tirar o resto. Me ajuda?

Senti o rosto esquentar e balancei a cabeça, tentando afastar o nervosismo. Me aproximei dele, dizendo que ele devia sentar na cama para eu poder ajudar a tirar a calça. Murilo obedeceu, e quando comecei a baixar a peça, meus olhos se prenderam na boxer azul-marinho que ele usava. Por um instante, deixei meu olhar fixo naquela direção, o desejo correndo pelas minhas veias como fogo.

Percebendo o que estava fazendo, desviei o olhar rapidamente, mas era tarde demais. Murilo notou, e eu podia sentir o sorriso dele sem nem precisar olhar em sua direção.

– Safira. – murmurou, enquanto sua mão deslizava pelo meu ombro, descendo até o meu pescoço. Quando ele agarrou um punhado de cabelo na minha nuca, um arrepio percorreu minha espinha.

– Para com isso. – pedi, mas minha voz saiu fraca, quase como um sussurro. A verdade é que eu não queria que ele parasse. O calor subia pelo meu corpo, e meu coração batia mais rápido.

Ele não disse nada, apenas puxou minha cabeça para mais perto e colou seus lábios nos meus. Um suspiro escapou da minha boca, meus lábios se entreabrindo para ele. Sua língua encontrou a minha, e o beijo se aprofundou, quente, molhado, carregado de necessidade.

– Tô com saudade de você, branquinha. Muita saudade. – ele sussurrou, os lábios roçando nos meus, como se não quisesse perder o contato por um segundo sequer. Sua respiração era pesada.

– Diz pra mim que você também sente? – ele insistiu, a voz rouca. Seus dedos se enredavam mais no meu cabelo, me puxando para ainda mais perto, enquanto sua outra mão descia pela minha cintura, apertando minha pele como se ele precisasse de mim para respirar.

Aprisionada pelo Dono do Morro [Série Donos do Morro #2]Onde histórias criam vida. Descubra agora