40

3.4K 183 10
                                    

SAFIRA

Acordei sentindo o calor do corpo dele colado ao meu e os braços fortes me envolvendo. Ainda meio sonolenta, olhei de relance o relógio na mesa de cabeceira: ainda era cedo demais, mas eu sabia que seria melhor levantar logo.

Hoje era o meu último dia de trabalho antes das férias do Felipe. Ele passaria um tempo na cidade dos parentes da dona Marta, e eu teria um mês e meio para relaxar e resolver coisas pessoais sem me preocupar com o trabalho.

Lentamente, retirei os braços dele de cima de mim e me virei e observei o curativo do ombro. Estava seco e era um bom sinal, pois significava que ele estava se recuperando bem.

Graças a Deus.

Meu olhar percorreu seu abdômen, e um sorriso brincou em meus lábios enquanto eu tocava suavemente os gominhos de sua barriga com a ponta de um dedo. A sensação da pele firme sob meu toque foi tentadora, mas eu precisava me preparar para o dia, então me levantei da cama e fui em direção ao banheiro.

A água quente escorria pelo meu corpo enquanto meus pensamentos vagavam, quando fui interrompida pelo som da porta do banheiro se abrindo. E lá estava Murilo, completamente nu, parado e olhando para mim com um sorriso.

— O que você tá fazendo? — perguntei, enquanto meu coração acelerava. — Tem outro banheiro lá embaixo.

— Eu não quero tomar banho lá embaixo. — disse, chegando mais perto. — Vai ser mais divertido tomar banho com você...

— Você não pode molhar os curativos. — repreendi, desligando rapidamente o chuveiro. — Você tava fazendo isso todo esse tempo? Tomando banho sem nem se preocupar com os curativos?

Ele deu de ombros.

— Não ia ficar tirando e colocando toda vez que fosse tomar banho.

Fiquei boquiaberta, a incredulidade estampada no meu rosto.

— Sério isso, Murilo? — Balancei a cabeça, incrédula. — É um milagre que não tenha infeccionado ainda! — Olhei para o curativo no ombro dele. — Você precisa se cuidar melhor. Não pode ficar fazendo essas coisas.

— É só você cuidar de mim. — Ele respondeu com um meio sorriso, a voz cheia de charme, como se a solução fosse simples assim.

Revirei os olhos, tentando esconder o sorriso que ameaçava surgir.

Me aproximei dele, focada em retirar o curativo do ombro. Meus dedos trabalhavam cuidadosamente, mas eu sentia o olhar dele em mim, como se examinasse cada detalhe do meu rosto.

— O que foi? — perguntei, sem desviar o olhar da minha tarefa.

— Não posso olhar pra você? — ele perguntou, com uma provocação na voz.

Eu balancei a cabeça, rindo baixinho.

— Não desse jeito.

— Tá com vergonha? — Ele riu, a voz cheia de diversão. — A gente tá nu e você fica envergonhada com meu olhar?

Eu corei, desviando o olhar enquanto abaixava para retirar o curativo da perna dele. Senti o toque nos meus cabelos, enquanto ele pegava um punhado e enrolava em seu braço.

— Você não perde tempo, né? — brinquei, ainda ajoelhada à sua frente.

— Tem que saber aproveitar as oportunidades. — ele respondeu, a voz ficando mais rouca. Com o olhar intenso, ele esfregou o polegar nos meus lábios. — Bem que você podia fazer aquilo pra mim. — A sugestão no tom dele era clara.

Aprisionada pelo Dono do Morro [Série Donos do Morro #2]Onde histórias criam vida. Descubra agora