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acordei com o barulho irritante do despertador e o peso do braço do meu namorado ao redor do meu corpo, me prendendo na cama. segunda-feira de muito frio em São Paulo e o que eu mais desejava era ficar ao lado do meu Uruguaio durante sua folga, embaixo das cobertas e maratonando filmes e séries, mas o dever me chamava.
levantei cuidadosamente da cama, para que não acordasse Joaquin e segui até o banheiro do nosso quarto, me despindo, prendendo meu cabelo em um coque mal feito e entrando de baixo daquela água quente, ficando cerca de 15 minutos. voltei ao quarto e me vesti, pegando minhas coisas e descendo até a cozinha para preparar meu café.
— vai pra onde? — escuto a voz rouca do meu namorado atrás de mim.
— trabalhar. — respondi simples, me virando e vendo seu rosto amassado e cabelo bagunçado.
— mas hoje é minha folga! — ele desperta.
— eu sei, meu amor, mas não consegui folgar hoje, tenho que entregar um relatório. — explico, me virando novamente pra pia e passando meu café.
— mas s/n, mal nos vemos durante a semana, hoje é minha folga! — ele declarou, o tom de tristeza e revolta era evidente na sua voz.
— Joaquin, amor, entendo sua frustração, mas tenho responsabilidades. podemos aproveitar mais tarde, ok? — falei tentando convencê-lo, mas o mesmo pareceu não se importar.
— é sempre assim. — ele murmura. — você nem se quer tenta arrumar um tempo pra nós dois, sempre me deixa como segundo plano. — Piquerez esbraveja e eu me viro para ele.
— ai, Joaquin, não começa! as coisas não são do jeito que você quer, eu tenho os meus compromissos e não posso parar só porquê o bonito quer. — retruco na mesma intensidade, e Joaquin apenas dá de ombros, saindo e me deixando falar sozinha.
terminei meu café e saí de casa com a tensão ainda no ar. o dia de trabalho foi exaustivo, não só pelas obrigações profissionais, mas também porque a discussão da manhã me atordoava e me deixava sem rumo. no entanto, finalizei meus afazeres e corri para casa, marcando as 18h30 em ponto no meu relógio de pulso, mas claro, com todo aquele trânsito de São Paulo, cheguei em casa às 19h37.
ao abrir a porta de casa, me deparei com Joaquin sentado no sofá, fui recebida por ele com um sorriso doce e arrependido. ele se levantou e veio até mim, me envolvendo em seus braços e beijando o topo da minha cabeça.
— senti sua falta hoje, meu amor. — ele disse. — me desculpa por esta manhã, eu entendo que você tem suas responsabilidades, não quero atrapalhar em nada na sua vida.
— eu também sinto muito, amor. — respondi. — eu deveria ter sido mais compreensiva com sua frustração, sei que nossas vidas são corridas e mal temos tempo pra nós dois.
ele não respondeu, apenas me puxou para um beijo cheio de saudades e sentimentos. por mais que nos desentendemos algumas vezes por motivos fúteis, sempre resolviamos o mais rápido possível. odiava ficar brigada com alguém, principalmente com meu namorado.
tomei um banho rápido e me troquei, indo de encontro a Joaquin, que me esperava na cama com um balde de pipoca e os nossos filmes preferidos para assistirmos. assim terminamos a nossa noite, agarradinhos e trocando beijos e carícias.
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