Tentação

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Me sinto feliz, talvez como jamais pensei que seria em toda minha vida, parece até que estou em um sonho, que logo acordarei e voltarei para minha verdadeira realidade. Triste realidade. Pilhas de papéis para assinar e ler, pilhas maior que eu empilhadas em cima da minha mesa, secretários e secretarias incompetentes, que quando ouvem algo que não seja um elogio choram como se eu tivesse matado suas famílias. Velhos chatos tentando me convencer a me casar com suas filhas, que quando eu dava uma pequena oportunidade se mostravam verdadeiras megeras mimadas, que quando um homem não lhe dizem o quão são bonitas e o quão são impressionantes ficam irritadas, e seus velhos pais faltam me matar porque não fui o príncipe encantado que eles esperavam.

Se isso for um sonho e eu acorda. Acho que me renderei as drogas.

Até agora venho tentando manter a calma. Ouvi sua história, a verdade sobre as cicatrizes em seu pulso, o medo de hospitais e até o medo do seu próprio sangue. Se para mim foi difícil, que tive que engolir minha raiva enquanto escutava ele falar, imagino quão difícil deve ser para Sasuke que teve que lembrar tudo outra vez. Mesmo dizendo que não se incomodava em contar tudo aquilo dava para ver em seu rosto que era o contrário. Mas sei que não está mentindo, o incômodo é inevitável mas a raiva dele é bem evidente.

— No que está pensando?— Sasuke me pergunta.

— Que tenho que aproveitar o máximo nosso tempo juntos enquanto eu ainda tô vivo, quando eu sair dessa reserva é capaz da minha mãe mandar algum assassino de aluguel pra tragédia da minha morte se maior que o escândalo de ter matado uma pessoa.

— Não é pra tanto Naruto.

— Pior que nem tô brincando. Acho que a gente vai ter que viajar e sumir do radar por um tempo, até ela se desestressar e eu ter mais chances de convencer ela que matar o primogênito não é uma boa escolha.

— Melhor mudar de assunto, porque eu vou começar a me preocupar e você não vai gostar de ouvir as possibilidades da sua morte.

— Preocupar ou fica paranoico.

— Eu não sou paranoico.

— Você ainda tá no estágio da negação?— Ele me encara de um jeito que vejo minha vida inteira passar diante dos meus olhos, já sabendo da morte eminentemente.

— Melhor tomar cuidado quando você estiver dormindo. Nunca se sabe quando alguém vai fé matar sufocado.

— Se for pra morrer sufocado, que seja com você sentado no meu rosto. Ai eu morreria feliz.

Vejo o rosto dele ficar tão vermelho quanto tomate, um sorriso se forma nos meus lábios e tento me aproximar dele mas ele coloca as mãos no rosto me impedindo de fazer o que eu tanto estava desejando

— Pra que tanta vergonha?— Não podendo beijar ele ou ver seu rosto eu deslizo minha mão até chegar na coxa dele.— Se você desse só uma sentada no meu rosto veria que é prazer mútuo.

Ele tira as mãos do rosto e me encara, com o rosto ainda vermelho.

— Não vou fazer isso em um lugar cheio de novas espécies com ouvidos ótimos. E não toque em mim!

— Todos aqui são adultos, não é como se eles não transassem também.— Aproximo mais meu rosto e aperto sua coxa, vendo ele morde os lábios e encara a porta.

— Não vai rolar.

— Nem um beijo?

— Um beijo? Ata que você só ficaria no beijo. Naruto, você tá praticamente igual quando estava no seu cio, e eu lembro bem que você quando se empolga não para.

— Em momento nenhum você pediu pra eu parar.

— Você entendeu o que eu quis dizer.

— Um beijinho rápido, eu faço tudo por você.

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