Desespero

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O sangue do Naruto já está deixando meu blaser ensopado e o Kurama dirigindo — por mais que seja rápido — me faz temer por nossas vidas, ele já ultrapassou tantos sinais vermelhos e quase bateu em alguns carros que não sei o que mais me assusta, o Naruto completamente fora de si com um rasgo em sua barriga dizendo que não é nada ou esse motorista que quebrou tantas leis de trânsito que é capaz de nós sermos perseguidos por polícias pensando que estamos em uma fuga. Respiro fundo. Vai tudo dar certo. O Naruto vai ser tratado por novas espécies, pessoas que não vou ter que me preocupar de acabar adiantando a morte dele, mas provavelmente não vão me deixar entrar e talvez ele surte por causa disso, mas se eu pedi direitinho talvez o Naruto faça sem reclamar. Ou isso é ser otimista demais?

"Não preciso de um hospital, eu estou bem meu amor, vamos voltar pro hotel", o Naruto não para de repetir isso, eu sei que ele só está falando isso porque tenho pavor de hospitais, que o que ele fala pra me convencer a não ir seria o mesmo que eu faria no lugar dele. Me sentiria hesitante se não fosse tão grave, mas o sangue transbordando da ferida dele me deixa em pânico, me faz lembrar de como aquele Naruto morreu.

Sinto uma pontada forte no peito, não é possível, o Naruto não morreria com tão pouco. Mas é quase a mesma coisa. Não Sasuke. Pare de pensar nisso, ele é uma especie feita pra sobreviver pra praticamente qualquer coisa, então não tenho que me preocupar. Só está sangrando por que rasgou a pele, nem deve ser tão grave. Mas meu blaser já tá ensopado, tá escuro então não consigo ver se ele está pálido pela perda de sangue, sua calma mais me preocupa do que conforta. Sinto as mãos deles apertarem meus braços com um pouco de força, me acordando dos pensamentos, me fazendo voltar parar esse cenário assustador, e mesmo tentando pensar positivo meus olhos estão marejados e já sinto o líquido em minha mão, o sangue dele, minha mão pressionando a barriga enquanto choro. É a mesma coisa. Está quase igual a aquela lembrança.

— Por que está chorando?— A mão dele toca meu rosto e as lágrimas começam a cair sem parar, tento segurar os soluços, o barulho. Me sinto irritado comigo mesmo, como posso está chorando em uma situação como essa? Tento respirar fundo, me acalmar, não é hora pra desespero.

Escuto a voz dele, distante, estou tão absorto olhando pra minhas mãos que me sinto em outro mundo. Talvez se eu tivesse me interessado por primeiro socorros ou lesões eu saberia o que fazer, eu só sei estancar o sangramento e nada mais, se eu tivesse lido, se tivesse estudado, isso é importante. Saber primeiro socorros. Como posso ser alguém que não sabe?

— Chegamos!— Kurama diz alto o bastante pra me fazer acorda, eu abro a porta do carro apressado e saio, quando Naruto sai me olhando quase como se fosse eu que tivesse sido machucado seguro sua mão e o puxo até os portões enormes.

Quando cheguei mais perto vi duas torres que era um pouco mais alto que o portão, é tão grande que me fazia sentir que estava preste a entrar em um castelo. Assim que nos aproximamos mais vi um guarda em cada torre, com fuzis apontados para nós, depois mais dois apareceram, dessa vez na parte de baixo, com as armas abaixadas mas sabia que se fizesse qualquer movimento minimamente suspeito seríamos alvejados.

— Aqui é propriedade privada. Daremos dois minutos para que entrem no carro antes que comecemos a atirar por invasão de propriedade.— Um homem grita, sinto meu coração preste a sair do peito, minhas mãos tremem e não sei como fazer eles acreditarem em nós dois. Como confiar em duas pessoas que chegam no meio da noite tendo tantos malucos que aproveitam qualquer oportunidade para invadir a reserva?

"Para novas espécie temos um companheiro sexual, se fizemos ligação se tornam companheiros até a morte," a voz de Naruto toma minha mente, talvez dizer namorado ou amigo não seja o suficiente para me deixarem junto com o Naruto.

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