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MARRETA

Ele tinha sequestrado minha irmã e a minha mulher. 

Quando minha mãe soube, ficou histérica. Mas ele ia pagar... todo mundo que tava envolvido nisso ia. 

A Safira e Maíra estavam nas mãos dele, e eu não sabia o que fazer primeiro com o William: se matava ele logo de uma vez ou se fazia questão de torturar até ele implorar pela própria vida.

— Procurem o William em cada canto dessa merda de cidade. — Ordenei com ódio. — Revirem cada rua, cada beco, cada buraco onde ele possa estar. Virem o Rio de Janeiro de cabeça para baixo, se for preciso. Entendam uma coisa: eu não quero esse filho da puta morto, pelo menos não ainda. Se acharem ele, não matem. Me tragam ele vivo, fui claro?

Os homens à minha frente trocaram olhares, percebendo que eu não estava para brincadeiras.

Coringa deu um passo à frente.

— A gente vai fazer o nosso melhor, chefe. — ele disse, mas minha raiva não dava espaço para merda nenhuma.

Eu não queria a porra de uma promessa vazia. Eu queria ação e agora.

— Eu não tô pedindo, Coringa. — Falei, minha voz subindo um pouco mais. — Eu tô mandando. Vocês vão caçar esse filho da puta até não sobrar uma pedra em cima da outra. Eu quero ele vivo, respirando, pra que eu possa olhar nos olhos dele antes de fazer ele engolir a própria língua.

Eles me olharam atentamente.

— Se acharem ele e tentarem matar antes de me entregar, podem ir preparando um caixão pra vocês também. Não quero ninguém descumprindo minha ordem. A situação já tá uma merda, pra ter que lidar com vocês também. — Continuei.

Eu sabia que a mensagem estava clara, que eles entenderam o que eu queria. Não era apenas uma vingança. Era pessoal.

Os homens assentiram e Coringa deu um passo à frente continuou?

— E aí, chefe, o que a Estefane tinha pra contar sobre o William era mesmo importante?

A pergunta me pegou de surpresa, e meu olhar instantaneamente foi para Rafael, que estava ao meu lado. Vi o canto da boca dele ameaçar um sorriso, mas ele logo se recompôs.

Idiota.

— Era só porcaria, nada que ajude a encontrar o desgraçado. — Respondi, tentando desviar o foco do assunto.

Coringa assentiu, parecendo aceitar minha resposta.

— Nunca fui com a cara do William mesmo. Vai ser um prazer ver aquele merda se foder. — Coringa disse, e os outros homens concordaram em uníssono. William nunca foi fácil de lidar, sempre criando intriga no grupo, mas agora todos tinham um motivo real para querer o fim dele.

— Então se esforcem. — Eu disse, minha voz um pouco mais alta. — Vasculhem tudo, porque quem trouxer ele pra mim, vai ser muito bem recompensado, ouviu?

Eles assentiram e começaram a sair da sala, um a um. Assim que o último homem saiu, eu peguei meu celular e disquei o número do Pesadelo.

O telefone tocou uma, duas vezes antes de ele atender.

— O filho do Russo tá com a minha irmã e a minha mulher, caralho! — Disparei sem rodeios.

Houve um silêncio breve do outro lado da linha antes de Pesadelo responder, claramente surpreso.

— Que? O Patrick? — Ele exclamou, e eu pude ouvir ao fundo a voz da Amélia perguntando o que estava acontecendo. Pesadelo se afastou um pouco do telefone, murmurando para ela que estava tudo bem, antes de voltar a falar comigo. — Mas esse cara não tava preso até um dia desses? Como que ele saiu e ninguém soube? Você já sabe onde é o cativeiro, cara?

Aprisionada pelo Dono do Morro [Série Donos do Morro #2]Onde histórias criam vida. Descubra agora