MARRETA
Uma semana depois...
— Sai, porra! — Afastei a mão de Estefane mais uma vez, sem paciência para aquele joguinho ridículo.
Ela soltou um gemido baixo, tentando se fazer de vítima, mas eu não estava nem aí para a cara de coitada que ela fazia. Estefane estava começando a me irritar de verdade, e quando eu ficava irritado, as coisas nunca acabavam bem para quem estava na minha frente.
— Poxa, Murilo... — Ela lamentou, fazendo aquele biquinho que ela achava que me conquistava. Só me dava mais vontade de mandar ela pro inferno.
Murilo? Quem essa desgraçada achava que era?
Eu me virei para ela, deixando claro que a paciência tinha acabado.
— Ficou maluca, desgraçada?! — Encarei ela com raiva, vendo a expressão de surpresa dela. — É Marreta, caralho! — Deixei bem claro.
Ela se atreveu a revirar os olhos, cruzando os braços como se tivesse algum poder ali.
— Mas aquela insossa te chama pelo nome e eu nunca vi você corrigindo ela.
Sem pensar duas vezes, agarrei o braço dela com força, tirando ela com brutalidade do meu colo. Estefane soltou um grito baixo de surpresa enquanto caía no chão, desajeitada e sem graça. Quem ela pensava que era para falar de Safira desse jeito?
A raiva ferveu no meu sangue, e antes que eu pudesse pensar duas vezes, já estava puxando os cabelos dela, forçando a se levantar para que ficasse cara a cara comigo. O medo atravessou os olhos dela, e foi aí que eu soube que ela finalmente entendeu o que tinha feito.
— Acho bom você tirar o nome dela da boca ou então você não vai ter mais língua para falar porra nenhuma. — Minhas palavras saíram afiadas como facas, e vi o pânico crescer nos olhos dela. Estefane assentiu várias vezes, e eu deixei um sorriso frio se espalhar pelo meu rosto. Não tinha nada mais satisfatório do que ver alguém como ela se colocar no seu devido lugar.
— Eu achei que você não se importasse, ela não é ninguém... — Estefane tentou se justificar, sua voz tremendo. Patética. Ela estava tentando escapar da merda que tinha feito, mas era tarde demais.
Todo mundo ao redor estava vendo o que acontecia, mas ninguém tinha coragem de se meter. Sabiam que comigo não se brincava, e que qualquer tentativa de intervenção só ia piorar as coisas. Eles sabiam muito bem como eu lidava com quem me desrespeitava.
— Isso aqui é pra quem acha que pode sair falando merda, entendeu? — Eu falei alto, pra que todos ali ouvissem. Peguei o rosto de Estefane com uma mão, apertando o queixo dela com força.
— Para, por favor... — Ela tentou argumentar, mas eu já estava de saco cheio.
— Cala a boca, vagabunda! — Cortei ela antes que dissesse qualquer coisa. — A minha vida e da Safira não interessa a puta nenhuma, ouviu?
Dei um tapa no rosto de Estefane, vendo ela olhar ao redor enquanto as lágrimas começavam a descer pelo rosto. Ela estava com medo, e era bom que estivesse.
Ela engoliu em seco, tentando segurar o choro, mas não conseguiu.
— Ela é tão importante que ela não está aqui! — Estefane disparou, a voz tremendo de raiva e medo. — Quem fica com você nas festas sou eu e não ela!
— Isso não significa porra nenhuma, isso eu faço com qualquer vadia. — Respondi, a voz carregada de desprezo. Ela achava que só porque eu ficava com ela nas festas, isso significava alguma coisa? Estava mais do que na hora de colocar essa idiota no lugar dela.
— Vadia é aquela... — Estefane começou a falar, mas antes que ela pudesse terminar, minha mão já estava pronta para calar a boca dela.
— Cala a boca, eu já mandei. — Rosnei, puxando ela pelos cabelos mais uma vez, mas dessa vez jogando ela de volta no chão. Estefane caiu de joelhos, chorando baixinho, enquanto tentava recompor o pouco de dignidade que ainda restava nela.
O salão ficou em silêncio, o som das risadas e da música parecendo distante, como se tudo tivesse parado para ver o que eu ia fazer. Estefane chorava no chão, e eu fiquei parado ali, observando ela com desprezo.
Eu não estava nem aí para o que os outros pensavam. Na verdade, quanto mais medo eles tivessem, melhor. Deixava claro quem mandava naquela porra toda. Estefane não era a primeira nem seria a última a aprender do jeito difícil que comigo não se brinca.
Ela olhou para mim, os olhos cheios de lágrimas.
— Você acha que pode se comparar à Safira? — Perguntei, a voz saindo fria e cortante. — Ela é minha mulher, porra! E você... você não é nada. Só uma vadia idiota.
Rosnei aquelas palavras para ela, e eu sabia que elas iam atingir o ego dela como facadas. Estefane começou a balançar a cabeça, tentando negar o que eu tinha acabado de dizer, mas o desespero já estava estampado no rosto dela.
— Eu só... eu só queria... — Ela tentou falar, mas as palavras morreram antes de sair.
— Você só queria o quê? — Pressionei, a voz cheia de ironia. — Queria me provocar? Queria ver até onde você podia ir? Você achou que eu ia te escolher no lugar da Safira? Você é mais burra do que eu pensei.
Ela começou a chorar de verdade, as lágrimas correndo pelo rosto enquanto ela tremia no chão. Eu me aproximei, me abaixando até ficar no nível dela, e segurei o rosto dela com força, fazendo ela olhar direto nos meus olhos.
— Escuta bem o que eu tô dizendo, Estefane. — Minhas palavras saíram devagar, cada uma carregada de ameaça. — Se você falar o nome da Safira mais uma vez, se você tentar se meter entre nós de novo... você vai se arrepender de ter nascido, entendeu?
Ela assentiu desesperadamente, o medo estampado no rosto. Soltei o rosto dela com nojo e me levantei, ajeitando a camisa como se nada tivesse acontecido.
— Sai daqui. — Ordenei, apontando para a porta. — Agora, porra!
Estefane se levantou com dificuldade, as pernas tremendo enquanto ela tentava se recompor. Ela saiu apressada, quase tropeçando nos próprios pés enquanto se afastava. Ninguém ao redor disse uma palavra.
Eu estava cansado dessas vadias achando que podiam me desafiar, que podiam se comparar a Safira. Ela era diferente, era minha, e ninguém, absolutamente ninguém, ia tirar isso de mim. Safira não era uma qualquer, e isso que Estefane nunca ia entender. Ela não merecia nem pronunciar o nome dela.
Me sentei no sofá, ainda sentindo a raiva borbulhando dentro de mim. Safira não estava lá, mas meu pensamento estava fixo nela. Precisava ver ela agora, precisava lembrar a ela quem era o homem que estava ao lado dela, quem era o dono daquele morro, daquela vida que ela tinha. Precisava deixar claro que, apesar de tudo, era eu quem decidia as regras, e essas regras incluíam ela ficar ao meu lado.
Peguei o telefone e disquei o número que eu sabia de cor. A pessoa do outro lado atendeu rápido, e eu não perdi tempo.
— Quero que fique de olho na Safira. — Minhas palavras foram diretas. — Quero saber pra onde ela vai, com quem fala e o que faz. E não demora com essa porra!
Desliguei sem esperar resposta.
Eu tinha ouvido mais do que Safira achava na semana passada.
Eu sabia que ela estava pensando em sair, em sumir, mas isso não ia acontecer. Eu não ia deixar. Se Safira achava que podia me deixar, estava muito enganada.
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Aprisionada pelo Dono do Morro [Série Donos do Morro #2]
RomansaSafira cresceu na favela e nunca teve uma vida fácil. Ela fazia de tudo para ignorar aquela parte tão violenta do que era morar ali. Com a morte recente dos pais, Safira se vê sem rumo na vida. Do outro lado, Murilo, também conhecido com Marreta, er...