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terminava de zerar minha garrafa de dois litros enquanto assistia pela terceira ou quarta vez Keeping Up with the Kardashians, e uma maquiadora passava diversos produtos em meu rosto. eu estava encolhida naquela enorme cadeira profissional giratória, com uma calça moletom cinza, uma blusa de frio na mesma coloração, e meias brancas, enquanto tinha Clara, a minha assessora, reclamando no meu ouvido, porém eu estava impossibilitada de ouvi-la por conta dos fones de ouvido que eu usava.
— se eu fosse a Kourt e tivesse uma irmã igual a Kim, acho que eu mataria ela enquanto estivesse dormindo. — falo tirando meus fones.
— você não ouviu o quê eu estava falando? — Clara me olha através do espelho, e eu apenas sorrio. — um jogador vai vir fotografar com você.
— ah, tá. — falo sem dar muita importância. — não é do Corinthians não, né?
— não, acho que não, se eu não me engano ele é do Santos. enfim, não entendo nada de futebol. — Clara diz se sentando. — e quando acabar aí, faça o favor de ir se trocar, pois acho que ele já deve estar chegando.
— 'tô indo. — falo dando um pulo da cadeira, e indo até o vestiário.
mal me apresentei, deixe-me falar um pouco sobre mim. me chamo s/n, tenho 23 anos, e cresci no interior de São Paulo. desde os meus 8 anos eu sou agenciada, por conta de uma visita em um shopping da capital, fui parada e convidada para tirar algumas fotos. a minha mãe de início não aceitou, pois pensou que pudesse ser tráfico de crianças ou algum golpe, mas depois de tanta insistência da minha parte, ela aceitou.
eu sempre fui muito espontânea e alegre, por conta disso, sempre estive em destaque por cada agência que passava, e assim mais e mais oportunidades surgiam diante de mim, e hoje estou aqui, sendo uma das maiores modelos da capital, e tendo diversos jobs por dia.
calçava uma bota branca, que combinava perfeitamente com a peça de setim e o sobretudo bege que estava sobre meu corpo. peguei o meu celular e a minha melhor amiga, vulgo minha garrafa de dois litros rosa, e sai do vestiário indo até o estúdio, tendo a intenção de terminar toda minha água até o percurso, se eu não tivesse me assustado e me engasgado com o tal "jogador do Santos" que estava em minha frente.
Matheus, também maquiador da equipe, veio correndo até mim para bater em minhas costas na intenção de me desengasgar, oque funcionou.
— s/n, meu amor, esse é o Raphael Veiga, eu confundi, ele não é jogador do Santos, é do Palmeiras. — Clara fala inocentemente.
— jura? — sorrio tímida e olho pro jogador que se segurava pra não rir.
— bom, vamos começar? — Clara pergunta. — só vamos terminar de ajustar os equipamentos e já começamos. — minha assessora fala e eu me sento no sofá que tinha alí.
