Pressentimento

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O discurso que o filho do fundador fez parecia durar uma eternidade, tanto que todo mundo conversa entre si e bebia, eu também queria beber um pouco, nem que fosse um golezinho de vinho. Mas o Naru disse pra não beber nada, que sairíamos antes que eu pudesse sentir sede. Então tenho que aguentar mais um pouquinho. Olho para Naruto parecendo concentrando no discurso, ele não queria me olhar porque se não me arrastaria pra um banheiro e estragaria nossas roupas, também não aguentava mais a fofoqueira que se desse um pio provavelmente não receberia uma boa resposta. Mas mesmo evitando me olhar a mão dele não larga minha coxa, sua mão é grande e me aperta com força, isso tá começando a me deixar meio fora de órbita.

Sinto alguém encostar o pé no meu, logo pensei o óbvio, é o Naru, mas é o cara do meu lado. Então afastei meu pé imaginando ser um acidente. Só que se passou um tempo e vi ele pegar um pequeno frasco com um pó, sua mão disfarçadamente encosta no meu copo que foi enchido de vinho mas não tive coragem de beber. Desvio o olhar mas consigo ver sua sombra me encarando e quando olho de novo pra sua mão ela tava subindo em direção ao meu copo. Antes mesmo de eu fazer alguma coisa Naruto colocou a mão no copo cobrindo ele impedido do cara colocar o pó.

Então Naruto tira a mão do copo e toma aquele frasco a força da mão do homem colocando o pó na minha bebida.

— Beba.— Naruto diz com um sorriso mas posso sentir sua raiva só de olhá-lo.

— Eu sinto muito, não sabia que ele estava acompanhado.— Maldito, então se eu estivesse desacompanhando tudo bem me drogar?

— Beba. O que de tão ruim isso pode ter, não é?— Nunca vi um sorriso tão assustador vindo do Naruto e parece que não fui o único a ficar um pouco assustado, com as mãos tremendo o homem pega a bebida e vira em sua boca, Naruto se aproxima um pouco dele.— Tente fazer isso de novo e esmagarei sua cabeça com minhas próprias mãos.

O Naruto já tinha me avisado que é do tipo possessivo, mas por sempre estarmos sozinhos ou só com o Kurama e Aoda eu nunca pude ver essa possessividade em ação, teve aquela vez no escritório que ele parecia querer matar o Obito a todo custo. Ainda bem que não conseguiu. Mas se bem que agora isso foi mais um ato protetor que possessividade, mas é como se eu sentisse que ele está diferente no meio de tantos alfas. Deve ser estressante para um nova espécie, eu me sinto sobrecarregado por só está no meio deles.

Os feromônios me afetariam se meu corpo não estivesse ligado ao Naruto por tanto feromônios que já respirei dele, mesmo assim esses feromônios me incomodam, eu quero ir pro hotel logo. E se esse imbecil do meu lado tentou me drogar na cara dura imagina os mais espertos.

Quero voltar pro hotel.

Chegou um momento que começaram a distribuir pratos de comida mas parecia mais um menu degustação de tão pouco, e eu não podia comer mesmo, então fui junto com o Naruto andar um pouco, no caminho é lógico que encontramos empresários ou seja lá o que essas pessoas fazem.

— Vi seus pais faz pouco tempo. Me impressiona eles parecerem tão jovens, acho que você é igualzinho Uzumaki, tem trinta e pouco com cara de vinte.— Que babação de ovo, falta só ele se ajoelhar e beijar os pés do Naruto.

— O senhor também não está nada mal.— Aquela mentira saudável, na verdade o cara tá horrível, deve ser um fumante trinta anos e enche o cu de cachaça todo final de semana. Se ele viver mais um ano vai ser uma surpresa.

— Vejo que trouxe um acompanhante dessa vez. Seu noivo?

— É sim.

Só posso ter escutado errado.

— Nossa! Meus parabéns! Seus pais devem tá saltando de alegria com esse noivado, de que família você é?

— Uchiha senhor.— Deve ser a primeira vez na noite que falaram comigo.

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