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ontem tinha sido o batizado da minha sobrinha, oque consequentemente acabou reunindo toda a família em um grande almoço de domingo. eu e uma prima havíamos sido os padrinhos da criança, eu por ser tio e ela por ser muito próxima do meu irmão, como uma irmã. por conta de todos os jogos e viagens, fiquei muito distante dessa parte da família, estando ausente na maioria das reuniões, oque me fez ficar um bom tempo sem vê-los.
a minha namorada, s/n, que já fazia parte da família, conhecia quase todos, já que estávamos juntos há quatro anos, estava acompanhada por mim, tanto na igreja, quanto na pequena festa que teve depois da celebração. porém, a minha mulher fez questão de no final da festa dar um piti, pois na cabeça dela, essa prima estava dando em cima de mim, e s/n havia passado maior parte do tempo ao seu lado conversando.
nós acabamos nos desentendendo quando chegamos em casa, gerando uma enorme discussão, e por essa razão, acabamos jogando muitas coisas na cara um do outro que nos incomodava no nosso relacionamento, estávamos com os nervos a flor da pele, s/n acabou me chamando de abusivo manipulador, e eu a chamando de louca psicopata.
fomos dormir brigados, eu odiava quando isso acontecia. tentei me desculpar com ela antes de ir pra cama, ambos estavam errados e de cabeça quente, sem pensar no que estavam falando, mas ela era muito cabeça dura para assumir que estava errada.
acordei cedo, com a luz do quarto ligada e sentindo um vazio na cama. ainda com os olhos fechados, passei a mão no local em busca da minha namorada, mas senti apenas aquele tecido gélido. peguei meu celular e liguei o visor, vendo que ainda era 8h40 da manhã, s/n odiava acordar cedo, e eu sabia que ela estava fazendo aquilo apenas para me provocar, pois eu odeio acordar cedo e odeio dormir sem ela ao meu lado.
me levantei e fui até o banheiro do nosso quarto, fiz minha higiene matinal e por fim tomei um banho quente, pois fazia muito frio na terra da garoa. o aquecedor da casa estava ligado, por isso apenas vesti uma calça moletom cinza e uma meia branca, logo saindo do quarto, indo em busca da minha namorada pela nossa casa. escutei o barulho de um talher caindo na cozinha, e assim que cheguei no local vi meu amor passando o café.
- bom dia, amor. - falo abraçando sua cintura por trás e deixando um beijo em seu pescoço, fazendo ela se afastar. - qual foi, s/n?
- pensei que você tinha medo da "louca psicopata".- ela diz irônica, sem parar oque estava fazendo.
- amor, vamos esquecer isso, nós dois estamos errados, agimos de cabeça quente, não precisa disso. - suplico, e ela ainda mantinha sua expressão séria.
- Raphael, você não consegue sustentar uma discussão sem jogar as coisas na cara.
- eu!? - pergunto surpreso. - você citou coisas de dois anos atrás e eu quem jogo as coisas na sua cara?
